Pela manhã, Sara levou-me pelos caminhos da floresta até chegarmos num toldo grande de madeira onde servem alimento: é sustentado por colunas e vigas, o meio tem solário e a baixo dele uma fogueira baixa na terra com pedras em volta, pequenas mesas espalhadas e caldeirões de barro (para comida) e chaleiras com café. Quando entrei, um cheiro doce de pães com açúcar e café preto tornou a minha fome visível para todos, fui apressada até as bandeijas mais próximas, passando a frente de todos:
Sara:
— Mia, vem por aqui! — Disse ela a guiar-me Sem ligar para a minha reação
Enquanto procurava um lugar para sentar, olhando ao redor reconheci os meus pais junto a Conri e Math conversando. Eles pareciam estar apenas dialogando entre si, isso me levou a perceber que a minha ligação familiar com eles não é realmente de cinema: aposto que não me visitaram enquanto dormia e como sei disso? Bom, eles nem se importaram quando acordei.
Sara-me chamou, sentamos na grama fora do toldo, mais afastadas do ar quente da fogueira e das pessoas. Escutei o meu pai chamar e sentada de costas, senti o olhar dos dois em mim:
Sara:
— Porque não falou com os seus pais?
Mordi o pão doce, que digno de nota ele é feito de milho e a cobertura é de côco ralado:
— Sinceramente Sara, eles não dão a mínima se estou dormindo ou acordada.
Sara:
— Sim, quando chegaram não foram te ver.
Ela bebericou um gole de café e abaixou o olhar:
— Sara, posso perguntar uma coisa?
Ela riu e falou a levantar a xícara naquele gesto cortês:
Sara:
— Conri não me deu permissão Mia, mas sinceramente, — Ela relaxou o corpo para trás e falou — estou feliz que esta acordada, então vou te dizer o que precisa saber.
Olhei para ela aliviada, o café já havia acabado:
— Porque eu estou com duas marcas?
Ela olhou-me e se retraiu leve no olhar:
Sara:
— Conri está vindo.
Disse ela com o olhar acima do meu ombro. Senti a respiração dele atrás de mim quando levantei para me afastar:
Conri:
— Podemos conversar?
Ele perguntou baixo, me virei e não vi Math. Os meus pais estavam no toldo olhando na minha direção, nos meus pensamentos eu compreendi que não tenho outra opção. Então acenei para Sara e nós dois caminhamos um lago não tão distante do toldo, só afastado do tumulto da fome.
Coberto pelas montanhas em volta, a linha do horizonte reflete a minha vontade de seguir por ela e esquecer tudo. Sentei na areia de cascalho, Conri cruzou os braços e observou o tamanho do lago em silêncio. Alguns minutos depois, esperei que ele quebrasse o silêncio e quando finalmente ele olhou para mim, falou:
Conri:
— Estou aberto a você Mia, — Ele olhou para baixo e completou ao voltar a sua atenção aos meus olhos — se você também estiver para mim.
Certa amargura me ocorreu:
— Devo-me sentir culpada por seguir o meu coração?
Ele me olhou quase sem expressão, somos dois desconhecidos agora. Dentro de mim, mesmo ele ser o escolhido da minha loba, sinto-me dividida... agora mais do que nunca queria entender o misto de sentimentos no meu coração:
Conri:
— Não quero que se lamente, só tente entender como são os caminhos Mia. O nosso, — Ele ponderou a refletir e disse — É junto.
Suspiro. O meu coração se agita dentro de mim, mas todas as vezes que isso ocorre lembro-me de Math. Na verdade, isso acontece todas as vezes desde que Conri me mordeu a primeira vez:
— Eu... estou disposta a começar com amizade, pode aceitar isso?
Ele soltou os braços um tanto desanimado, olhou para a sua direita considerando cada palavra minha e depois falou:
Conri:
— Não antes de ouvir o que tenho a dizer.
Disse ele, certo de si. Apesar de todas as minhas dúvidas, a voz dentro de mim, fortaleceu as minhas vontades. A minha loba gosta de tudo o que vem do Conri, talvez... se eu permitir que ela entre em contato com ele, talvez possamos construir uma relação juntas. Assim poderei tomar as minhas próprias escolhas:
— Tudo bem, eu posso-te ouvir agora. — Falei com carinho emprestado da minha fera
Conri:
— Quando prendi Math naquele dia, passei horas tentando conversar com ele de irmão para irmão. Mas no final, — Disse ele ao olhar novamente para baixo — Ele só me dizia que encontraria uma forma de chegar em você, acredito que ele sempre quis te confundir.
Depois ele suspirou e continuou:
— Quando ele a marcou, escutei a fluidez dos seus pensamentos através da sua loba.
Disse ele a conquistar a minha atenção:
— E o que ela disse?
Perguntei a sentir cada pulsação minha, os meus batimentos estavam rápidos e o ar a nossa volta parecia comprimido, mesmo estando num lago. Ele segurou a fala por curtos instante e falou:
Conri:
— Socorro, Mia... ela estava chamando por mim.
..........
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Joelma Oliveira
eita! pq???
2025-01-15
1
Rosaria TagoYokota
muito confuso
2024-09-14
0