Saimon Alencar 28 Anos.
Já tem uma semana que estou de volta ao Brasil. E, jamais pensei em retornar a esse país depois do que aconteceu. Mas, infelizmente o meu pai se foi, e, não poderia deixar de vir-me despedir, ele era um grande homem. Só não consigo entender, porquê de ser logo nessa casa, essa leitura do testamento... Hunff!
...Casa nas montanhas....
...Rio Grande Do Sul Brasil....
...11h Da Manhã....
Imaginem...
Não está sendo nada fácil, ter que estar no lugar em que há dois anos eu a perdi.
Cresci, vindo a essa casa, tive uma boa parte da minha infância aqui. Hoje estar nesse lugar só me causa dor e más recordações.
Penso, enquanto pela janela do meu antigo quarto, encaro o lago. E, de imediato lembranças daquele dia, tomam conta dos meus pensamentos. O momento em que vi o seu corpo já sem vida, flutuando sobre as águas do lago.
Esse maldito lago! Tirou a vida da minha mulher e do nosso bebê, que ela ainda gerava em seu ventre.
_ Porquê Keila? Porquê me deixou sozinho... Desistiu de tudo! De nós dois, da nossa família... Tínhamos tantos planos, sonhos, prometemos nos amarmos por toda vida... E, você me deixou. Ahh! ....
Exclamo alto, ao sentir as lágrimas caindo em gotas molhando a minha face, fecho a cortina, e saio do quarto, limpo as lágrimas do meu rosto. Desço a escada e sigo para o escritório, onde já me aguardam para a tal leitura do testamento do meu pai.
Ao adentrar, todos os olhares se voltam para mim.
Além dos advogados, também está presente minha mãe, sentada ao sofá, e o grande amigo, e parceiro de negócios do meu pai, Luciano Castelo, sentando em uma poltrona ao lado do sofá .
Núbia: Até que enfim! Meu filho, precisamos acabar com isso de uma vez!. Eu não aguento mais...
Disse ela, enquanto seca as lágrimas dos seus olhos com um lenço.
_ Já estou aqui. Podem começar...
Falo, enquanto me sento ao lado da minha mãe.
Logo ouvimos todas as cláusulas legais...
A casa principal, em gramado ele da a minha mãe. Assim como uma certa quantia em dinheiro. Bem considerável, que a manterá por um tempo.
Já a mim, me deu essa maldita casa, para fazer o que achar melhor. O que mais gostaria, era de secar aquele maldito lago...
E, também confiou a mim a nossa rede de restaurantes de culinária italiana, Felipo.
Mas logo ouvi um grande absurdo.
Que para mim poder assumir os negócios, terei que me casar dentro de um "Mês", do contrário tudo passará para as mãos de Luciano e será ele que administrará os negócios da nossa família.
_ Que Absurdo! Isso não pode estar certo! Meu pai jamais me pediria isso...
Exclamo alto, me sentindo irritado…
Núbia: Acredito, que eu tenha influenciado o seu pai.
Disse minha mãe, de uma forma tranquila. Como pode ter feito isso comigo? Ela sabia que depois de Keila, jurei não me casar novamente.
_ Você? Porquê? Sabe bem, ainda a tenho dentro de mim... Não consigo esquecer a Keila... Eu ainda a amo!
Digo, e franzo meu cenho, sentindo um forte aperto em meu peito, e as lágrimas se formando em meus olhos.
Núbia: Por isso mesmo! Saimon. Já não suporto mais te ver sofrendo por ela... A Keila se foi há dois anos. E, você não a deixou partir... Vive enterrado nas lembranças, em toda essa dor, isso só está-te matando... Está na hora de deixar a Keila ir de uma vez filho...
Disse ela, colocando as suas mãos no meu rosto.
_ Então, querem que eu me case? E, com quem seria... Já que preciso me casar em um mês. Devem ter arrumado a noiva.
Falo, retirando as mãos dela de mim. Me levanto, meus olhos vão de encontro a ele.
_ Luciano, não me diga que vai me ceder a mão de sua filha...
Pergunto com ironia.
Luciano: Bem acho aceitável... O seu pai, já havia mencionado sobre querer unir as nossas famílias. Para que o Felipo permaneça sempre sendo da família Alencar e Castelo...
Disse ele, enquanto se levanta e vem até a mim.
Núbia: Sabe que sempre foi dá minha vontade e a do seu pai, que se casasse com a Denise, ela é uma boa moça, culta, e muito inteligente, será uma boa esposa filho.
Disse ela vindo na minha direção.
Como pensava! Até mesmo a noiva já foi arranjada.
_ Eu não vou-me casar! Nem com ela e nem com nenhuma outra!
Digo, convicto..Os encaro friamente.
Núbia: Saimon! Pôr favor...
_ Já disse que Não!
Núbia: Quero falar a sós com o meu filho...
Luciano: É, claro... Vamos.
Disse ele, e acompanha os advogados para fora do escritório.
_ Não há nada que disser, que vai-me fazer mudar de ideia, e me casar com Denise Castelo.
Núbia: Saimon, eu sei exatamente o porque o seu pai, colocou essa condição no testamento. Foi para que você permanecesse no Brasil.
_ Não adiantou muito! Eu vou voltar para Itália na próxima semana.
Núbia: Filho... Não queria ter que dizer assim. Mas, eu estou doente. Então por favor! Que seja por mim...
Disse ela apressadamente, com os seus olhos fechados. Em seguida respira fundo.
_ Está doente?
Pergunto a encaro com surpresa a sua revelação.
Núbia: Os médicos ainda não sabem o que é... Hff! Estão pedindo exames e mais exames... Eu não vou aguentar passar por isso sozinha. Já perdi o seu pai, e agora não tenho você ao meu lado... Eu Não sei o que fazer, meu filho... Não sei!
Disse ela, em lágrimas com desespero. Jamais a vi nesse estado.
Levo as minhas mãos a cabeça, me sinto atordoado, faz apenas alguns dias que enterramos o meu pai e agora, minha mãe está doente? Vou perde-la também... Todos que eu amo. Morrem…
Núbia: Pôr favor! Filho... Não pode-me deixar nesse momento. Se não se casar, perderei tudo, além da minha saúde, que já nem a tenho mais...
Disse ela, em prantos.
_ Eu preciso de um tempo, pra pensar...
Falo, encarando os seus olhos tristes e molhados.
E, saio da sala, ando apressadamente, passando pelos advogados e Luciano, ignoro os seus chamados e vou em direção a porta da sala.
Tenho que sair desse lugar!
Penso já adentrando o meu carro, passando o cinto de segurança o travo, e dirijo sem rumo algum... Na minha cabeça, as imagens de Keila, da sua doce risada, se misturam com as súplicas da mãe. Me dizendo que está doente, e os seus pedidos para que me case, e permaneça nesse país. Sem me dar conta estaciono frente ao restaurante... E, imagens de quando eu vinha até aqui ainda criança com o meu pai! Dos seus dizer...
..."Sabe filho, não há nada melhor do que ter uma família reunida em volta de uma mesa farta, compartilhando momentos e alegrias....
...É por isso que o Felipo existe"...
...Hunfff!...
Desço do carro e dou passos curtos em direção a entrada do restaurante.
E, de repente uma moça esbarra em mim, deixando um cesto com rosas cair ao chão.
_ Não olha por onde anda! Tá cega!
Digo, encarando com meu cenho fechado.
M: Eu...?
Disse ela, olhando por cima do meu ombro.
_ Além de cega é surda...
Digo com desdém.
M: Me desculpa! Eu sinto muito senhor...
Disse ela, e tenta se desvencilhar de mim.
_ Espera aí!
Digo, a segurando pelo braço, enquanto encaro o seu olhar. Os seus lindos olhos, verdes, tão profundos, porém sem brilho.
M: Não me toque... Me solta pôr favor!
Disse ela, parecendo estar assustada.
H: Solta Ela!
Gritou um homem, vindo na minha direção e sem eu esperar. Me agride com um soco. O que me faz pender para trás, e soltar o braço da moça, com isso ela cai de joelhos ao chão.
M: Aí! ... Kevin! Me ajuda.. Kevin.
Resmunga ela, e chama pelo homem, enquanto vejo a apalpar o chão em sua volta.
_ Está bem? Se machucou..
Pergunto me sentindo culpado, e tento-me aproximar. Mas ele se coloca na minha frente, me impedindo.
H: Deixa ela em paz! Não tá vendo que ela é cega?!
Disse ele, indo de encontro a moça, e a ajuda se levantar.
É só aí, que cai a minha ficha. Recolho o cesto e as flores do chão.
_ Aqui... Pegue, eu sinto muito...
Digo estendendo em direção a ela o cesto. E, novamente o rapaz se coloca na frente e puxa o cesto da minha mão, me encarando com um olhar desafiador.
H: Guarde suas desculpas. Seu babaca!
Fala, e a conduz até uma motocicleta, vejo irem embora.
_ Que imbecil que eu fui! Hunff... A Moça é mesmo, cega...
Falo, para mim mesmo, e respiro fundo, me sentindo um idiota.
Por que parecia tão assustada... Penso, ao me lembrar da expressão em seu rosto, que transmitia muito medo.
...Quem será essa moça?...
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Tânia Principe Dos Santos
no início não fala k Isabella é cega mas ok
2025-01-14
0
Luciana Santos
investiga bonito
2025-03-17
0
Nicole Rossales
rio grande do sullllllll
2024-08-25
2