Cap.7 - O tempo fechou ll

É... esse foi o dia em que o tempo fechou literalmente …

Mas isso não era um problema pra Guilhermo, porque ele reuniu seus homens e saíram imediatamente e seguindo a localização captada pelo aparelho e, minutos depois, eles ouviram tiros próximo a uma praça, então aceleraram seus carros. Já haviam mapeado toda a cidade, os pontos estratégicos e as imediações, então se dividiram...

No entanto, vindo de outro lado da cidade, estava Miguel, ele ainda não estava ciente do que estava acontecendo, mas os barulhos de tiros chamaram a sua atenção...

— Esperem! Ouviram? São tiros. Vamos só dar uma olhada, vê se esses americanos sabem se divertir...

Seguiu procurando um lugar próximo...

Enquanto ele ainda procurava um lugar, Guilhermo chegou interceptando a ação comandada por Harry...

Assim que chegaram, como ele havia imaginado, o motorista da ex noiva, tinha uma arma apontada para o primo do Thomas, o Christian Black, que estava com a filha nos braços. Este pretendia os sequestrar, a pedido da Deyse e do Thomas.

Porém, o homem não contava que Guilhermo iria aparecer, afinal, ele ajudou a Deyse fugir e não tomou conhecimento sobre o resultado da emboscada, que armou com a ajuda do Miguel, pois as informações que tiveram, foram manipuladas, pelo próprio Guilhermo.

Assim, ao sentir o cano da arma em sua nuca e ouvir a voz de Guilhermo, o homem congelou no lugar totalmente sem reação. Estava incrédulo e impotente, sabia que aquele era o seu fim. Sua atitude anterior foi ousada e corajosa, mas ele deveria ter se preparado melhor, afinal, Guilhermo não era qualquer um, e se ele conseguisse ficar de pé, por mais ferido que estivesse, ainda seria uma fera implacável.

Ele apertou a arma na nuca do sujeito enquanto dizia:

— Devo admitir, seu plano foi audacioso, mas também, muito amador. Olha a bagunça que está fazendo! Seu imbecil!

 Prendeu-o pelo pescoço o imobilizando, depois olhou para o Christian e falou:

— Tire a sua filha daqui Black.

Christian assentiu, mas quando ele se virou para sair, a esposa que estava do outro lado da farmácia o tempo todo, já estava a sua frente, chorando e tremendo muito, ela abraçou e beijou o marido e filha. Depois se virou e agradeceu a Guilhermo.

Na sequência Guilhermo amarrou o homem o colocou num dos carros, porém, antes que ele saísse, Christian quis saber o que estava acontecendo, afinal o Harry havia falado que recebeu ordens de o levar. Então Guilhermo respondeu em curtas palavras, que a ex noiva estavam na cidade, atrás dele e o Thomas também... A informação deixou o Christian exasperado, e tudo o que ele queria era encontrar e partir a cara do primo psicopata.

Guilhermo, a princípio não aceitou, mas diante da insistência, concordou; afinal devia isso a ele...

Sendo assim, eles seguiram para o local onde a noiva traidora de Guilhermo e irmão desnaturado e patife de Sophie, aguardavam ansiosos por seus reféns.

A ideia era forçar Lanna, a esposa do Christian a passar o Hotel e outros bens para o nome deles. Já Deyse, que era obcecada pelo Christian, secretamente, tinha outros planos; assim que conseguisse a transferência de Lanna para as contas bancárias e a assinatura do documento, mataria a todos e fugiria com Christian e a filha da rival...Essa era a ilusão, o sonho dourado dela, coitada...

No entanto, os planos da dupla foi frustrado, pois no caminho, após apanhar muito no carro, Harry se viu forçado a falar... Enquanto isso, Harold enrolou as cordas nas mãos e pernas de Christian, simulando que ele foi mesmo capturado para enganar o Thomas.

Assim, quando chegaram, Guilhermo abriu a porta e empurrou o Christian no chão, o que fez Thomas sorrir e se aproximar eufórico, mal se contendo de tanta satisfação. Porém quando se curvou para o levantar, Christian se soltou e começou a soca-lo, o deixando surpreso.

Deyse que estava mais próxima da casa, saiu com um largo sorriso para conferir a vitória, porém, o sorriso se foi ao dar de cara com Guilhermo, que saiu do carro e caminhou calmo, seguro e elegante em sua direção; com uma arma numa mão e arrastando Harry com a outra mão.

O coração de Deyse quase saiu pela boca, as pernas tremeram e o sangue pareceu fugir de seu corpo, ela arregalou os olhos e nem a voz saiu...

Olhou o motorista machucado e engoliu em seco, e no segundo seguinte, quase de um pulo quando Guilhermo o jogou aos pés dela; o homem começou a se desculpar, mas antes que pudesse terminar, Guilhermo deu-lhe um tiro que o matou na hora, fazendo Deyse gritar apavorada.

— Ahh!!! Harryyy! Guilhermo você o matou, você...

Falou em choque, porém ele pôs o dedo indicador na boca, indicando que era pra ela ficar em silêncio…

— Quieta, você não tem direito de protestar, apenas assista...O resultado de suas armações e a vergonha que você se tornou.

Deyse olhou assustada para Christian que parecia incontrolável, ela nunca o viu assim antes, aliás, ele nunca foi violento; manter a calma e o silêncio, seria difícil nesse momento.

......................

Enquanto isso em Londres...

Sophie estava no quarto. Durante esses dias, ela ficou bem, menos tensa. A chegada de Dulce fez bem a ela, mas ela inda se sente triste, pois tem que lidar com a falta dolorosa da mãe.

Como Dulce precisou sair, ela resolveu ficar deitada, o que a deixava triste e pensativa; ela não tinha nem os livros para ler.

Apenas fechou os olhos e... um olhar de belos olhos azuis invadiram os seus pensamentos, fazendo-a se levantar rapidamente e se perguntar assustada...

— Ham!! Deus! O que foi isso?

Aquilo foi novo e estranho para ela. Mas diferente do que estava acostumada a sentir, a sensação era leve, como a brisa suave e perfumada de todas as manhãs na fazenda, e que sempre lhe traziam paz e calma.

'Durante muito tempo, Sophie não teve paz se quer para fechar os olhos, sempre que tentava o fazer, revivia as cenas de uma noite de horror, homens rindo, a segurando e as amigas também; o Thomas estava lá, mas as deixou a mercê deles...se não fosse o primo Christian quem, chegou bem a tempo, o estrago teria sido muito maior, devastador… '

No entanto, foi diferente desta vez, ela não sentiu pavor e nem as lembranças vieram causar-lhe dor. O que ela sentiu foi uma coisa nova e estranhamente boa; uma falta... Era quase saudade, talvez saudade, o que já era surpreendente por si só.

Ela passou a mão na rosto e se deu conta de estar suada, então se levantou e foi até o banheiro, abriu a torneira do lavatório e molhou o rosto, pegou a toalha e o secou lentamente e novamente o viu em seus pensamentos.

Ouvir de Dulce que ele se preocupava, mexeu com ela de alguma forma; porém ele não voltou mais...

Ela olhou para os lados e respirou fundo; o perfume ambiente era suave, dava um ar acolhedor e, ao mesmo tempo sofisticado, mas havia uma fragrância impregnada em sua mente, esta encheu o espaço e a envolveu completamente, antes mesmo dele chegar até ela, agora era só uma lembrança que a embalava... e depois disso, tudo parecia tão vazio, sem cor, sem emoção e totalmente insignificante...

Sophie devolveu a toalha ao lugar, se sentindo confusa e sufocada naquele quarto, então abriu a porta lentamente e seguiu de vagar, ainda apreensiva, mas já não era mais como no início, desceu a escada e foi até um móvel com um vaso de flores e alguns porta-retratos... pegou um e ficou olhando, até que se assustou ao ouvir a voz de Greta:

— Procurando algo?

Sophie quase deu um pulo, pois estava distraída, acabou deixando o porta-retrato cair e quebrar, fazendo Greta estreitar os olhos e fazer um bico torto; depois falou:

— Você não pode ser mais desastrada?! Olha só o que você fez

Sophie imediatamente se agachou para pegar a foto e os cacos de vidro, enquanto se desculpava, mas Greta revirou os olhos e a parou:

— Não. Não precisa fazer isso. CLAAARE!!

Chamou a empregada, que veio correndo, e ao ver o que aconteceu, olhou feio pra Sophie, porém, Greta a levantou do chão e disse:

— Não se preocupe, foi um acidente. Acontece.

Devolveu o olhar feio para a funcionária e disse:

— Por favor limpe os cacos e traga outro porta-retrato, agora mesmo.

A mulher assentiu enquanto Sophie segurou a mão de Greta e falou:

— Muito obrigada! E mais uma vez me desculpa.

— Tudo bem. Você se machucou?

Ela fez que não. Então Greta perguntou:

— Está entediada aqui. Não é mesmo?

— Um pouco...Na verdade, eu me sinto sozinha...

— Entendo.

Sophie sentiu um fio de empatia na voz dela, mas não ousou perguntar, apenas suspirou. Depois de um tempo, criou coragem perguntou sem jeito:

— Eu vi que tem muitos fotos, daquele moço. É...ele não mora aqui? É que ele não veio mais, bom, pelo menos, não o vi mais...

Greta ergueu uma sobrancelha, mas não podia ficar surpresa, o normal seria mesmo perguntar, então ela respondeu:

— Ele não mora aqui, e no momento está resolvendo assuntos inacabados, por isso não veio por esses dias...

Sophie ergueu ligeiramente as sobrancelhas, indicando que entendeu, mas por alguma razão se sentiu estranha...

Talvez porque nesse momento, Thomas havia acabado de levar uma surra e agora estava sendo pressionado a devolver todo o dinheiro que roubou, mas ele se negou.

Então Guilhermo apelou para o menor vestígio de sentimento que ele poderia ter, ameaçando a Deyse, colocando uma arma na têmpora dela, mas a resposta de Thomas despertou ainda mais a raiva de Guilhermo, Thomas não se preocupou ao Gritar:

— Eu não me importo. Nem mesmo pela inútil da minha irmã, que a essas alturas, já deve estar nas mãos do Armany, POR SUA CULPA!OUVIU CHRISTIAN? EU SEI QUE VOCÊ ESTA OUVINDO. RSRS...JÁ QUE VOCÊ DISSE A ELE QUE NÃO TEM NADA A VER COMIGO...

Nesse momento, Christian que estava do lado de fora, inclinou a cabeça ao ouvir o nome dele e algo sobre culpa, então voltou e ainda ouviu Thomas dizer:

— Ele certamente vai joga- lá num bordel, ou vai leva-lá pro cassino... e terá fila de homens lutando entre si, para ser o sortudo a desvirginar a mocinha. Eu não me importo!

Cuspiu as palavras despertando a fúria de Guilhermo, que até então estava calmo. Ele descarregou a arma em Thomas, viu que ele ainda se mexia, pegou outra arma com Harold e descarregou também, o matando sumariamente; deixando Christian perplexo, e Deyse chocada, ela nem conseguiu gritar.

Depois de encerrar a vida destrutiva de Thomas, Guilhermo se virou para a ex noiva, fazendo-a devolver de uma vez tudo o que roubaram, mas ao subestima-la dando lhe as costas, para acalmar o Christian que estava em choque, Deyse sacou uma arma escondida na cintura e mirou em Guilhermo, porém, Christian rapidamente o empurrou e acabou sendo atingido de raspão no ombro. No entanto, Guilhermo caiu, mas atirando pondo um fim naquela história de vida infeliz e finalmente, a silenciando para sempre...

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