Capítulo 09 Pipoka E Sr Caramelo

•Saimon•

...Na Casa Do Lago....

Eu nem pensei, quando vi que havia um pequeno pedaço do algodão-doce, bem no cantinho da sua boca, removi com as pontas dos meus dedos, e isso nos trouxe a esse momento... Tendo-me retido ao seu olhar...

Olhando-lhe, poderia jurar que os seus olhos parecem enxergar dentro aos meus...

Sinto a sua respiração ofegante e quente, se encontrando com a minha. Hmmmmf! Respiro pesado sentindo um estranho calor se irradiando por todo o meu corpo.

Engulo seco, encarando os seus lábios, que parecem muito convidativos, deve ser tão doce. Hmmmmf! O que estou pensando?

_ Hmf!... É melhor... A gente entrar... Foi um longo dia, deve estar cansada.

Digo, voltando a mim. Enquanto rapidamente me coloco de pé. Respiro fundo.

Isabella: Sim, foi mesmo, um longo e maravilhoso dia!. Mas, não me sinto cansada, muito pelo contrário...

Disse ela, e sorri docemente.

Levo a minha mão no seu braço direito e a ajudo se ergue, e ela logo fica de pé.

_ Vem! Vou levá-la ao seu quarto.

Falo, segurando sua mão esquerda, enquanto na outra ela trás o algodão doce.

Isabella: Tá...

_ Bom, temos dois quartos no segundo andar, e um quarto de hóspede aqui em baixo... Aonde quer ficar?

Pergunto, e terminamos de subir os degraus restantes da escada chegando a porta de entrada da casa.

Isabella: Hum? Pode ser no de baixo, eu não quero-te incomodar mais...

Disse ela, e vejo em seu rosto que traz um sorriso tímido.

_ Que isso... Não fale assim. Não me incomoda...

Falo, enquanto adentramos a sala. E, logo me recordo que não comemos mais nada, além de um sorvete e pipoca no zoológico, e algodão-doce. E, já é noite..

_ Bem, que tal eu te apresentar um local, ainda mais importante da casa. A cozinha!

Falo, colocando o braço dela em volta do meu.

Isabella: Tá bem! Vamos...

Disse ela, com um sorriso no rosto. E, sigo e logo a ouço contar o seus passos.

...Cozinha....

...Estilo rústica....

_ Aqui estamos... Na Cozinha!

Falo, com certa empolgação.

Isabella: Hum! Então, da sala até a cozinha são 35 passos...

Disse ela, erguendo a sobrancelha parece pensativa.

_ É assim que memoriza como chegar nos cômodos?.

Pergunto com curiosidade.

Isabella: É, uma das formas, eu costumo ir tocando nas paredes e nos objetos também...

_ Hum!.. Amanhã mesmo, vou-lhe apresentar toda a casa. Mas, por hoje, que tal um tour pela cozinha?

Isabella: Rsrsrs... Sim. Vamos ao tour...

Disse ela, em seguida aperta os lábios que logo se formaram um engraçado "biquinho". Sorrio involuntariamente, olhando para uma moça totalmente diferente da que eu conheci ontem... Triste e assustada. Aquela Isabella agora deu lugar a uma moça sorridente, doce e meiga.

_ Bem... Aqui fica o balcão.

Falo, e ela toca com a sua mão esquerda, e logo deixa em cima dele o pacote com o algodão doce.

Isabella: Hum!?.. Tudo certo. Não vou-me esbarrar nele.

Disse, e ergueu as sobrancelhas simultaneamente.

_ Isso é ótimo... Agora, venha.

Aqui está o fogão, os armários...

Falo, enquanto a conduzo, a levando e a vejo passar as suas mãos por todos os, objetos e eletrodomésticos.

Isabella: ... Pronto.

_ E por último, mas sendo até a mais importante... A geladeira!

Digo, e abro de imediato as duas portas, aproveitando para ver o que temos de mantimentos.

Isabella: Conferido, com sucesso...

_ Excelente! Agora, que sabe onde fica, não importa o momento, se sentir vontade de comer. Fique a vontade... A casa também é sua.

Isabella: Hmf! Obrigado...

_ Agora, sente-se aqui... Vou preparar algo para o nosso jantar.

Digo, a conduzindo até a banqueta frente ao balcão. Ela se senta.

Isabella: Sabe cozinhar?

Pergunta a mim, e vejo atravéz da expressão no seu rosto que ficou surpresa.

_ Bom, não sou nenhum grande chef, mas, de vez quando consigo fazer algo comestível.

Falo, indo de encontro a pia.

Isabella: Eu acredito em você. Rsrsrs!

Disse ela. E a vejo dar uma leve risada.

_ Obrigado... Mas, adianto que não poderei fazer um banquete, já que o que temos aqui não é muita coisa. Amanhã mesmo vamos às compras. Mas, hoje que tal um 'spaghetti'?

Digo, e a vejo segurar o riso. Quando pronuncio espaguete em italiano.

Isabella: Um, o quê?

Pergunta, enquanto leva a mão a boca para abafar a risada.

_ Ah! Não diga que fui tão ruim assim. Vamos de espaguete...

Isabella: Tenho certeza que vai ser o melhor que já provei, em toda a minha vida.

Disse, e logo abre um sorriso meigo em seu rosto. Ao vê-la sorrindo. Acabo por sorri também. sinto-me diferente, não sei explicar.

Arregaço as mangas da camisa, e lavo minhas mãos.

Pego os ingredientes, macarrão, massa de tomate, alguns temperos e começo o preparo do nosso jantar...

Não demora nem vinte minutos e já está pronto.

A sirvo, e também a mim, sento-me na banqueta ao seu lado...

E, jantamos. Há muito tempo, que não tinha uma companhia para as refeições. Hmf! E, antes que os meus pensamentos sejam tomados por lembranças de Keila...

Isabella: Hmmmm! Isso está muito bom!

Disse ela, fazendo caras e bocas enquanto dar outra garfada. E, novamente um sorriso se coloca no meu rosto.

Um tempo depois...

Terminei de ajeitar a pouca bagunça do jantar, sou organizado, e acabo por não gostar de nada fora do lugar... Ouvi Isabella bocejando, enquanto guardava os pratos.

E, logo que terminei, a levei até onde será o seu quarto. E, novamente a ouvi contar os seus passos, enquanto com uma das mãos livres tocava a parede.

Após guiar Isabella pelo quarto, para se encontrar nele. Peguei as suas sacolas de roupas que compramos e deixei-as em cima da cama.

Isabella: Obrigado por tudo... Foi o melhor dia que tive em muitos anos, adorei o passeio ao zoológico...

Disse ela, e em seguida vi um lindo sorriso se acender no seu rosto.

_ Fico contente, que tenha gostado... Talvez possamos ir de novo, ou até mesmo, queira conhecer um outro lugar...

Isabella: Podemos ir ao parque do lago Negro... Disseram que dá pra atravessar ele de...

Disse ela. Mas, de imediato a Interrompo.

_ Sinto muito... Não posso! Hunf...

Falo, e sinto aquela sensação horrível tomando conta do meu ser de novo. Desde a morte de keila, não chego perto, de lagoas, rios, mar, piscinas... Me sinto em pânico, e muitas vezes quando me aproximo de um lugar como esses, eu travo e fico preso a lembrança do momento em que vi o corpo dela flutuando sobre as águas.

Isabella: ... Me desculpa!

Disse ela, parecendo ter percebido meu desconforto.

_ Não precisa se desculpar. Tenha uma boa noite! Isabella...

Qualquer coisa, pode-me chamar, deixarei a porta do quarto aberta para ouvi-la.

Isabella: Tá bom... Boa noite! Saimon.

Disse ela, e saio do quarto. E, fecho a porta.

Subo para o meu quarto.

E assim que entro, encaro a janela que está com as cortinas abertas, a luz do luar repousa sobre a cama... Dou passos curtos até a janela, e ao me aproximar, os meus olhos vão ao encontro do maldito lago. A lua de reflete nas águas escuras dele..

E, mesmo que eu não queira a imagem dela aparece diante de mim. Hunff! Fecho rapidamente a cortina e caminho em direção a cama. Meus olhos encontram o porta retrato com a imagem de keila. Vou até à mesa de cabeceira e a pego na minha mão. E por alguns minutos, olhando para a imagem, me lembro do seu sorriso, da sua voz me chamando de querido.

_ Keila...

Seu nome sai da minha boca, de uma forma diferente, não mais carregado de tanta dor.

Coloco o porta retrato novamente, e me sento na cama.

..."Querido... Eu te amo!"...

...Ouço a voz dela....

_ Keila!

Digo, a buscando com meus olhos por todo quarto. Ao me dar conta que deve ter sido coisa da minha cabeça. Deixo o meu corpo cair sobre a cama...

Respiro pesado, e fecho os meus olhos.

..."Saimon"...

Ouço a doce voz de isabella, enquanto me recordo do ocorrido de umas horas atrás, a imagem dela tão próxima a mim, surge nos meus pensamentos.

Seus lábios pareciam chamar pela minha boca. Hmmmf! Porquê estou pensando nisso?

Me levanto, pego da cômoda uma bermuda de dormir e uma camiseta, ainda bem que mantinha algumas roupas aqui. Sigo para o banheiro no meu quarto. Após me despir, adentro o box, ligo a ducha, e me coloco debaixo da água morna...

Finalizo o banho, e pego a toalha me seco, coloco a bermuda de dormir, em seguida uso a toalha para secar o meu cabelo.

Isabella: Saimon!!! PÔR FAVOR! Me Tira Daqui! Saimon!

Ouço os gritos desesperados dela.

Rapidamente, jogo a toalha em cima da cama e pego a minha camiseta, e saio, desço com pressa as escadas, enquanto visto a camisa ao meu corpo.

Já chegando frente a porta do quarto dela.

Isabella: Saimon! Me tira Daqui...

Ouço ela dizer. Assim que abro a porta, e a vejo do outro lado chorando.

_ Estou aqui Isabella... Estou aqui! O quê aconteceu?

Falo, abraçando-a apertado.

Isabella: Me desculpa! Não consigo dormir aqui... Quando eu tento, sinto como se estivesse presa de novo naquele sótão...

Disse ela, sinto o seu corpo trêmulo.

_ Hmmmf! Eu que peço desculpas. Mas, estou aqui com você. Não está mais naquele lugar.

Digo, e tento acalma-la.

Isabella: Pode ficar comigo até eu dormir?

Pergunta, ela enquanto ergue a sua cabeça direcionando o seu olhar ao meu rosto. E, novamente tenho os seus lábios tão próximo dos meus. A desprendo do abraço que lhe dei.

Olhando para ela, vejo que está usando uma camiseta? Parece ser uma das que comprei hoje no shopping, devo ter pegado a sacola junto com as dela.

_ É... Eu?

Falo, já ofegante, e mesmo que eu não queira, os meus olhos a desenham de baixo para cima. E, o meu corpo começa se acender...

Não sei se é por que já fazem dois anos que não tenho proximidade com uma mulher.

Isabella: Podemos dormir essa noite na sala?

Pergunta. E, respiro fundo, me recompondo.

_ Sim, podemos dormir lá...

Digo, e ela segura no meu braço, e seguimos até lá.

Ajeito o sofá para ela, e coloco um colchonete no chão, pego alguns lençóis e logo nos deitamos.

Por mais que eu tente dormir, o sono me foge, me sinto inquieto, e só consigo pensar nela... O quê está acontecendo comigo?

Isabella: Saimon, esqueci a pipoka.

Disse ela.

_ O quê?

Digo, pensando se ela ainda deve estar com fome, ou sonhando?

Isabella: Eu esqueci a pipoka e o caramelo.

Disse ela, se levantando do sofá.

_ Ainda está com fome?

Pergunto, me sentindo confuso.

Isabella: Não, eu esqueci os bichinhos de pelúcia no carro. A Pipoka e o sr caramelo...

Disse ela, de uma forma tão engraçada. Que não consigo evitar e começo a dar risadas.

_ Rsrsrsrs! Pipoka, e sr caramelo... Rsrsrs!

Isabella: Para de rir... Pode pegá-los pra mim...

Disse ela.

_ Vamos dormir, a pipoka e o Sr caramelo, vão ficar bem até de manhã...

Isabella: Mas não consigo dormir... Posso deitar do seu lado.

_ Hmmmmf! ...Tudo bem...

Digo, e engulo seco, quando a sinto se deitando por de trás de mim.

Isabella: Obrigada Saimon... Boa noite.

..._ Boa Noite! Isabella......

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