De volta a casa de campo eu subo para o quarto e Ítalo vai fazer sei lá o quê. É o tempo que tenho pra me cuidar no banheiro antes que ele apareça.
Assim que termino o que tenho que fazer eu me enfio em um pijama de seda e ajeito alguns cobertores no chão. Está frio, a madeira é péssima nesses dias, mas por sorte eu tenho um tapete felpudo a disposição pra ser uma barreira de temperatura.
Depois que me deito eu mexo um pouco no celular enquanto o sono não vem, não demora e Rizzo chega. Passa por mim em silêncio e entra no banheiro, ouço o chuveiro ligado e continuo concentrada nas minhas redes sociais. Quando ele sai está usando uma calça de pijama e camiseta.
Se deita na cama, e pra variar, fala cheio de deboche:
- Boa noite, meu amor. Durma bem.
Reviro meus olhos e deixo o celular de lado.
É uma noite péssima pra mim. Morri de frio durante a noite toda. Estou com dor nas costas e minha garganta começa a arranhar. Princípio de resfriado.
Me levanto rápido e me ajeito, preciso ir em busca de um remédio antes que evolua e eu fique doente mesmo nessa viagem. Estou completamente dura do chão, mas Ítalo acorda com um sorriso e tanto na boca.
- Que cama maravilhosa. Dormi feito um bebê!
Filho da mãe!
É um boçal mesmo, vive dizendo que sou imatura, mas age desse jeito.
Viver de aparências é um saco.
Desço as escadas e me encontro com as pessoas para o café da manhã.
- Onde está Lio, minha cara?
No meu bolso!
Abro um sorriso pra Andrea.
- Já vai descer.
- Ótimo! Nós queremos fazer um passeio a cavalo.
Não sei andar. Será que aquele infeliz me deixa ficar aqui?
Depois de um tempinho ele chega.
- Bom dia pra vocês.
Ele senta na cadeira ao meu lado.
- Lio, meu caro, nós vamos andar a cavalo hoje.
Ele abre um sorriso. Parece que Ítalo gosta de cavalos.
- Ótimo.
Aproveito esse momento pra pedir um comprimido pra Andrea.
- Claro minha querida, vou pedir alguém pra buscar pra você. O frio te pegou de jeito essa noite? Ítalo não fez o papel dele como deveria fazer.
As pessoas em volta da mesa riem e se envolvem em uma conversa sobre como homens e mulheres se comportam no casamento.
Vendo todo mundo distraído eu aproveito pra falar com meu marido de maneira baixa.
- Não sei andar a cavalo e não estou me sentindo cem por cento disposta. Posso ficar aqui?
Recebo uma resposta curta e grossa.
- Não.
Não é possível uma coisa dessa.
Uma empregada vem me trazer um comprimido e me serve um copo com água. Depois do café e de trocar de roupa pra montaria, eu fico de canto quando chegamos no estábulo.
São animais fantásticos e muito bem cuidados e eu adoraria dizer aqui que sou uma amazona, mas não mesmo.
- Anda Ambra, não me irrita logo de manhã.
- Eu já te disse que eu não sei montar.
ítalo me encara como se eu tivesse duas cabeças.
- Tá falando sério?
Encaro ele de volta.
- Você tá achando que eu tava mentindo?
Ele não diz nada, mas isso é um sim. Fico tão nervosa que solto três espirros de uma vez.
Ouvimos um dos amigos do casal anfitrião dizer:
- E então casal vinte, não vão subir?
Ítalo abre um sorriso largo e fingido.
- Minha mulher não sabe montar, então ela vai andar comigo.
COMO É QUE É?!
- Ai que romântico...
É a esposa do cara que perguntou que fala isso. Vontade de um sacode nela!
Ítalo me leva até um cavalo caramelo de pêlo brilhante e me estende a mão.
- Coloca seu pé esquerdo no apoio e passa a perna direita por cima. Tem que ir de uma vez.
Obedeço a ele e por um milagre consigo de primeira. Ele sobe em seguida e passa as mãos em volta de mim pra pegar a guia do cavalo.
Estou cagando de medo.
- Relaxa o corpo. O animal tem que te sentir confiante.
Ele fala isso sussurrando no meu ouvido direito e eu sinto cócegas. É um dos meus pontos fracos.
Felizmente eu não deixo ele perceber meu corpo traíra dando sinais.
- Eu confio no cavalo, não confio em você.
Ele ri.
- Você anda de moto e não sabe montar?
Faço uma careta.
- *O que tem a ver o c* com as calças*?
Mais uma vez ele se aproxima do meu ouvido.
- Que boca suja, Ambra. Não recebeu educação?
Ignoro meu corpo mais uma vez.
- Recebi muita, é justamente ela que rende tantos elogios a nós dois como casal.
Ele não me rebate, sabe que é verdade o que eu disse.
Nós vamos andando devagar e a medida que o tempo passa eu consigo me acostumar. A paisagem é linda e a conversa está bem agradável.
- Nós temos um pomar maravilhoso aqui, Ambra. Gosta de maçãs e pêssegos?
É Lupo quem me pergunta.
- Gosto sim.
- Então vai adorar as árvores. Estão apinhadas de frutos nessa época. Nós produzimos cooler, e pedimos aos funcionários pra ajeitarem uma mesa pra gente lá.
Chegamos no pomar bem na hora do almoço e eu acho o lugar lindo. Tem um cheiro bom de fruta e eu acho fascinante porque estamos no outono e realmente estão carregados os pés.
Eles devem ter um sistema de plantio fantástico.
O pomar tem uma mesa de pedra e em cima dela uma cesta enorme de vime com uma caixa de isopor do lado.
É um piquenique completo.
- Sabe cozinhar, minha querida?
Abro um sorriso discreto pra Andrea.
- Aprendi no colégio. Na aula de economia doméstica. Mas confesso que eu não sei receita nenhuma de cabeça quando é mais elaborada e sempre tenho que acompanhar anotada de algum lugar.
Ela ri pra mim enquanto aceitamos algumas coisas na mesa.
- Também aprendi na escola e também sou péssima de memória. Sei de cor e salteado só as coisas simples e as que Lupo gosta.
Eles parecem ser um casal e tanto. Bom, devem ser mesmo, filhos são importantes pra qualquer homem nesse meio, e existe meio que uma pressão nas mulheres a esse respeito, mas os dois parecem ser muito bem resolvidos. Além do mais, meio que adotaram Ítalo e Pietra. Lupo parece ser um bom homem pra sua esposa.
***********
Tivemos um dia agradável e agora já é hora de dormir de novo. Infelizmente meu resfriado parece ter evoluído e eu estou sentindo meu corpo mole.
Estou pegando as cobertas pra arrumar minha cama no chão, e Ítalo me chama.
- Ambra...
É quando escutamos uma batida leve na porta.
Ítalo olha pra mim e eu dou de ombros. Não sei quem pode ser a essa hora.
Ele anda e abre a porta. É a madrinha dele com uma bandeja de chá.
- Trouxe pra você, Ambra. Um chá bem forte e poderoso, com mais um comprimido. Você tem que tomar e se deitar na cama cobrindo bem o corpo, vai suar bastante e amanhã já vai estar ótima. É receita da minha nona e eu sempre fazia para os meninos quando crianças.
Agradeço a ela pela preocupação e pego a bandeja. Assim que ela se vai eu encho uma xícara e tomo bem quente junto com o comprimido. Estou me preparando pra ajeitar as cobertas, é quando sinto um toque no meu braço.
- Vai dormir no chão de novo?
Franzo a testa.
- Vou sim.
- Mas não vai adiantar nada o chá desse jeito.
- E o que você sugere?
- A cama é grande.
Faço uma careta de horror e abro a boca pra responder, mas ele me corta imediatamente.
- Acho que tem horas que a gente tem que deixar de ser cabeça dura, Ambra. Você está resfriada e a menos que queria ficar doente mesmo, eu sugiro que deite na cama. Já te falei que não sinto atração por você e não sinto mesmo, não vai correr perigo comigo. Dormiu mal noite passada, te escutei o tempo inteiro batendo queixo de frio. Orgulho demais é burrice!
É... acho que não aguento outra noite no chão.
Ítalo abre um armário antigo que o quarto tem e pega quatro travesseiros. Ele coloca no meio da cama e faz uma espécie de muro dividindo o território pra nós dois.
- Bebe mais um pouco de chá e deita. Sua teimosa.
Fico muda mas faço o que ele disse. Não vou ser burra a ponto de me fazer o pior.
Depois que se ajeita Ítalo apaga a luz e eu me cubro bem pro remédio fazer efeito.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Alliny Hellen
pelo o que entendi ele que teve os pais assassinados, provavelmente ela deve ser Parente do assassino.
2024-11-26
1
lary
kkkkkkk ele não presta mais tô amando ele
2025-02-26
0
Nicole Rossales
kkkkkkk
2024-11-27
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