A Mal-Querida!
°Isabella Rangel° 20 Anos.
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...Rio grande do Sul Brasil ....
_ Ande logo, sua imprestável!
Gritou Fernanda.
Hff! Mais um dia como qualquer outro... Na minha vida... Nunca muda!
Ainda sonho com o dia em que deixarei essa casa, poderei viajar, e conhecer lugares, ver paisagens, os pássaros... As flores... Até às flores. Hmmmf! Não somente sentir o perfume delas, mas poder enxergar a sua beleza...
Fernanda: Anda logo garota! Pega essa porcaria de cesto e vai vender essas malditas flores. Ou já sabe nada de jantar pra você!
Gritou a minha madrasta, enquanto apertava forte o meu braço, me fazendo levantar da cadeira.
_ Me dá só mais uns minutinhos, ainda não tomei o meu café... Estou com fome.
Digo, ao ter sido puxada, e posta em pé abruptamente.
Fernanda: Problema seu! Quem mandou ficar aí sonhando acordada...
Roberto: Deixe ela comer. Não fará diferença alguma se ela chegar alguns minutos atrasada.
Disse o meu pai, ao entrar na cozinha.
Fernanda: É por isso que ela age assim comigo. Você a mima.
Disse ela, num tom de voz em reprovação.
Eu sou mimada? Logo eu... Hff! Penso e suspiro baixo ao ouvi-la dizer.
Kevin: Tudo bem mãe, quando ela terminar, eu a levo de moto, para o restaurante.
Disse ele, meu... Irmão? O filho mais velho de Fernanda. Que estranho, parece que hoje todos resolveram agir diferente do que nos últimos oito anos. Penso.
_ Não precisa, eu gosto de ir caminhando... Ouvindo o canto dos pássaros, sentindo a brisa no meu rosto, além disso, o Zeca deve está me esperando...
Falo, pegando o cesto de flores de cima da mesa.
Fernanda: Pensei que estava com fome? E, falando nesse muleque, não traga aqui novamente. Minha casa não é um abrigo para muleques de rua!
Disse ela, em um tom de voz irritada.
_ Tudo bem, não vou trazê-lo....
Digo, e tento sair o mais rápido dessa casa. Tudo que não quero é ser levada por Kevin. Só em ouvir a voz dele, já me causa um arrepio estranho na pele.
Fernanda: Que seja! Se não vender essas malditas flores, já sabe!
Disse ela, rudemente.
_ Eu vou vende-las...
Falo, e saio da cozinha apressadamente.
É claro que eu sei o que me espera, se não vender essas flores. Como ela mesma faz questão toda vez de me lembrar. Me deixará sem o que comer. Nem mesmo poderei dormir, ela molha o meu colchão, sou obrigada a passar a noite toda com frio e fome e trancada no sótão, onde é o meu quarto. Hunff! Como gostaria de não voltar mais para esse maldito inferno!
Saio pela porta, ou melhor dizer do inferno! Que é essa casa. Queria tanto que estivesse viva, mãe! Ainda me lembro do seu rosto, com.o era linda e tão carinhosa comigo. Eu te amo mãe, e sinto muito a sua falta!
Penso, enquanto as lágrimas molham a minha face. E, me recordo daquele acidente, o maldito dia em que tudo mudou na minha vida.
Dias depois que minha mãe morreu fui entregue aos cuidados do meu pai. E, o cuidado dele? É o que nunca tive.
.............
...Há 8 Anos....
Após a morte da minha mãe, vim morar com o meu pai e com a minha madrasta, eles já tinham o meu meio-irmão mais novo Rafael que na época estava com 1 ano e meio, já o filho mais velho de Fernanda, Kevin estava com 14 anos.
A princípio ela foi carinhosa comigo até que...
Meu pai é caminhoneiro, e sempre fica muitos dias fora de casa, já havia uma semana que ele não retornava.
_ Eu quero a minha mãe! Eu quero a minha mãe...
Gritei chorando, após ter tido um pesadelo.
Fernanda: Cala boca garota! A sua querida mamãe, morreu! Morreu já tem dois meses...
Gritou a mulher do meu pai, enquanto me arrastava escada acima, me levando em direção ao sótão..
Que inferno! Maldita hora que ela foi morrer... Acabou deixando esse fardo pra mim!
Gritou ela, e me empurrou para dentro desse cômodo pequeno e escuro. Em seguida trancou a porta.
_ Eu não quero ficar aqui! Me deixa sair!
Gritei enquanto batia com desespero na porta. Logo ela a destrancou. Respirei aliviada ao vê-la aberta novamente, pensei que me deixaria sair. Mas tudo que fez, foi me dá um tapa, que acertou bem no meu rosto.
Fernanda: Já disse para calar a merda da boca! Sua criança insuportável! Vai acabar acordando o meu filho... E, se fizer isso, não vou só te dar um tapa, vou costurar sua maldita boca!
Falou enquanto me encarava com ódio e raiva. Me senti confusa e com medo. Eu era só menina de doze anos, que havia acabado de perder a mãe, porque ela estava fazendo aquilo comigo?
Em seguida ela saiu e trancou a porta.
Fui em direção a um colchão velho, que estava jogado, ao chão sujo do sótão, olhei em volta e só vi apenas uma pequena janela, que estava coberta de teias de aranha, podia jurar que vi algo se mexer rapidamente indo de encontro, a algumas tralhas velhas. Fecho os meus olhos, abraço os meus joelhos, e chorei durante toda a noite... E, naquele momento desejei ter morrido com a minha mãe.
..........
Vamos lá Isabella! O quê adianta chorar?! Já são oito anos... Oito malditos longos anos! Hunff...
Respiro fundo, e sigo caminhando rumo ao restaurante. Poucos minutos, ouço uma voz, que aquece o meu coração.
Zeca: Nossa demorou hoje... Pensei que já tinha me esquecido, ou se cansou de mim...
Disse ele, e logo pega o cesto de flores da minha mão.
_ Até parece! Como eu me cansaria de ter a sua companhia? Hum!… Olhe dentro cesto, eu trouxe uma coisa...
Zeca: Um sanduíche... É pra mim?
Pergunta ele, parecendo ter ficado animado.
_ O quê você acha? É claro que é para você... Seu bobinho.
Falo, e dou uma leve risada.
Zeca: Obrigado! Isa...
Disse ele, e abraçou as minhas pernas.
E logo voltamos a caminhar rumo ao restaurante.
Zeca é um menino em situação de rua, não se recorda nem mesmo quantos anos tem, mas pelo seu tamanho diria que uns sete a oito. Ele, sempre vem ao meu encontro, e me acompanha até o restaurante Felipo todos os dias. E, eu sempre escondo o que iria comer para trazer para ele.
...Um tempo depois......
Já em frente a porta de entrada do restaurante.
Zeca: Chegamos Isa...
Disse ele, e me entrega o cesto de flores, a pego de sua mão.
_ Obrigado Zeca... E, vê lá o que vai aprontar por aí.
Zeca: Eu não apronto...
Disse ele.
_ Aham! Vou fingir que acredito.
Digo e sorrio.
Zeca: Pode acreditar... Tchau Isa...
Disse ele se despedindo.
_ Tchau!.. Zequinha.
Me despeço dele, e tomo fôlego antes de entrar pela porta.
E novamente me sinto triste, pois soube que há alguns dias, o dono do restaurante faleceu, e ele era tão simpático. Me deu permissão para vender as flores lá dentro ao invés de ficar na porta. Que coisa! não... Há a minha volta são sempre as boas pessoas que morrem. Hmmmf
Kevin: Porquê não queria que eu te trouxesse hein?
Ouço a sua voz alterada. Enquanto sinto a sua mão agarrar o meu braço.
_ Não gosto de incomodar.
Eu preciso entrar agora... Ouviu bem o que a sua mãe falou. Se eu não vender as flores...
Falo tentando soltar o meu braço da sua mão.
Kevin: Porquê é tão marrentinha comigo? Não vê que posso facilitar a sua vida em casa?
Disse ele, e sinto encostar seu corpo ao meu.
_ Eu não faço nada! Me solta, eu tenho que entrar Kevin…
Digo, e puxo o meu braço com força, ele me solta abruptamente, me fazendo perder o equilíbrio, e logo sinto o meu corpo se chocar ao de outra pessoa. O cesto cai ao chão...
- Não olha por onde anda! Tá cega!
Ouço uma voz áspera falar rudemente próximo ao meu ouvido.
Tá cega? Foi o que ele disse... ?
...É, ele não está errado... Eu sou mesmo cega!...
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Rosângela Santos
Começando a ler
2024-11-19
0
Nashira🙏🏽(Muslimin
começando, que lindaa 😍
2024-09-19
0
Donaria Rodrigues Pereira
começando ler hoje 06/08/24 já tô gostando
2024-08-06
3