Enrico
Estava conversando com alguns funcionários da fazenda sobre algumas melhorias que precisam ser feitas quando uma das cozinheiras veio me informar que o almoço estava pronto.
Então, perguntei a ela:
— A convidada da minha irmã já chegou?
Ela respondeu rapidamente:
— Ainda não, senhor. A menina Carol está no portão, disse que iria esperar lá.
Agradeci a ela, que se retirou. Despedi-me dos funcionários e fui em direção à minha irmã, que estava no portão. Preocupa-me um pouco, pois temo que minha irmã esteja criando expectativas demais sobre essa possível nova amizade.
Afinal, não sabemos absolutamente nada sobre Nininha. Isso também se aplica a mim mesmo, além do fato de que ela é apenas uma garota imatura. Enquanto me aproximo da minha irmã, observo ansiosamente se a possível amiga está chegando.
Ao chegar até ela, coloco gentilmente a mão sobre seu ombro. Ela se vira e me olha com um olhar um pouco triste, como se tivesse realmente criado expectativas demais.
— Vamos almoçar, Carol. Ela provavelmente não vem. — Digo firmemente.
Ela me olha com um olhar que não consigo decifrar e sai correndo. No momento em que vou dizer a ela para esperar, é tarde demais, pois a mesma, já tinha entrado em casa.
Suspirando, encosto-me no portão, observando a rua deserta estendendo-se diante de mim. Foi nesse momento que, ao longe, avistei alguém pedalando rapidamente. Curioso, subi sobre o portão para ver melhor. Logo atrás, uma caminhonete preta quase a atropelava.
— Mas o que é isso! — Exclamei espantado, observando a cena.
Rapidamente percebi que se tratava de Nininha. A caminhonete acelerou ainda mais, então abri rapidamente o portão. Fiquei na beira da rua. Quando ela já estava bem próxima, percebi que a caminhonete iria atropelá-la, então apenas gritei:
— Nininha, segure minha mão. — Estendi a mão para ela, que me olhou com os olhos arregalados.
Sem pensar muito, ela fez o que pedi. Puxei-a com toda a força para cima de mim, mas devido ao impacto, nós dois fomos ao chão, enquanto a caminhonete passava arrastando a bicicleta dela pelo asfalto, seguindo em alta velocidade.
Nossos olhos se encontraram, minhas mãos sobre ela a protegiam como um escudo, nossas respirações irregulares se misturaram enquanto ainda nos encarávamos.
É difícil encontrar as palavras certas, mas com muito esforço disse:
— Você está bem? Está machucada?
Ela, um pouco sem jeito, diz:
— Obrigada! Estou bem.
Percebendo que ainda estava sobre mim, com as mãos em meu peito, ela se levantou quase num pulo. Então rapidamente eu também me levanto. Finalmente, pude observá-la melhor. Notei seu cabelo trançado, agora um pouco desfeito, sua pele clara ruborizada e ela até um pouco suada, indicando que estava sendo seguida pela caminhonete há algum tempo.
Seu vestido azul estava um pouco amarrotado devido à queda, e meus olhos foram para seus pés descalços novamente. Ela percebeu meu olhar avaliativo e virou o rosto rapidamente quando nossos olhares se cruzaram.
Minha revolta com quem quer que estivesse naquela caminhonete cresceu. Antes que eu pudesse perguntar a ela quem era a pessoa ou se a conhecia, minha irmã apareceu correndo em nossa direção.
Ela chegou, olhando-nos espantada, e disse:
— Meu Deus, Nininha! O que aconteceu?
Não sei se foi pelo susto ou por toda a situação, mas Nininha engoliu em seco diante de mim e de minha irmã, não conseguindo mais conter as lágrimas. Minha irmã não disse nada, apenas foi apressadamente até ela, envolvendo-a em um abraço cheio de preocupação e carinho. Ela gentilmente limpou as lágrimas de Nininha, dizendo:
— Vem, vou cuidar de você.
Eu fiquei ali parado como uma estátua, incapaz de expressar qualquer reação, me culpando internamente por não ter conseguido dizer uma palavra de conforto a ela. Enquanto via as duas se afastando, uma fúria tomava conta de mim por quem quer que tenha feito isso com ela.
Peguei meu celular rapidamente e entrei em contato com a equipe de segurança que possuo. Eles atenderam de imediato. Observando-as chegarem à casa, falei sério com a pessoa do outro lado da linha:
— Quero as imagens da câmera de segurança próxima ao portão da minha propriedade, imediatamente.
A pessoa respondeu:
— Claro, senhor. Já estamos providenciando.
Encerrei a ligação e suspirei profundamente, passando a mão pela barba. Por um momento, meu olhar foi para o gramado onde caímos, e ali vi algo brilhando sob a luz do sol. Curioso, aproximei-me e vi um discreto broche de flor branca na grama. Constatei que era de Nininha. Ao cheirá-lo, um sorriso genuíno se formou em meus lábios ao reconhecer o perfume dela, que estava se tornando um dos meus favoritos.
Levantei-me e examinei o pequeno objeto em minha mão, pensando: "Você é realmente uma garota muito peculiar, Nininha. Estou ansioso para descobrir mais sobre você.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 83
Comments
Benedita Lourdes
caraca autora , estou amando a história
parabéns
2024-03-19
1
Rosilene Santos
Maravilhoso parabéns
2024-08-27
0
Rosilene Santos
Eu também estou amando o livro benedita
2024-08-27
0