Cap. 20 - Graças ao seu segredinho...

Porém, escondida atrás de uma parede, outro alguém estava sorrindo; Claire a empregada, mas não era de alegria, era um sorriso maldoso.

Ela ouviu parte da conversa e ficou bastante animada. Não havia gostado da Sophie desde o início e estava contente em poder intimida-la assim que chegou, mas Guilhermo logo percebeu e deu-lhe um duro aviso e horas depois, Dulce e Greta chegaram; e viraram uma verdadeira muralha, desde então, ela não conseguiu mais chegar perto da Sophie.

Agora ela viu uma oportunidade de afastar a moça.

O fato, é que ela pensou que ao trabalhar no apartamento do Guilhermo, teria regalias e serviria em tudo, em tudo mesmo, afinal, pra que ele precisava de um apartamento, se tinha uma mansão e mesmo que se casasse, já teria outra mansão para escolher...

No entanto, Guilhermo se quer olhou para ela, só estava lá para manter o apartamento em ordem.

Mas aí...Sophie chegou e ela teria que servi-la, Claire não gostou, fez o possível para diminuir a Sophie; como não conseguiu, agora ela pensa em ser mais cuidadosa.

O que ela não sabe, é que Guilhermo saiu, mas ligou para as meninas da segurança de Sophie...

— Bom dia Mayeni. Quero que você e a Ryle fiquem de olho na funcionária do apartamento. Mas não deixe ela perceber que está sendo vigiada.

A moça entendeu e garantiu, o deixando tranquilo. Encerrou a ligação e entrou no carro, seguindo direto para a clínica; iria acompanhar a Ava até o memorial onde Thomas e Deyse seriam sepultados.

No caminho ele recebeu a ligação de Genaro...

— Bom dia pai.

— Bom dia filho. Só estou ligando para avisar que estou indo, assim como os membros do conselho.

— Ok pai. Nos vemos lá então, mas eu não vou ficar.

Genaro concordou e encerrou a ligação.

Assim após encontrar a Ava no quarto, vestida de preto, chapéu e óculos escuro, ele a cumprimentou educadamente.

— Olá senhora Williams.

— Olá Guilhermo. Obrigada por sua vir, por sua educação, mas o correto é me chamar de senhora Bergman, eu amava o meu marido, só parei de usar o sobrenome dele, para não chamar atenção pra mim.

Ele fez um aceno com a cabeça e respondeu:

— Ok então senhora Bergman. Também acho melhor assim.

Suspirou e perguntou:

— Preparada?

Ela afirmou e então saíram. Ava parecia muito tensa e não para de apertar as mãos, então se virou para Guilhermo, limpou a garganta e:

— Guilhermo, é... ah meu Deus, como vou perguntar...

— É só perguntar.

— Bom é sobre o meu filho, ele é...

Gesticulou com a mão, o fazendo entender, então Guilhermo ergueu as sobrancelhas depois completou:

— Quer saber se ele está inteiro...

Ela balançou a cabeça afirmando, com os olhos cheios de lágrimas, então ele a olhou rapidamente e concluiu:

— Sim, o seu filho está inteiro, graças ao seu segredinho.

Ava engoliu em seco, não pode retrucar, mas agradeceu mentalmente. Ela sabe que a Calábria não perdoa, e se eles soubessem o que aconteceu a Sophie, as coisas não chegariam a tal ponto, pois eles tinham muita consideração por Matt.

Por outro lado, Thomas se sentiu a vontade, para por em risco a vida de Sophie e até da mãe, por elas estarem desprotegidas. Ele só não contava que a vida o colocaria, diante de um membro tão feroz e implacável da distinta Calábria.

Não demorou muito para chegarem, e diferente do que Ava esperava, tinha uma quantidade considerável de pessoas lá, pessoas que ela conviveu no passado e ela lembrava bem, algumas mulheres esposas de membros da Calábria foram a abraçar...

— Ava! A quanto tempo querida. Lamento a sua dor.

Falou uma mulher de aparência gentil e muito elegante, a abraçou com carinho, Ava se sentiu num misto de constrangimento e acolhida. Passou tantos anos longe e ainda lembravam dela, ela sorriu em meio as lágrimas, retribuiu o abraço e falou a velha amiga.

— Oh Olivia minha amiga... Ainda posso chama-la assim né?

Olivia sorriu e respondeu:

— É claro Ava.

Se virou para Guilhermo e Harold e os cumprimentou com respeito:

— Senhor Castellini, senhor Harold.

Eles apenas acenaram com a cabeça, ela sorriu fraco e voltou a atenção a Ava.

— Minha amiga, eu senti muita saudade sua, mas entendo que você fez o que achou que era melhor, para você e a sua filha.

Ava balançou a cabeça, então a amiga perguntou:

— E a pequena Sophie? Ops, pequena não né, deve estar uma mulher!

— Sim, e está linda.

Respondeu com um leve sorriso. Guilhermo sorriu também, mas disfarçou, então Ava pegou as mãos da Olivia e falo mais:

— Olivia foi muito bom te encontrar, espero que possamos retomar a nossa amizade. Agora se me der licença, quero ver o meu filho.

— Claro querida.

Olivia deu mais um abraço em Eiva, ela esboçou um sorriso agradecido e olhou na direção da urna, onde Thomas estava, respirou fundo e foi até o filho, e ao ver e reconhecer o rosto dele, não pode se conter e chorou copiosamente, sendo amparada por Olivia e outras mulheres.

Guilhermo se sentiu mal com a cena, não pelo morto, mas pela mãe que não merecia um filho assim, ele não gostaria de ter ficado nem um minuto, mas Genaro mandou mensagem, pedindo que ele o esperasse, então ficou.

No entanto, se afastou para tomar um ar, aproveitou para fazer uma ligação:

— Bom dia Adam.Tudo bem?

— Olá Guilhermo. Tudo em ordem. Bem vindo de volta!

— Obrigado amigo. Daqui a pouco eu chego, só queria te pedir uma coisa.

— Pode falar.

— Quero que abra uma conta, no nome da pessoa que vou te enviar por mensagem...

Falou olhando na direção de Harold, que ia ao encontro dele, então Adam falou :

— Ok, farei isso agora mesmo. Só não entendi o mistério:

— Não há nada de errado, o dinheiro que vai entrar nessa conta, foi o que recuperamos, acho justo essa pessoa receber, e não podia contar com a Greta pra isso...

— O que tem eu?

Perguntou Greta o surprendendo e fazendo se virar para a olhar. Ela chegou segurando o braço de Genaro que estava com típico chapéu e de óculos escuro, Greta também estava de óculos escuro, para disfarçar as olheiras da noite passada, em que chorou bastante.

Guilhermo encerrou a ligação e foi até eles. Beijou a mão do pai e falou:

— Pai... Oi Greta.

— Deus te abençoe meu filho.

Greta também respondeu:

— Olá Guilhermo.

Ele fez um gesto com a cabeça, então Genaro olhou para a capela e perguntou:

— Aquela é a senhora Williams?

— Sim, mas ela prefere ser chamada de senhora Bergman.

Genaro assentiu e falou:

— Vou cumprimentá-la.

Falou e seguiu de encontro a Ava, mas até chegar a ela, foi parado por muitos, afinal ele sofreu um atentado e ainda ia enterrar a sobrinha...

Enquanto ele seguiu, Guilhermo ficou e fez um gesto para Greta ficar, ela assentiu e ficou, então ele a olhou sério e perguntou com cuidado:

— Estamos bem?

— É claro Gui. Eu não abro mão da sua amizade.

— Obrigado Greta, nem eu da sua. Não quero que você fique triste.

Ela esboçou um sorriso e respondeu:

— Assim você não me ajuda!

— Greta!

— Relaxa, eu conversei com o tio Genaro a noite....

Durante a noite...

' Após sair do banheiro, Genaro sentiu o perfume de Greta. então se aproximou da porta e a ouviu falando com Harold. Quando ela seguiu para o quarto dela, ele aparou e a fez entrar no quarto dele:

— Minha filha você está aqui ?! Que surpresa agradável! Venha entre eu estava com saudade de você; vamos conversar.

Greta disfarçou as lágrimas e entrou no quarto dele obedientemente. Então ele a encarou sem dizer nada, o que a fez desabar no choro, ele a abraçou com carinho e perguntou:

— O que houve criança. Por que chora?

— Ah Tio, eu sou uma boba.

Falou de cabeça baixa, então ele pôs a mão no queixo dela e a fez o olhar, deu um sorriso acolhedor e falou:

— Ei menina, conheço muitas pessoas bobas, mas você não é uma delas. Agora me diga: o que aconteceu?

— Tio...

— Não confia em mim?

— É que eu amo o Guilhermo

Chorou pondo as mãos no rosto, enquanto ele franziu a testa surpreso, depois ela falou mais:

— Eu sei que não sou ninguém, não tenho berço; eu não tenho nada, mas...

— Ei! Vamos parar! Eu sei que você está triste agora, mas não quero que diga que não é nada ou que não tem nada.

— tio...

— Olha pra mim. Você é a minha filha, a filha que a vida me deu, eu criei você, te dei tudo, principalmente o meu amor. Eu não permito que se anule e se sinta menos do que eu digo que você é. Você Greta, é forte valente, o meu orgulho..Então você vai erguer essa cabeça e parar de chorar.

Ela soluçou e perguntou:

— E quanto ao Guilhermo, o senhor não está bravo?

Genaro se agachou na frente dela e falou:

— Filha, o Guilhermo ama você e você o ama, mas esse sentimento querida, é puro, amor de irmãos, não homem e mulher.

— Eu sei que o amo, sou apaixonada por ele.

— Querida, você está confundindo. Acredite em mim, eu vivi um grande amor, e acho a minha idade, me dá segurança para falar. Você tem sim um grande amor aí nesse coraçãozinho, mas está olhando o alvo errado. Pensa nisso. Tá bom?

— Tá bom.

Respondeu chorando, então ele abriu os braços, e ela foi até ele, recebendo o carinho e conforto de um pai. Ela chorou até dormir. Genaro a acomodou na cama e foi dormir no quarto de hóspedes.

Pela manhã, ela acordou se sentindo melhor, por conversar com Genaro, mas também constrangida por dormir lá, porém ele a tranquilizou explicando:

— Não se preocupe. Você não estava bem e dormiu, eu a deixei a vontade. Nada que eu não faria por minha filha. E se te deixa tranquila, eu dormi em outro quarto.

Ela agradeceu e foi se arrumar para o acompanhar'

Agora falando com Guilhermo, ela concluiu:

— O tio Genaro me fez entender as coisas.

— Que bom Greta, eu não quero que você sofra.

Ela sorriu, fez uma pausa e depois perguntou:

— Você dormiu no apartamento?

— Sim, eu recebi uma ligação do Sanderson, pensei que a Sophie estivesse em perigo, mas foi um engano.

— Guilhermo, você a ama. Não é?

— Acho que você não é a pessoa mais indicada, pra essa conversa Greta.

—Só responde!

Ele bufou e a encarou, ela ergueu uma sobrancelha impaciente, então ele respondeu:

— Eu não sei o que é, mas eu sinto alguma coisa.