Enrico
Atordoado, observei Nininha correndo para longe, desaparecendo no vasto pasto da minha fazenda. Rapidamente, pedi a um funcionário que preparasse meu cavalo com a sela para que eu pudesse partir. Enquanto aguardava, minha irmã e meus sogros discutiam atrás de mim, aumentando minha impaciência.
Dirigi-me a eles, impaciente:
— Por favor, poderiam parar de discutir? É tarde para procurar culpados, não acham?
Todos me encararam espantados. Encarando minha sogra, declarei:
— Vou atrás da minha namorada e a trarei de volta. Com todo respeito, senhora Amélia, não me importo com sua opinião sobre mim. Quem sente os sentimentos sou eu, sei da minha verdade. A única opinião que me importa aqui é a da filha da senhora, a quem amo verdadeiramente, independentemente de a senhora acreditar ou não.
Sem esperar resposta, segui em direção ao funcionário com o cavalo recém-preparado, que acabara de chegar. Montei no cavalo e parti em busca de Nininha.
O sol ainda estava alto, espalhando seu calor sobre o pasto enquanto eu galopava, procurando qualquer sinal dela. A grama alta balançava suavemente ao vento, criando uma dança ondulante diante de mim.
Enquanto avançava, minhas lembranças sobre nossa relação permeavam meus pensamentos. Ao longe, notei um movimento entre as árvores e acelerei o passo do cavalo naquela direção, esperando encontrar alguma pista dela.
À medida que prosseguia, descobri vestígios: pegadas na terra macia, um broche novamente esquecido pendurado em um galho. Cada sinal reacendia minha esperança e determinação.
Enquanto isso, meus sentimentos tumultuados - preocupação, amor e incerteza - ecoavam em minha mente, impulsionando-me a seguir adiante na busca por minha amada.
Ao adentrar mais por entre as árvores, de repente o cavalo relincha e para abruptamente, assustado com uma cobra estirada no meio do caminho. O cavalo se ergue tão alto comigo que, quando percebo, já estou indo ao encontro do chão.
Ao cair, o cavalo sai em disparada por entre as árvores. Meu corpo dói todo neste momento. A cobra se vira em minha direção rapidamente, mas estou tão atônico que permaneço sem reação.
De repente, surge um vulto entre as árvores, rápido, que se joga em cima da cobra, dando o bote primeiro. Processando rapidamente o que está acontecendo, percebo que é Nininha. Ela literalmente rola no gramado com a cobra.
Respiro rapidamente pelo choque de tudo, quase sentindo-me agonizando. Não é todo dia que vemos algo assim: sua namorada rolando na grama literalmente com uma cobra para te defender é algo que deixa qualquer um perplexo.
Mas rapidamente me levanto do chão, correndo em direção a Nininha, dizendo alto:
— Nininha! Cuidado! Por favor, cuidado!
Ela se ergue entre a grama alta, segurando a cobra pelo pescoço. Suspiro aliviado, como se um peso tivesse sido tirado de mim. Nossos olhares se encontram e há tanto sentimento neles.
O cabelo dela está totalmente desgrenhado, com algumas folhas grudadas. Seu vestido verde claro está completamente amarrotado e cheio de carrapichos, que por um momento confundo com a própria decoração do vestido.
Ela então joga a cobra para longe de nós, mas não tenho palavras para dizer nada, apenas posso demonstrar. Sigo rapidamente até ela, parando e encostando nossas testas. Por um momento, ela fecha seus olhos e, ao abri-los, olha-me profundamente com uma expressão cheia de emoção, sussurrando:
— Eu te amo, Enrico.
Depois que ela disse isso, nos encontramos imersos num turbilhão de emoções no centro de tudo. Enquanto nossos olhares se fixam intensamente, o mundo ao nosso redor parece desacelerar. Cada respiração, cada batida do coração, ecoa como uma sinfonia vibrante.
A proximidade entre nossos rostos é tangível, a eletricidade entre nós cria uma aura intensa. Suas palavras ressoam em minha mente como uma melodia doce, alimentando o fogo do amor que queima dentro de mim.
Sem hesitar, seguro seu rosto suavemente entre minhas mãos, sentindo a suavidade de sua pele, enquanto seus olhos mergulham nos meus, transmitindo um oceano de sentimentos mútuos. A tensão do momento se dissolve gradualmente, substituída por uma calma reconfortante.
Nossos lábios se aproximam lentamente, cada centímetro parece uma eternidade. O calor de sua respiração se mistura à minha, criando um véu invisível de conexão entre nós. E então, finalmente, eles se tocam.
É um beijo repleto de promessas não ditas, de amor puro e incondicional. Cada movimento dos lábios é uma dança sincronizada, uma expressão ardente de todo o amor, preocupação e alívio que inundam nossos corações nesse momento.
Estamos imersos na sensação, onde não há espaço para mais nada além da profunda ligação entre nós dois. É um beijo que transcende palavras, uma linguagem universal de amor e gratidão.
Depois do nosso beijo, encosto novamente a cabeça na de Nininha, sorrindo maravilhado com a coragem dela. Num sussurro, digo:
— Você é meu anjo selvagem, uma guerreira disfarçada.
As palavras fluem suavemente, revelando minha admiração pela determinação e valentia dela. Nesse momento íntimo, parece que nossos corações se entendem para além das palavras, unindo-nos ainda mais profundamente.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 83
Comments
Benedita Lourdes
história muito linda, más essa mãe dela viu ... deixa rolar
2024-03-19
2
Marli Sinhorini
história linda parabéns autora
2024-01-19
1