Nininha
Eu estava um pouco confusa por causa daquele encontro inesperado na mercearia com Enrico. Enfim, agora sei o nome dele. A irmã dele, Carol, me pareceu uma garota legal. Acho que podemos ser amigas, como ela me sugeriu.
E aqui estou eu, em pleno sábado, depois de ter ajudado meus pais nos afazeres do sítio. Estou agora de banho tomado e escolhendo um vestido mais novo para esse almoço.
Peguei um vestido perfeito, com uma marcação na cintura e seu caimento fica um pouco rodado mais abaixo. Enquanto me vestia, meu coração acelerava com a ansiedade de ver o irmão da minha futura amiga.
Peguei meu broche, o prendendo sob o vestido. Eu queria muito ir descalça, mas acabei optando por calçar uma sandália modesta. Minha mãe bateu na porta do quarto e me disse:
— Filha, posso entrar?
Rapidamente respondo:
— Claro mãe.
Ela entra e ao me ver, abre um sorriso genuíno, me dizendo:
— Você está tão linda filha. Sei que você gosta de andar com o cabelo só solto, mas posso fazer aquela trança que eu fazia quando você era pequena? Ficará perfeito.
Olho para minha mãe por um momento, eu realmente não gosto de prender meu cabelo, mas acabo aceitando a proposta dela.
— Tudo bem mãe, pode fazer.
Ela sorri enquanto eu me sento de frente para minha penteadeira, e ela começa a pentear meu cabelo e habilidosamente começa a fazer a trança. Nossos olhares se encontram no espelho da penteadeira, e ela, me dando um sorriso como se estivesse revivendo um momento nostálgico, me diz:
— Você está crescendo Nininha, mas sempre continuará sendo minha garotinha, não deixe que ninguém tire o que você tem de mais lindo filha.
Após ela dizer isso, ela finalizou a trança. Curiosa pelo que ela disse, eu me viro para encará-la e pergunto:
— Como assim mãe?
Ela sorri e puxando um pufe, ela se senta na minha frente pegando na minha mão e dizendo:
— Quero dizer sua essência filha, quem você realmente é. Lembre-se Nininha, esse é o seu maior tesouro, cuide bem dele, a sua essência é linda filha.
Ela então levou uma das mãos até meu coração, e continuou dizendo:
— Quem não entende o que isso é Nininha, irá sempre querer te diminuir por isso, mas saiba sempre quem você é filha, se conheça profundamente, e então sabendo quem você é, ninguém poderá te intimidar, entendeu?
Olhei para minha mãe seriamente, suas palavras ressoaram profundamente em mim, embora não tenha entendido completamente o que ela disse, eu iria guardar muito bem suas palavras comigo.
Eu e ela nos levantamos e nos abraçamos, mas uma pergunta ficou martelando em mim e tive que perguntar, enquanto ainda estava em seu abraço.
— Mãe, eu amo a senhora, o pai, o meu Ventania e o Caramelo, e amo a vida que levamos aqui, isso me deixa em paz, me faz bem, quero viver eternamente, cercada por toda essa natureza que nos abençoa dando frutos e prosperidade. Isso é ser quem eu realmente sou mãe, é isso que é essência? Você viver de acordo com o que ressoa com você?
Minha mãe sorriu e beijou meu rosto, dizendo:
— Sim, filha, sua essência sabe o que é certo e bom para você, mesmo que aos olhos de outras pessoas possa parecer insignificante e sem sentido. Confie sempre no que ressoa no mais profundo do seu ser, muitos se esqueceram do que realmente importa. Mas você é uma garota perspicaz, compreendeu rapidamente o que eu disse. Seja sempre você mesma, não importa se isso vai incomodar, se vão te criticar. Você saberá da sua verdade, de quem você realmente é por dentro.
Após as palavras da minha mãe, me sinto muito bem e feliz, como se ela tivesse me dado um ânimo a mais. E ela realmente está certa, agora eu sei quem sou, sou um espírito livre, amo viver aqui, amo minha simplicidade de viver, realizada e feliz, morando no meu pedacinho do céu, é assim que me sinto.
E assim me despeço dos meus pais, os dois gritam para mim quando já estou em uma certa distância na minha bicicleta.
— Não volte muito tarde! Se comporta!
Sorrio e grito de volta:
— Vou tentar!
E então ouço o grito dos dois em desaprovação a minha resposta.
— Nininha!!
Pedalo ainda mais, sorrindo enquanto o vento toca suavemente meu rosto. Já há uma certa distância, a sandália em meu pé começa a me incomodar enquanto pedalo.
Um pouco irritada, paro a bicicleta, me sento na beirada da estrada e tiro a sandália, ficando descalça. Ao fazer isso, uma sensação bem melhor me envolve, quando meus pés tocam no chão, e eu digo comigo mesma:
— Ufa! Bem melhor.
Ao me levantar e pegar a bicicleta, uma caminhonete para abruptamente na minha frente, mas então eu fecho a cara já sabendo de quem se trata, Vinícius, o garoto que me atormenta desde o colégio.
— Ei estranha!? Onde você pensa que vai!?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 83
Comments
Rosilene Santos
Nininha e tão bom ser Livre
2024-08-27
2