Guilhermo acabara de chegar em casa, foi direto para o quarto do pai. Estava ansioso para saber Genaro, se realmente a história que Ava lhe contara, era verdadeira...
— Matt Bergman? A Sophie que você resgatou, é a Sophie do Matt? O nosso Matt?
— Sim pai. Foi o que a senhora Ava me contou.
— Ava Williams...Que extraordinário!
Falou pensativo, por fim afirmou:
— Sim, o Matt era muito querido na família, por ser prestativo, dedicado e muito inteligente. Ele era mais da parte técnica e de inteligência...conhecia todos os programas, era inclusive, um racker como poucos viu; mas também ele sabia e era muito capaz de usar uma arma.
— Eu cheguei a conhecer a Sophie?
— Sim. Nós a conhecemos ainda bebê, a sua mãe inclusive se apaixonou por ela, parecia uma boneca de tão bela que era.
Guilhermo sorriu e então perguntou:
— Por que eu não me lembro dela? Por que não tivemos contato com elas?
— Porque o Matt morava na Alemanha, nos representava lá. As vezes ele vinha pra cá... Sobre ter contato e lembrar filho, naquela época você treinava e era ensinado, mas não estava muito ligado nessas coisas, com o tempo você foi para a faculdade, enfim. Já o Enzo o conheceu bem. E até trocaram a gentileza de salvar a vida um do outro. Há mais ou menos 8 anos ele morreu e o seu irmão dois anos depois. Você ficou mal...ainda teve aquele seu sequestro...foram muitos acontecimentos que mexeram com você filho, algumas lembranças se foram.
— É...coisas que eu não gosto de lembrar pai.
— Eu sei filho.
Estendeu a mão na direção de um copo, então Guilhermo o encheu com água e entregou-lhe, Genaro pegou uma cartela de remédios e pegou um comprimido, o engoliu, depois bebeu a água. Esboçou um sorriso para o filho, depois disse:
— A vida dá umas voltas incríveis meu filho, e nessas voltas, ela escreve histórias maravilhosas.
Guilhermo apenas sorriu balançando a cabeça, entendendo o pai. Se lembrou do conselho de mais cedo e então perguntou:
— O senhor me aconselhou mais cedo, a falar com a mãe primeiro. Já sabia disso pai?
— Não tinha certeza, era só um palpite pela descrição que a Dulce me deu da Sophie. Que morava na Alemanha, o sobrenome...Era muita coincidência. Então se você fosse falar com ela primeiro, ela certamente o reconheceria. E sendo uma mulher digna, não te esconderia a verdade. Foi o que aconteceu. Não foi?
— É. O senhor realmente é muito astuto.
Fez uma pausa, e então perguntou:
— Pai o que vamos fazer agora?
Genaro sorriu e respondeu:
— Filho, você já tem a resposta para essa pergunta. Sem querer, sem esperar; você resolveu várias questões de uma vez. Você se apaixonou pela Sophie antes mesmo de conhecê-la, você a trouxe para protegê-la dos desatinos do irmão e de um outro imbecil. Que vocês precisam um do outro e que ficam bem juntos, isto está claro pra mim, mas eu não vou mais tomar decisões por você, você é um homem feito e maduro o bastante para tomar as decisões mais acertadas.
Guilhermo fez um aceno com a cabeça e então Genaro perguntou:
— E então meu filho...Como é a princesa Sophie?
— Belíssima meu pai.
Genaro sorriu largamente e pôs a mão no ombro do filho, então Guilhermo abriu a foto no celular e o mostrou. Genaro ficou encantado e falou:
— Realmente, mui bela!
...----------------...
Enquanto eles admiravam a foto de Sophie...
Lá no apartamento, ela rolava na cama, acabou perdendo o sono.
Então sentou-se na cama e acendeu a luz do abajur; olhou no relógio, era 23:40... parecia que o novo dia não ia chegar.
Ela ficou tão animada no final do dia e até ansiosa para rever a mãe e por quê não dizer, o Guilhermo também.
No entanto, nenhum dos dois apareceram, deixando o coração dela pesado; Dulce a animou um pouco durante o jantar, mas a sensação que ela estava sentindo agora, era de frustração e vazio. E isso era tão sufocante, que ela não aguentou ficar no quarto, venceu o medo e foi para sala sozinha.
" Fica calma, você está segura, você está segura..."
Repetiu para si mesma em pensamento, enquanto descia a escada, olhou na direção da janela e foi até ela. Ficou olhando o horizonte, as luzes da bela cidade, enquanto se perdia nos pensamentos e a angústia de não saber o que esperar; as perguntas sem resposta...
Por fim, ela suspirou e olhou para o céu, não era tão estrelado quanto na fazenda, mas ainda era o mesmo céu; imenso em todo o seu esplendor, cheio de mistério, mas de uma beleza sem fim, que refletia a soberania de um Deus em quem ela sabia que podia esperar e confiar.
Fechou os olhos e apenas pediu em seu coração:
" Oi Deus, sou eu de novo, a Sophie. Eu queria te pedir que troxesse a minha mãe, sinto muita falta dela. Não estou reclamando, sou grata, porque estou bem, não sofri mal algum, o Senhor me deu a tia Dulce, que tem sido uma mãe pra mim, também a Greta que apesar de durona, é muito gentil, engraçada e uma irmã. Obrigada. Peço que cuide da saúde da minha mãe, por favor. Se eu tiver que ficar mais tempo sem ela, eu entendo e aceito, só por favor, me dê a serenidade e maturidade para entender os propósitos de tudo isso e não me desesperar, eu não quero mais sentir medo. Em nome de Jesus Amém.
Ela abriu os olhos e continuou a olhar para o céu, nada mudou, mas o coração estava mais leve.
Uma moça da segurança foi até ela preocupada:
— Tudo bem Sophie?
Ela sorriu e respondeu:
— Sim, estou. Obrigado Ryle.
— Por nada.
A mulher assentiu e ia voltar para o computador então Sophie comentou:
— Está uma noite linda. Será que a Greta já dormiu? Eu queria conversar umas coisas com ela.
— A Greta saiu Sophie.
Sophie franziu a testa e coçou a têmpora esquerda, ela juntou os lábios numa linha reta e baixou a cabeça num misto de sentimentos; não podia esperar que a Greta ficasse a disposição dela o tempo todo, mas ela queria alguém com ela naquele momento.
Ela suspirou depois de emitir um:
— Ah... Claro, ela deve ter ido passear, se divertir; nada mais justo.
A moça não respondeu nada, apenas espalmou as mãos no ar como quem não sabia. Então Sophie sorriu fraco e disse:
— Quer saber? Vou ler!
Foi para o escritório procurar um livro...
Enquanto isso, na mansão dos Castellini, Guilhermo já estava deitado em sua cama.
Após sair do quarto do pai, voltou para o dele, tomou um banho e se jogou na enorme cama.
Estava sem sono, apesar da loucura que foi o dia, então pegou o celular e ficou olhando a foto de Sophie, a única que ele tem é mostrou ao pai...
" Como será que você está agora Sophie? Espero que bem. Olha só como são as coisas... O seu irmão fez de tudo para te negar o seu lugar na Calábria. No entanto, ele mesmo levou a mim, membro da Calábria até você. Se eu ficasse sabendo disso antes, ele não teria morrido tão rápido, mas..."
"Toc.Toc..."
Foi interrompido por batidas na porta, ele estreitou os olhos, quem poderia ser aquela hora? Levantou e foi em direção a porta, porém antes que ele perguntasse, na metade do caminho, Greta a abriu e pôs só o rosto a vista, fazendo inclinar a cabeça para o lado surpreso e confuso.
— Greta? O que faz aqui? Eu não te deixei no apartamento? E a Sophie?
Ela sorriu e entrou de vagar, parou na porta com as mãos atrás do corpo e respondeu:
— Oi Gui. Eu poderia usar a desculpa de que vim ver o tio Genaro, claro que eu queria vê-lo, inclusive eu fui dar um beijo nele, mas ele estava no banheiro. Bom, eu queria muito te ver e... Poço ficar aqui com você?
Ele ficou tão perplexo que quase não acreditou no que ouviu...
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Atualizado até capítulo 216
Comments
Neuza Lucia
cuidado Guilhermo com a tua resposta ela tem que ficar com outro autora parabéns amado cada capítulo
2024-10-09
2
Elisabete Correia
falei que a Greta é apaixonada pelo Guilhermo
2024-09-09
2
marciamattos mattos
nunca iria imaginar que a Sofie é herdeira da máfia
2024-05-13
1