Capítulo 10 Noite Inquietante

•Saimon•

..." Boa noite Saimon"...

Disse ela, enquanto se ajeitava ao meu lado.

_ Boa noite! Isabella...

Falei, já fechando os meus olhos, mas, me sinto inquieto, ao pensar nela deitada tão perto.

...Hmmmmf!...

Anda Saimon, durma! Penso, após respirar fundo, tento-me manter calmo...

Pouco tempo depois...

Será que ela já dormiu? Penso, ao ouvir a sua respiração pesar, por de trás de mim.

É, melhor eu me deitar no sofá. Penso eu, ainda com meus olhos fechados. E, assim que me preparo para levantar, Isabella me abraça.

Sua respiração quente chega ao meu pescoço, sinto o doce perfume que exala da sua pele, tem um cheiro doce, misturado a fragrâncias de...

Oh Merda! Penso, eu. Enquanto sinto-me acender, a minha pele parece estar queimando... E, há partes que começaram a reagir, ao sentir. Hmmmf... Seu corpo colado por de trás do meu, os seus seios roçam nas minhas costas. Engulo seco, enquanto ofego, e me sinto muito excitado.

Permaneço imóvel por um tempo, mas, não resistindo mais.

Retiro devagar a sua mão de mim, e a coloco gentilmente sobre o colchonete, me arrasto para fora, a cubro com o lençol, e me sento no chão.

...Hmmmmf!...

Respiro fundo, enquanto a observo.

Passo a noite em claro, sentado ao lado dela. Com meu olhar fixos a essa moça memorizo cada um de seus ricos detalhes.

Isabella dorme tão tranquila. E, tão linda! Sua boca rosada, parecem chamar pela minha.

Oh! Merda! No que estou pensando... É evidente que ela desperta desejo em mim. Mas, não posso-me sentir assim! Não foi por isso que me casei com ela. Devo ajudá-la, somente! Hmf... E, pensando nisso, será que há alguma possibilidade de que volte a recuperar a sua visão. Penso, pois me lembrei que Isabella disse, observar as estrelas com a mãe quando criança...

Isabella: Mm! Hmf!

Resmungou ela, e suspirou enquanto se esticou toda sobre o colchonete. Acho que tem alguém acordando.

_ Bom dia! Isabella...

Digo, enquanto a vejo me buscar com sua mão.

Isabella: Ham... Bom dia Saimon.

Fala, e se senta, vejo o rubro em seu rosto.

Me desculpa, por ontem. Ah! Que vergonha...

Disse ela, corando cada vez mais.

_ Diz isso porquê?

Pergunto, curioso.

Isabella: Eu pedi pra dormir do seu lado.

Disse ela, cobrindo seu rosto com as mãos.

_ Não se preocupe com isso. Fiz esse favor ao Sr Caramelo, já que ele não estava disponível...

Falo, tentando tornar a situação mais leve.

Isabella: Rsrsrsrs! Isso é ainda pior. Eu tenho vinte anos, não deveria estar dormindo com bichinhos de pelúcias.

Disse ela entre risadas.

_ Hum! Mas, você não dormiu...

Falo, e ouço o toque do meu celular, o procuro, encontro-o debaixo do travesseiro. O pegando vejo que é a minha mãe. Hunf! Recuso a chamada. E vejo que são, 7h Da manhã.

Isabella: É...

_ Dormiu bem?

Perguntei-lhe.

Isabella: Sim, eu dormi muito bem!... Obrigada.

Disse ela e sorri com timidez.

_ Hum... Que ótimo! Bem, que tal nos aprontamos para sairmos, pra tomarmos café. Não temos nada na dispensa... Precisamos ir ao mercado.

Isabella: Tá bem! Então, eu vou tomar banho.

Disse ela, se pondo de pé. E, não é que tenha feito por querer, mas meus olhos foram ao encontro do seu corpo, e subiram a desenhando na minha memória dos pés a cabeça, descem novamente. Droga! A camiseta está um pouco curta, uns dois palmos acima do seu joelho, o que me da visão das suas lindas pernas nuas.

...Hmmmf!...

Respiro pesado, Já engolindo seco ao me recordar do que senti ao tê-la abraçada ao meu corpo por essa noite.

_ É... Eu- Eu vou, para o meu quarto, me aprontar.

Digo, enquanto me levanto, viro-me e esbarro mesa-escrivaninha,

_ Aí!... Merda!

Exclamo alto, ao ter batido o meu dedão do pé, ao pé da mesa.

Isabella: Saimon... Tudo bem, ai?

_ Ah! Hunf... Sim... Perdão pelas palavras.

Falo, me sentindo um idiota.

Quer ajuda pra chegar no quarto.

Pergunto, enquanto me aproximo.

Isabella: Sim... Pode ser.

Disse ela, e abre um lindo sorriso no seu rosto.

_ Vamos lá...

Digo, passando o braço dela, em volta do meu. São 42 passos, ouço ela contar, até estarmos em frente a porta do quarto.

_ Está entregue...

Falo-lhe.

Isabella: Obrigada, Saimon... Não vou-me demorar.

Disse ela, e sorriu docemente.

Meus olhos encaram os seus que mesmo sem brilho, são hipnotizadores.

_ Espere! Isabella, lembro que disse quando ainda criança, ia ao quintal de casa com a sua mãe, para observar as estrelas. Então, poderia-me contar, como perdeu a visão?

Pergunto, pois dependendo de como foi, há uma possibilidade de que volte a recuperar sua visão.

Isabella: É, foi depois que cai da escada, da casa do meu pai e de Fernanda...

Disse ela, e suspira profundamente, e o lindo sorriso que havia no seu rosto, se perde e trazendo a tristeza no seu lugar.

_ Hunf!... Mas os médicos, o quê disseram? O seu pai não te levou a um especialista?

Pergunto, e novamente a vejo respirar com tristeza.

Isabella: Sim, ele me levou, depois que o Doutor Rafael disse que eu poderia voltar enxergar, mas, teria que fazer uma cirurgia com um especialista, o problema foi os custos, era muito dinheiro... Então, o meu pai trabalhou durante meses, para juntar a quantia. E, quando faltava tão pouco, entraram na casa e nos roubaram, levaram todo o dinheiro.

Disse ela, com lágrimas formando nos seus lindos olhos.

O meu pai ficou tão frustrado, que passou a trabalhar cada vez mais, acredito que se sentia culpado e não queria ter que conviver diariamente com uma filha cega...

Fala, com uma profunda tristeza escancarada em seu rosto.

_ Hunf! Sinto muito, Isabella... Mas, não quero que pense mais assim. Como havia dito, somos amigos, e farei tudo que estiver ao meu alcance para você ter uma vida feliz.

Falo, sem pensar seco as suas lágrimas com as pontas dos meus dedos. Sem me dar conta estou a encarar seus lábios, e novamente meu corpo se arde.

_ Hum Mm! Eu vou subir, qualquer coisa, é só me chamar...

Digo, m enquanto dou dois passos atrás.

Isabella: Tá, eu chamo.

Disse ela, e virando se, entra no quarto, e em seguida fecha a porta.

Sigo para cima, ao entrar no quarto, retiro a minha camiseta, enquanto vou em direção ao banheiro, termino de me despir, e entro no box, ligando a ducha na água fria, me coloco debaixo, deixando a água cair sobre a minha cabeça e escorrer por todo meu corpo.

Mas o que está acontecendo comigo? Hmf! Penso, em seguida suspiro profundamente, tentando-me acalmar... Enquanto os meus pensamentos insistem em formar imagens de Isabella.

_ Não! Isso não pode acontecer... Hmmmf!

Falo, e respiro ofegante.

...Um Tempo Depois......

Já de volta no quarto, termino de me arrumar. Ouço o toque do meu celular.

Pego de cima da cômoda, enquanto os meus olhos encaram a foto de Keila no porta-retrato. E, confesso que pela primeira vez, o sentimento não é de uma imensa dor, e sim de culpa. Talvez por pensar em Isabella a pouco, na verdade, eu a desejei.

Novamente ouço o toque do celular, e me atento a ele, vejo que é Fábio, o meu amigo.

Fábio

.........

📞 Fábio: Bom dia!

Disse ele num tom de voz animado.

📞 _ Ligando tão cedo. Hum!?.. O quê deseja?

Pergunto com desconfiança.

📞Fábio: Nada de mais, só queria saber como foi a primeira noite do casal...

Fala ele, num tom de voz com ironia.

📞_ Fala logo! Porque ligou?

📞 Fábio: Estava com tanta pressa ontem, que acabou esquecendo a certidão de casamento. E, já estou com os novos documentos de Isabella Rangel em mãos.

Disse ele, .

📞 _ Leve para o restaurante, no horário de almoço, estarei por lá.

Digo, indo já de encontro a porta do quarto.

📞 Fábio: Ótimo! O almoço será por sua conta.

Disse ele, com empolgação.

📞_ Com certeza!

Digo, a ele.

📞Fabio: Hunf!... Precisa saber que, Luciano Castelo, já sabe que se casou e chegou no escritório furioso.

📞_ Que se dane o que ele pensa! Ou o que ele quer. Ninguém vai-me obrigar a nada!

Falo, e me recordo da conversa que ouvi entre Luciano e minha mãe.

📞_ Fábio: Diz isso, mas, meio que acabou fazendo o que eles queriam. Não se casou com a moça? Mas, não se sinta culpado por isso. De uma chance ao seu casamento... Quem sabe não voltará ser feliz.

📞_ Está enganado! Eu me casei com a Isabella pra ajudá-la... Somente por isso. Somos amigos, e...

Falo e ouço a campainha soar pela casa. Saio do meu quarto e sigo pelo corredor até chegar a escada.

📞 Fábio: Somente amigos? Casou para ajuda-la...

Disse ele.

📞_ Sim! Foi exatamente por isso. Estou pesando em levá-la a algum especialista para ver sobre o que podem fazer. Talvez haja alguma forma dela recuperar a visão...

Digo já descendo as escadas e logo os meus olhos encontram, Isabella na porta da sala, acompanhada de...

O quê será que veio fazer está aqui?

...............

🌺°Isabela°🌺

Após ter tomado banho, e estou aqui presa nos meus pensamentos, enquanto termino de colocar a minha roupa.

_ Como pude fazer isso?! Que coisa! Isabella. Hmf!

Digo a mim mesma, enquanto me recordo que pedi ao Saimon, para dormir ao seu lado ontem a noite. E, só de pensar nele, já me sinto estranha de novo. As minhas mãos suam frias, e essa sensação de borboletas no meu estômago de novo! Será isso a sensação de gostar de alguém? Então, é isso... Estou me apaixonado pelo Saimon?! Não isso não pode ser!

Penso, ao calçar a sandália nos meus pés, a que ele comprou ontem para mim.

Tudo isso é muito estranho, talvez seja melhor conversarmos sobre quanto tempo que esse tal casamento vai durar... Não quero que ele fique me comprando nada. Não vou-me aproveitar de sua bondade, muito menos deixar que o Saimon, entre no meu coração. Hmmmf! Penso, e suspiro profundamente.

Em seguida, ouço o som da campainha soar por toda casa. Parecem sons de sino tilintando... Conto os passos da cama até a porta, achando a maçaneta, giro abrindo-a saio. Novamente conto os meus passos em direção a sala são 42. Assim que identifico que estou nela, sigo até a porta ao ouvir uma mulher chamando pelo Saimon. Abro a porta...

M: O quê está fazendo aqui?

Disse ela, num tom a voz rude. Que logo reconheço a ser a mesma voz da mulher no restaurante. Então é ela... A mãe do Saimon.

_ Me desculpa senhora... Mas, eu moro aqui...

..._________________...

👠Núbia👠

Ainda olhando essa moça, parada na minha frente me faz pensar.

O quê que o Saimon estava pensando em trazê-la para cá...

E, ouvi-la dizer que mora nessa casa. Uma casa que me pertencia... Meu filho deve estar ficando louco!

_ Onde está o meu filho?

Pergunto, e forço a entrada, a tirando da minha frente. Antes que ela responda ouço a voz dele.

Saimon: Estou bem aqui! O quê deseja tão cedo?

Disse ele, sendo áspero nas palavras.

_ Vim até aqui, porque sabia que era o único lugar que você poderia estar. Mas, não poderia imaginar que teria trago companhia...

Digo, a encarando de cima a baixo.

Saimon: Pense bem como se refere a Isabella. Porquê que já há esse momento sabe que ela é a minha nova esposa...

Disse ele, se colocando ao lado dela, me encara com uma expressão fechada no seu rosto.

_ Não vim até aqui para brigarmos, por causa dessa mulherzinha...

Digo, me sentindo irritada.

Saimon: E, não vamos. Já estamos de saída. Bate a porta quando sair.

Disse ele, pegando-a pela mão, e os vejo deixar a casa juntos.

_ Maldita! Hunfff! Não tem outro jeito, preciso-me livrar dessa. Cega morta de fome!

...O Mais Rápido possível!...

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