Capítulo 11 Aquela Bruxa Velha!

👠§ Núbia §👠

Tenho que me livrar dessa... Maldita! Cega morta de fome! O Quanto antes!

Penso, e respiro fundo, me sentindo furiosa. Pego de dentro da minha bolsa da Louis Vuitton.

O meu iPhone. Busco um nome na agenda. Encontrando faço a chamada...

📲 Luciano: Então, encontrou ele?

Pergunta-me, num tom de voz apreensivo.

_ Sim! Nem imagina o que esse ingrato! Do meu filho fez...Teve a audácia de trazer aquela cega para a casa do lago... A casa onde Keila...

Falo, me sentindo irritada, enquanto adentro a sala.

Luciano: Hunf! Imbecil! Não pode permitir que isso siga adiante. Se não quiser que ele descubra... O quanto antes essa mulherzinha tem que sumir das nossas vidas!

Disse ele num tom de voz, ameaçador. Sei bem ao que se refere jamais vou permitir que Saimon descubra. Jamais!

_ O quê pensas que estou a fazer aqui?! Eu não vou permitir que ele fique com essa mulherzinha...

Digo, e logo os meus olhos vão de encontro a uma pequena desarrumação na sala. O sofá tem um travesseiro e lençol, assim como um colchonete ao chão.

Hunff! Me viro, e sigo em direção a uma das janelas que da acesso aos fundos da casa.

Luciano: Depois do trabalho que tive, para mexer naquela porcaria de testamento! Não acredito, que vamos morrer na praia!

Disse ele, num tom de voz enraivecido.

_ Hunf! Nem tudo está perdido. Pelo que acabei ver, eles não consumaram o casamento. E, nem irão! Antes vou colocar essa ceguinha pra fora dessa casa! Ou eu não me chamo Núbia Alencar!

Digo, olhando pela janela, encaro o lago. E, logo uma brilhante ideia se acende nos meus pensamentos.

_ É isso!

Exclamo alto, e logo sorrio, diante da ideia que tive.

Luciano: Isso o quê? O quê pensou...

Pergunta, com ansiedade.

_ Essa mulher, irá se arrepender de ter colocado os olhos no meu filho! Rsrsrsrs!

Digo e sorrio com deboche. Afinal ela é cega.

Luciano: Que maldade!... Rsrsrs..

Disse ele, num tom de voz arrastado.

_ E, não é por isso que gosta de mim?

Digo, indo de encontro a quarto de hóspedes daqui de baixo. E vejo algumas roupas femininas. Então esse quarto é o dela?

Luciano: Gostar? Mm.. Adoro você. Agora me conta o que pensou...

Disse ele num tom de voz parecendo ter se excitado. Que safado!

_ É claro! Vou precisar de ajuda... Depois disso. Essa cega morta de fome, nunca mais porá os seus pezinhos imundos aqui!

...Nunca Mais!...

..._____________________...

•Saimon•

...As 9h Da Manhã....

Após a visita repentina da minha mãe, peguei Isabella pela mão, e saímos da casa, adentramos ao carro... E, seguimos rumo ao restaurante Felippo.

Assim que chegamos, desci do carro, e fui até o lado do passageiro, ajudo Isabella a descer, pego na sua mão, passo o seu braço em volta do meu, e caminhos em direção a entrada do restaurante. Percebo as mudanças de expressões em seu rosto, parecendo estar pensativa.

_ Tudo bem? Minha mãe disse algo que a chateou...

Pergunto, pois ouvi a forma com a qual, ela estava tentando se referir a Isabella.

Isabella: Não, eu só estava pensando no Zeca.

Disse ela, e deu um sorriso.

Quem será esse homem? Um amigo, irmão... Quem...

_ Rum! E... Quem é esse, Zeca?

Pergunto, me sentindo estranho, enquanto minha sobrancelha se ergue.

Isabella: O Zeca... Ele é meu amigo.

Disse ela num tom de voz doce, ao pronunciar o nome deste.

_ Então, tem outro amigo...

Falo, e me sinto chateado, em seguida minha boca se torce.

Isabella: Sim. Queria tanto que se conhecesse. É um menino muito legal. Uma pena que ele não tenha ninguém, tadinho tão novinho e vive jogado nas ruas.

Ouço ela dizer, mas tudo que prestei atenção foi...

_ Hmf! Um menino?

Digo, e não sei porque mas, comecei sorrir. Então é uma criança?

Isabella: Sim, o Zequinha, acho que tem uns oito anos. Eu até o levei pra casa algumas vezes, e dava comida a ele. Mas, a Fernanda brigou muito comigo...

_ Ele, parece ser um bom garoto. Gostaria de conhecê-lo. Quem sabe algum dia...

Digo, me sentindo estranhamente contente.

- Isa! Isa...

Ouço a voz de uma criança chamar por ela.

Isabella: Zequinha...

Disse ela, abrindo seus olhos em surpresa, e dar um lindo sorriso.

Erguendo o meu olhar em direção aos chamados vejo realmente um menino vir na nossa direção. Mas, não aparenta ser uma criança em condições difíceis, muito pelo contrário...

Zeca: Oi! Isa. Te esperei perto da sua casa ontem e hoje, pra gente vir pro restaurante.

Disse ele, ao se aproximar.

Isabella: Ah! Me desculpa. Eu, não estou morando mais lá.

Disse ela.

Zeca: Não... Porquê? Aquela bruxa te bateu de novo.

Pergunta ele.

Isabella: Ah! Zequinha não se preocupa com isso. Deixa eu te apresentar a alguém... Saimon..

Disse ela, num tom de voz sem graça, não parecia querer que eu soubesse.

_ Sim, estou aqui.

Digo, pegando na sua mão.

Isabella: Saimon, esse é o Zeca, de quem eu estava falando.

_ É um prazer Zeca... Me chamo Saimon.

Digo me direcionando ao menino. Que logo me encara parece estar me analisando.

Zeca: Hum? O quê você quer com a Isabella?

Pergunta ele, me encarando com seriedade. Tão novo, mas tem um extinto protetor.

_ Eu e Isabella somos amigos, assim como você. Estou aqui apenas para ajudá-la.

Falo, olhando em seus olhos.

Zeca: Hum?! Promete?... Não vai machucar ela, que nem aquela bruxa velha!

Disse ele, me encarando com desconfiança.

_ Juro que não. Jamais machucaria a Isabella.

Falo, para ele, que acena com a cabeça e sorri enfim.

Zeca: Tá!...Tchau Isa... Eu tenho que ir.

Disse ele.

Isabella: Mas, já? Acabou de chegar.

Disse ela, erguendo as sobrancelhas.

Zeca: Sim, se não a minha...

Fala e logo se cala, olhando pra mim.

_ Zeca, posso falar com você um minutinho.

Falo, e ele balança a cabeça afirmando.

_ Já volto, não iremos longe.

Falo para isabella, e nos afastando dela.

_ Então, Zeca. Me diga, porquê Isabella pensa que você mora na rua?. E, pelo jeito isso não é verdade. Porquê enganou ela? Qual é o seu nome? O verdadeiro.

Pergunto num tom de voz brando para não assusta-lo.

Zeca: É... Guilherme. Eu, não quis enganar a Isa. Mas, acontece que, um tempão atrás, quando estava voltado do colégio, ouvi uns garotos rindo dela, a chamando de cega, e disseram que iria roubar o cesto de flores. Minha mãe sempre diz, que não devemos tratar nenhuma garota mal, que devemos proteger elas. Eu não queria que os garotos fizessem mal a Isa, então, eu fui até a ela e fingi estar com fome, perguntei se tinha alguma coisa pra comer no cesto, e ela logo me deu um sanduíche, perguntou qual era o meu nome, eu fiquei sem graça, então ela disse que me chamaria de Zeca. E, depois Isa me contou que vendia flores no restaurante. Aí comecei acompanhar ela até lá.

Quando cheguei em casa contei pra a minha mãe, e ela disse que eu fiz o certo. Então, comecei acompanhar a Isa até o restaurante todo o dia. E, depois disso ela pensou que eu morava na rua...

_ Hum!?.. E, onde mora?

Pergunto.

Guilherme: Moro bem ali, naquele prédio, atrás do restaurante. Meu colégio é perto da casa dela... Saimon, vai ajudar a Isa, a se livrar daquela mulher? Ela é muito má.

Disse ele, fechando a expressão no seu rosto.

_ Sim, eu vou... Mas, porque diz isso?

Pergunto a ele, já que naquele momento percebi que Isabella não queria que ele contasse.

Guilherme: Teve um dia que a Isa, me chamou pra entrar na casa. E, assim que eu entrei na sala, aquela bruxa, deu um, tapa no rosto dela. Só porque ela não vendeu todas as flores. E, gritou com ela, falando que ela não iria comer. E, quando a bruxa me viu, começou a gritar vindo na minha direção. Eu fiquei com medo e fui embora correndo...

Disse ele, com uma expressão de medo no seu rosto.

_ Que Mulher É Essa? Hunff!

Falo, me sentindo indignado com tamanha crueldade, em que ela era tratada. Não entendo como resistiu tanto tempo, nas mãos dessa mulher. Não é atoa que não queria retornar pra casa, naquele dia ela disse que a madrasta a trancava, e a deixava sem comer, Hunfff! Essa é desumana!

Guilherme: Eu tenho que ir, se não a minha mãe vai ficar preocupada.

Disse ele.

_ Tudo bem... Quando quiser falar com a Isabella ou vê-la é só vir no restaurante, ela estará aqui... Caso não estiver, é só ligar para esse número.

Falo, e entrego a ele o meu cartão.

Guilherme: Tá bem... E, lembra que me prometeu.

_ Não se preocupe Guilherme, vou cuidar muito bem da Isa, e aquela bruxa velha, logo terá o seu castigo.

Falo, e ele abre um largo sorriso no rosto, caminhando apressado passa por ela, se despede novamente e vai embora.

Isso não vai ficar assim! Tudo que ela passou nas mãos dessa mulher, terá que ser cobrado, essa tal Fernanda tem que pagar pelo que fez! Penso eu me sentindo bravo.

 Já voltando ao lado de isabella.

_ Então, vamos ao café. Deve estar com fome...

Digo, pegando a pela mão.

Isabella: É... Hmf! Vamos, estou só um pouquinho.

Disse ela, segurando no meu braço. E, entramos no restaurante.

Vitorino, vem até a mim, e diz que já está tudo pronto como eu havia pedido, liguei a caminho...

A levo para uma área mais reservada, do restaurante nos sentamos a mesa, e tomamos café, juntos.

Apesar de tudo que ouvi aquele menino me dizer, do que ela passou. Me questiono como farei para lhe fazer justiça, diante aos seus familiares. Logo estou pensando...

Que preciso levá-la a um especialista, a casa precisa de alguns ajustes, quero que ela tenha a uma melhor qualidade de vida de agora em diante.

...Momentos depois....

.........

Hoje é o segundo dia em que não sinto aquele imenso peso que carregava dentro do meu peito, e a dor sufocante não se manifestou.

Isabella tem um jeito único de me tirar das más lembranças, até mesmo enquanto faz o seu desjejum. Acabou me deixando preso as suas caras e bocas.

Após o café, permanecemos sentados conversando sobre quando ela ainda morava com a mãe, e descobri que nem ao menos foi registrada pelo pai, como o senhor Roberto, viajava muito a trabalho, quase nunca parava em casa, e quando Inês lhe contou sobre a gravidez ele teve dúvidas da índole de sua mulher, por muitas vezes dizia até que Isabela não era sua filha, por não se parecer com ele. Me contou ela, que ouvia-o dizer sempre que bebia...

Como pode? Uma moça, que perdeu a mãe, foi maltratada pela madrasta, negligenciada pelo próprio pai, ser dona de uma doçura, carregar a todo momento um lindo sorriso desse no rosto, e não o amargor da vida dura que enfrentou? Quem é você Isabella Rangel?... Não pode ser humana. Está mais para um anjo... Penso, eu.

Isabella: Saimon... Tudo bem? Estou falando demais né...

Pergunta ela, me tirando dos meus pensamentos, ao ter percebido o meu silêncio.

_ Uhm... Está tudo bem...

Digo, me sentido estranho a não conseguir desviar o meu olhar dos seus.

Isabella: Rsrsrs! Ah! Que vergonha. Estava falando sem parar. Me desculpa!

Disse ela, com um rubro em seu rosto.

_ Que isso. Estava te ouvindo. Além disso, iremos ficar por aqui por mais umas duas horas. Estou aguardando o meu amigo, que virá trazer a certidão e os seus novos documentos.

Falo, enquanto olho a hora no relógio no meu pulso. São 10h45 ainda.

_ Se quiser podemos dar uma volta enquanto ele não chega...

Isabella: Ah! Pode ser então, vamos no jardim...

Disse, já se levantando da cadeira. Sigo até ela, passando seu braço em volta do meu, caminhamos juntos para a área do jardim, que tem no restaurante.

Caminhamos um pouco, enquanto lhe conto um pouco mais sobre mim, a vejo ficar surpresa quando lhe confesso que sei tocar violão, e até compus algumas músicas, prático boxe 🥊. E, era um ótimo nadador, mas, infelizmente a água tornou-se uma inimiga...

Isabella, me contou o porque aceitou se casar comigo. Pois, se lembrou que o meu pai, havia dito, um dia antes da sua morte, que o seu filho iria ajudá-la. Não sei porque ele disse isso. Ou como poderia prever que nossos caminhos iriam se cruzar dessa maneira. Mas, ele tem razão. O que eu puder fazer por Isabella, para que tenha agora uma boa vida e viva feliz.

...Eu Farei!...

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