Cap. 5 - Está tudo bem, eu vou cuidar de você...

Apareceu uma moça de altura mediana e um leve sorriso, por ele saber que era ela. Guilhermo permaneceu de costas e perguntou:

— Tudo bem Greta? Tá vindo de onde?

— Oi Gui. Tô vindo do hospital. Fui ver o tio Genaro, mas ele ainda estava dormindo.

Ele suspirou e afirmou com a cabeça, enquanto ela olhou para mala e ele indo em direção ao arsenal de armas dele, e então Greta perguntou:

— Ta saindo em missão? Pra onde? Descobriu quem armou pra vocês?

— Estou indo para Boston, atrás da Deyse que armou toda essa emboscada para fugir. Claro que ela teve ajuda...

— Não acredito! Que mulherzinha viu! Deixa eu ir com você Gui!

— Não, preciso de você aqui.

— Pra que?

— Preciso que você acompanhe uma moça.

— Sério? Posso me divertir com ela? Estou intediada.

— Rsrsrs... Não ela não está aqui pra isso.

— Tá aqui por que então?

— Um resgate. Toma conta dela.

— Humm...

Murmurou pensativa, estreitou os olhos o analisando, mas ele não deu atenção. Fechou a mala e então Greta falou:

— Eu gostaria de ir com. Você, mas já que tenho que ficar de babá...

— rsrsrs...babá?

Ele riu. Então ela terminou:

— Isso mesmo, já que tenho que ficar de babá e não posso nem... nem puxar o cabelo dela?

— NÃO!

— Ok então. Traz a Deyse, quero arrancar as unhas dela, mãos e pés, uma por uma só pra começar.

— Eu adoraria ver isso, gosto de te ver em serviço.

Ela sorriu, então ele completou:

— Mas sou eu quem tem que cuidar da Deyse.

— Concordo. É seu e só seu direito, mas eu gostaria de fazê-la pagar por tudo o que te fez e agora o meu tio.

Respondeu frustrada, ele esboçou um sorriso e disse:

— Olha, se você quiser muito se divertir, a cozinheira do apartamento está precisando de um susto, mas pega leve, não quero ser processado por maus tratos a funcionários rsrs...

— Ela maltratou a garota?

— Cozinhou mau de propósito.

— Tá bom. Mais alguma ordem chefe? A propósito, o que faço com a empresa? tenho que trabalhar.

— Só cuida da Sophie. Quanto a empresa, o Adam vai cuidar de tudo.

Greta assentiu quase que aérea, o nome Sophie ficou ecoando em sua mente..

Guilhermo pagou as malas e passou por ela, parou no batente e segurou a porta para Greta sair do quarto, ela juntou os lábios numa linha reta e saiu. Ele então fechou a porta de seu quarto e desceu, se despediu de Dulce e entregou-lhe uma cópia da chave, do apartamento onde Sophie está. Em seguida partiu para o hangar, para uma viagem ao continente Norte Americano...

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Assim que Guilhermo saiu, Greta se aproximou de Dulce que estava falando ao telefone, enquanto se preparava para ir ficar com Sophie; sorriu fraco a observando por alguns segundos, Dulce a olhou e perguntou:

— Está me admirando por que?

Greta se sentou na ilha e pegou uma maçã, deu uma mordida despreocupada, depois respondeu:

— Nada Dulce. Não sei se o Guilhermo te avisou, mas eu vou com você pra tomar conta da princesa.

— Rsrsrs...Sério?

— Não imagina. É que eu não tenho nada pra fazer, então resolvi contar piadas!

— Ainda bem que você é uma boa executiva, nos seus ofícios, porque meu amor, se dependesse de piadas para sobreviver...

— ha ha ha...Engraçadinha! É claro que estou falando sério!

Respondeu parecendo irritada, Dulce sorriu e respondeu:

— Oh não se irrite querida, vai ficar irrugada cedo cedo...

Greta bufou e revirou os olhos, então Dulce completou:

— Vamos logo, a menina está sozinha com aqueles brutamontes e ainda por cima, com fome; pobrezinha...

— Pobrezinha...

Repetiu fazendo aspas no ar e alterando a voz. Por fim falou:

— Certo, mas se ela ficar com muito drama, dou um tiro nela.

— Não se preocupe com isso, guarde as suas balas e energias para a tal funcionária, agora se apresse, porque se você me atrapalhar e me atrasar, quem vai levar um tiro será você! E isso não é piada!

Deu um olhar afiado e arqueou a sobrancelha, depois fez um gesto com a cabeça para Greta sair. Greta desceu rapidamente da ilha e saiu da cozinha franzindo a testa.

Minutos depois, as duas seguiram para o apartamento, acompanhadas de mais duas mulheres. Dulce levou a macarronada que havia feito. E assim que chegaram, Greta dispensou os homens, ficando apenas ela e Dulce, e mais as mulheres preparadas com Sophie.

Ao ver as mulheres chegando, a empregada chamada Claire(Cler), as olhou confusa, Dulce exibiu um sorriso e disse:

— Olá mocinha. O seu nome é?

— Claire senhora.

— Certo Claire, o meu é Dulce e está moça aqui do meu lado se chama Greta.

Se aproximou lentamente da mulher que se viu encostar-se na pia, e falou num tom ameaçador e firme.

— É o seguinte, eu e essas meninas vamos cuidar pessoalmente da Sophie. E eu já soube que você andou destratando a moça. Presta atenção, prepare algo delicioso para o jantar, porque se eu não gostar, essa mocinha aqui do meu lado, vai cuidar pessoalmente é de você, e acredite... você não vai gostar.

— Nã-nã não senhora, não será preciso. E-eu sinto muito pelo que aconteceu, vou preparar um delicioso jantar.

— Acho bom que faça.

Falou calmamente e virou as costas, indo em direção a sala, mas Greta ficou com os braços cruzados a encarando, com uma sobrancelha levantada; a moça desviou o olhar já arrependida das atitudes anteriores, implorando que a Sophie, não fizesse queixa dela, caso contrário, estaria em maus lençóis…

Greta deu apenas um último olhar e saiu, seguindo direto para a sala, foi conferir as portas e olhar as câmeras, enquanto Dulce foi até o quarto de hóspedes; parou em frente a porta e bateu gentilmente, mas não teve resposta, então ela girou a maçaneta e viu que estava trancada... Dulce revirou os olhos e balançou a cabeça em negativo, pensando...

"Guilhermo, Guilhermo! Quando você voltar vou te dar umas boas palmadas..."

Abriu e porta e se deparou com Sophie sentada no chão, num cantinho encolhida, abraçando os joelhos. Dulce deu um olhar afetuoso para ela, já sentindo um aperto no peito, por ela estar tão assustada. Então se aproximou falando:

— Oh a minha pobre criança...

Sophie a olhou e Dulce pode ver o medo e angústia nos olhos dela, então se agachou e fez um carinho no rosto dela, secando-lhe as lágrimas, depois falou suavemente:

— Calma querida, não precisa ficar com medo tá. Eu sei que está se sentindo confusa e perdida, mas quero que saiba que eu sou amiga e estou aqui para cuidar de você, e ninguém vai te machucar. Tá?

Sophie esboçou um sorriso e pôs a mão na mão dela em seu rosto, o afeto que Dulce demostrou a deixou mais calma, então ela perguntou apressada:

— Quem é a senhora? Eu quero ver a minha mãe, estou preocupada com ela, ela é doente e aquele homem falou que eu não vou peder vê-la tão cedo...

— Oh tenha calma tá. Vai ficar tudo bem. Primeiro vamos cuidar de você. Comer, tomar um banho e relaxar um pouco, ham?!

Piscou pra ela, Sophie abriu a boca para falar, então Dulce completou:

— Não, nada de birra! Vamos, eu te ajudo.

A levou para o banheiro, Sophie ficou sem jeito, porém, Dulce deu um sorriso acolhedor e falou:

— Fica tranquila, eu prometo que ninguém vai te fazer nenhum mal. Além disso, você vai se sentir melhor.

Sophie olhou para baixo se sentindo envergonhada e depois falou:

— Sinto muito, eu tomei banho, mas não pude trocar de roupas, porque não tem nada meu aqui.

Se justificou constrangida, então Dulce foi até ela e falou gentilmente:

— Esta tudo bem querida. Já providenciei tudo o que você precisa. E não precisa se desculpar.

Sophie olhou pro chão com tristeza, e novamente Dulce perguntou preocupada:

— O que foi? Não gostou?

— É que isso quer dizer, que vou ficar aqui por muito tempo...

— Isso quer dizer, que você vai ficar bem. Você está segura agora.

Fez uma pausa a observando e então completou:

— Olha meu anjo, toma o seu banho e depois vou te levar para se alimentar, decentemente na sala. Você não vai mais ficar trancada. Tudo bem?

Sophie apenas assentiu, e disse:

— Obrigada senhora, mas não tenho fome. Só queria ver a minha mãe.

— A sua mãe está em boas mãos. Ela passou mal durante a viagem mas já está sendo medicada, assim que ela ficar melhor, vem ficar com você.

Os olhos de Sophie brilharam enquanto um sorriso esperançoso se formava, ela pegou nas mão de Dulce e perguntou animada:

— Verdade? Ela está mesmo sendo cuidada? E eu vou poder ficar com ela?!

— É claro meu bem. Você não está sendo punida por nada , só está aqui por segurança. Agora vá se cuidar e ficar bem bonita!

Sophie sorriu encantando a Dulce, que disse:

— Que sorriso lindo você tem, deve mante-lo em seu rosto meu bem!

— Obrigadana Dulce!

Dulce apenas sorriu e ela se apressou em ir se cuidar. Estava visivelmente mais calma.

Após o banho relaxante, encontrou no quarto, uma arara de roupas de vários modelos e estilos para ela, bolsas e sapatos também, Sophie não sabia o que pensar, mas estava agradecida, era bom poder se trocar e não sentir tanto medo por estar sozinha.

Ela abraçou a senhora com carinho e o coração mais leve, pela promessa de ver a mãe outra vez.

Em seguida, Dulce a chamou para ir a sala almoçar, ela se recusou, o que deixou Dulce intrigada, mas com um jeitinho e insistência, conseguiu convencê-la.

— Tudo, eu vou. Mas a senhora segura na minha mão?

Respirou fundo antes de explicar:

— É que eu fico nervosa e entro em crise, em ambientes estranhos e pessoas estranhas …

— Está tudo bem. Eu te dou até colo se você quiser. E eu não vou soltar a sua mão, até você dizer que se sente bem.

— Obrigada.

Respondeu emocionada, e então deu a mão a Dulce e seguiu com ela de vagar para a sala.

Eram passos difíceis, mas ela se sentia orgulhosa por conseguir dar cada um deles, e tão rapidamente, já que acabara de conhecer a Dulce, talvez pelo jeito maternal dela.

Alguns minutos depois chegaram a sala, Sophie sorriu agradecida para Dulce, porém só durou um segundo, pois logo se assustou ao ouvir a voz de Greta:

— Olha só...A princesinha apareceu!

Sophie engoliu em seco e se encolheu apertando a mão de Dulce...

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