Enrico
Nininha olha para mim, totalmente surpresa. Sua respiração fica irregular enquanto se levanta e se aproxima, dizendo:
— Com que direito você achou que poderia chamar meus pais aqui para me pedir em namoro sem sequer me comunicar antes?
Fico sem palavras por um momento, mas recupero-as com uma expressão desacreditada, e respondo:
— Eu ia te falar. De qualquer forma, já falei agora.
Nininha me encara com uma expressão quase furiosa e diz seriamente:
— Você não manda em mim, Enrico. Não é só porque você acha que tem todo esse poder que tudo será como você quer.
Perplexo, é assim que me sinto. Como ela pode ficar tão furiosa assim por isso? Suspiro profundamente e digo:
— Desculpa, Nininha. Talvez o que eu fiz não tenha sido o certo mesmo. Mas você também não precisa ficar tão furiosa.
Ela me encara profundamente e continua:
— Estamos nos precipitando, Enrico. Afinal, mal nos conhecemos, somos extremamente diferentes. Você precisa de alguém que tenha a mesma perspectiva que você, e eu definitivamente não sou esse alguém.
Fico imóvel diante de suas palavras carregadas de sentimentos. Aproximo-me ainda mais dela, olhando fixamente em seus olhos, e me expresso:
— Eu te amo, Nininha. Te amo desde o momento em que te vi cavalgando livremente, como um anjo selvagem. Sei que somos diferentes, mas suas peculiaridades não mudam o que sinto por você. Você é meu anjo, aquele destinado a me ajudar a me reencontrar. Por favor, não desista de mim.
No momento em que ela ia falar algo, Carol entra, dizendo:
— Vocês acreditam que...
Percebendo a tensão, minha irmã pigarreia e volta-se de costas, dizendo:
— Ops! Momento errado, finjam que eu nunca estive aqui.
E ela se afasta rapidamente, deixando-nos sozinhos novamente. Nininha acaba com a distância entre nós, colocando gentilmente suas mãos sobre meu peito e dizendo:
— E se o nosso amor não for forte o suficiente?
Olhei nos olhos dela, sentindo o peso de suas palavras. Respirei fundo antes de responder, convicto do meu amor por ela:
— Nosso amor será forte o suficiente se estivermos dispostos a enfrentar os desafios juntos. Não se trata apenas de semelhanças, mas de respeito, compreensão e apoio mútuo. Sei que somos diferentes, mas acredito que isso pode tornar nosso relacionamento especial. Podemos aprender um com o outro, crescer juntos.
Nininha abaixou o olhar por um momento e, finalmente, sorriu suavemente. Ela ergueu o rosto novamente, seus olhos brilhando com uma ternura renovada.
— Talvez você tenha razão, Enrico. Talvez a diferença entre nós seja exatamente o que precisamos para nos complementar. Mas precisamos ir devagar, nos conhecer melhor, entender como podemos fazer isso funcionar.
Assenti com um sorriso, aliviado por sentir uma abertura em suas palavras. Estendendo a mão para ela, Nininha segurou-a delicadamente.
— Vamos tentar, Enrico. Vamos ver onde isso nos leva, juntos.
Com um sorriso de orelha a orelha, quase como se não pudesse acreditar, perguntei novamente:
— Então isso é um sim? Você aceita ser minha namorada!?
Ela sorriu docemente, enquanto gentilmente colocava a mão no meu rosto, e disse:
— Sim, sim, sim, sim.
Sorrindo ainda mais, a ergui rodopiando de tanta felicidade. Ela sorriu genuinamente, enquanto a colocava delicadamente no chão; olhamo-nos profundamente.
Então nos beijamos apaixonadamente, senti a delicadeza de cada movimento, como se cada instante fosse uma sinfonia de sentimentos. Os corações acelerados ecoavam um no outro, criando uma sintonia única entre nós.
Nininha, mesmo no seu segundo beijo, transmitia uma confiança renovada. Seus lábios se moviam em sincronia com os meus, expressando um desejo mútuo de conexão e entrega. Cada carícia dos nossos lábios era um gesto de confiança e paixão que parecia crescer a cada segundo.
Era um momento de descoberta e intimidade, onde o mundo ao redor parecia desaparecer, deixando apenas nós dois imersos naquela troca de afeto e promessas silenciosas. O beijo, repleto de ternura e carinho, era a confirmação de um novo capítulo em nossa história, cheio de promessas de amor e cumplicidade.
Assim que o horário do almoço chegou, os pais de Nininha apareceram. Eu os cumprimentei, sorrindo amplamente para o senhor Raimundo e dona Amélia.
O senhor Raimundo brincou dizendo:
— Esse sorriso seu parece indicar que viu um passarinho verde!
Ainda sorrindo, mas intrigado com o comentário engraçado, perguntei:
— Desculpe minha ignorância, mas o que seria esse passarinho verde?
Dona Amélia, também sorrindo, explicou:
— É uma expressão comum por aqui, Enrico. Quando dizemos que alguém viu um passarinho verde, queremos dizer que a pessoa está muito esperançosa e feliz sem um motivo aparente, como se tivesse encontrado o caminho da paz.
Meu sorriso se ampliou ainda mais quando disse:
— Perfeito, porque realmente estou esperançoso, no caminho da paz. Assim espero.
Enquanto eu e os pais de Nininha, ou melhor, agora meus sogros, ríamos contagiados pela situação, nos encaminhamos para a mesa para almoçar. Senti uma verdadeira paz invadindo meu ser neste momento descontraído.
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Atualizado até capítulo 83
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