Ele ficou tão perplexo que quase não acreditou, mas se recompôs, ergueu uma sobrancelha mantendo a postura altiva e perguntou contrariado:
— Greta, o que está fazendo?
— Você sabe, finge que não percebe, mas eu já deixei muito claro pra você Gui, eu sou completamente apaixonada por você. E sei que você também sente algo por mim. Esses dias longe de você, eu quase morri de saudade e preocupação também, e quase explodi de alegria quando você disse que estava voltando. Gui você estava tão lindo, solto, sorrindo... Eu não resisti a vontade de ficar mais tempo perto de você, não depois de te ver tão bem, e se divertindo outra vez.
Falou deu um passo à frente, porém ele desviou dela, foi para o outro lado e retrucou:
— Greta, não confunda as coisas. É claro que eu gosto muito de você, mas não assim...
— Só deixa eu ficar e amar você. Deixa?
— Não. Ta louca?
— Sim. Eu sou louca por você!
Guilhermo balançou a cabeça incrédulo, depois tentou contornar a situação:
— Greta, não posso ficar com você, é a irmã que a vida me deu. Não posso me aproveitar de você, só porque está iludida e acha que me quer...
— Não estou iludida, eu sei o que sinto, o que quero, eu quero você.
— Só que eu não. E eu jamais a magoaria desse jeito e mataria quem o fizesse.
Os olhos dela se encheram de lágrimas, mesmo assim, ela ainda tentou argumentar:
— Gui, eu amo você... é sério!
— Greta, não confunda as coisas, agora por favor sai do meu quarto, aliás você não tinha que estar aqui.
Greta o olhou magoada e respondeu:
—É claro! Eu tinha que estar de babá não é? Mas pode ficar tranquilo, a Sophie está bem, eu a coloquei na cama e a esperei dormir antes de sair. É só isso que eu faço agora!
Guilhermo suspirou e pacientemente respondeu:
— Não é isso, e eu não esperava que isso fosse te incomodar, você estava intediada e cansada lembra? Agora por favor, não culpe a Sophie!
— Não a estou culpando Guilhermo, eu até gosto dela, ela não sabe lutar, e apesar de chorar as vezes, ela é legal, não é burra, gosta de ler e cozinhar e... bom ela é boa e me lembra a minha família. Mas a questão, é que eu queria passar um tempo com você. DROGA! Eu queria o homem que eu amo, não a amiga o tempo todo!!
Se virou para sair, porém Guilhermo pegou no braço dela, que protestou:
— Me solta!
— Não. Agora você vai sentar aí.
A levou pelo braço até a borda da cama e fez se sentar dizendo:
— Você veio aqui e gritou o que queria, não vai sair sem me ouvir!
Greta cruzou os braços e olhou para o lado, porém ele a fez olhar-lhe e disse:
— Greta eu gosto demais de você. Você é minha amiga, temos afinidade, somos desprendidos e nos damos bem. Você é minha colega de trabalho, super competente e as nossas ideias são parecidas, beleza...por isso funcionam; você é uma guerreira incrível e eu confiaria a minha vida a você e sobre tudo isso, muito mais importante, você é a minha irmã. Não posso te ver de outro jeito e não tenho nada além disso pra te oferecer; então por favor Greta esqueça! É com você, de um jeito de tratar isso e não estrague a nossa amizade.
Ela engoliu a verdade dura e amarga, secou as lágrimas e saiu do quarto dele sem dizer nada, mais do que magoada, estava envergonhada, mas não queria chorar na frente dele. Apenas saiu do quarto e aí, deu de cara com:
— Harold?!
Ele estreitou os olhos e inclinou a cabeça para o lado confuso, afinal eles a tinham deixado no apartamento. Então ela perguntou:
— O que faz aqui?
— Terminei de guardar as armas, e vim falar com Guilhermo. E você? Não estava no apartamento?
— Bom, eu vim... Quer saber? Não é da sua conta!
Empinou o nariz e saiu irritada, depois voltou e falou:
— Aliás. Eu moro aqui! E não te devo satisfação nenhuma da minha vida! Rum!!
Se virou jogando os cabelos e saiu pisando forte com a bota... Harold balançou a cabeça sem entender, então Guilhermo que estava na porta, apareceu e o chamou para conversar...
— Eu sei que ela gosta de você Guilhermo, por outro lado, não me suporta.
— Não gosta Harold, não é como ela pensa. Só está confusa irmão. Não vai desistir agora vai.
— Não vou, mas além de ela não gostar de mim, ainda tem o seu pai, acho que ele nunca vai permitir.
— Harold, você não conhece o meu pai? É claro que ele vai permitir, desde que você prove que a ama de verdade e vai cuidar dela, mesmo ela sabendo se cuidar. O que ele não vai fazer, é entregar a Greta a qualquer um. E você... Dá um minuto...
Ia falar mais, mas o telefone tocou, era o Sanderson, o cara da Tecnologia...
— Oi Sanderson. O que houve?
— Olá Guilhermo. Só pra avisar que o Armany já está em Londres e bom, eu vi nas câmeras, o carro dele circulando na frente do seu prédio agora a noite.
O sangue de Guilhermo ferveu quando ele disse:
— Esse infeliz de novo?!
— O que houve?
Perguntou Harold preocupado, Guilhermo jogou o telefone na cama e correu pro closet, vestiu a primeira roupa que encontrou, enquanto explicava:
— Armany está muito perto do apartamento, estou indo pra lá.
Carregou a arma e pôs na cintura, pegou outra e voltou para o quarto avisando:
— Tenho que ir, não posso deixar a Sophie sozinha!
Informou a Harold que ergueu as sobrancelhas, não por Armany estar de volta, mas por estar próximo ao apartamento de Guilhermo. Ele até tentou raciocinar:
— Guilhermo ele deve estar tentando te testar, acho que você não deve ir...
— É CLARO QUE EU VOU HAROLD, NÃO VOU FICAR AQUI TENTANDO ADIVINHAR SE ELE ESTÁ ME TESTANDO OU NÃO, ENQUANTO A SOPHIE ESTÁ VULNERÁVEL.
— Guilhermo você precisa se acalmar. Não pode deixar as suas emoções te dominarem, sabe disso.
— Harold...
— Guilhermo Sempre que o assunto é Sophie, você se altera, olha pra você, está transtornado; isso te deixa exposto irmão. Sangue frio, cabeça fria. Lembra?
— Bom se isso me deixa exposto, devo ser ainda mais perigoso e imprevisível. Né?!
Harold abriu a boca para responder, mas Guilhermo o interrompeu:
— Não tenho tempo pra discutir, tem um psicopata rondando o meu prédio!
Falou e então saiu apressado, dirigiu o mais rápido que pode, até chegar na garagem do apartamento, Harold foi com ele, mas não entrou na garagem, deu uma volta pelo perímetro.
No entanto, ele Guilhermo entrou no elevador desejado que fosse mais veloz, o coração estava acelerado mesmo ele tentando se manter frio.
Porém ao chegar no apartamento, as mulheres da segurança estavam acordadas e tranquilas, se assustaram ao vê-lo, mas ele apenas perguntou:
— Tudo bem por aqui? A Sophie está no quarto? Está segura?
— Tudo bem senhor, ela está bem, está no escritório.
— No escritório? Tem certeza?
A moça apenas afirmou desconcertada, não entendia a aflição dele, mas antes que ela dissesse algo mais, Guilhermo saiu, ele seguiu apressado até o escritório, tenso, achava que ia ter um treco, se não olhasse pra ela nos próximos segundos; parou em frente a porta e pôs a mão na maçaneta, ia girar entrar de uma vez, mas respirou fundo e se segurou... por fim, bate suavemente na porta.
Toc toc...
Esperou, mas não teve resposta, então se alarmou outra vez...
" Por Deus! Será que aconteceu algo com ela?"
Pensou, então girou a maçaneta abrindo a porta de vagar, só para a ver e sorrir, respirando aliviado. Sophie estava dormindo segurando o livro.
A sensação que ele sentiu foi algo além da sua compreensão, era irracional e comovente também. Ele ficou emocionado.
Ele queria correr até ela e a abraçar com força e não a soltar, mas ela estava dormindo, tão serena e linda. Guilhermo mal conseguiu caminhar até ela, então passo a passo ele foi até o sofá e se ajoelhou perto dela.
Sophie dormiu, ela finalmente se cansou e apagou durante a leitura, estava encolhida e com a pele arrepiada, parecendo com frio, então ele tirou o sobretudo e a cobriu gentilmente, e sorriu ao notar ela se aninhar e se acomodar no sofá; como se aquele gesto fosse tudo o que ela precisava...
No entanto, ela parecia desconfortável.
Então ao tentar ajeitar as almofadas, e ficar tão próximo dela, ele pode sentir o calor e cheiro suave da pele dela, e era tão bom e agradável, e ainda tinha os longos e densos cabelos pretos, espalhados e cobrindo parte do rosto dela como um véu, mas não escondia a beleza singela e natural dela. Os cílios longos e perfeitos como de uma boneca, cobriam aqueles olhos grandes e cheios de emoções que o afetaram e o comoveu tão profundamente, o nariz empinado dava-lhe o ar de uma menina mimada e rebelde, mas ele até sorriu com o pensamento, por saber que ela não é assim.
Guilhermo continuou a olhando, incapaz de se afastar dela, os olhos concentraram-se nos lábios desenhados, parecendo um botão, mais do que isso, eram carnudos, atraentes e apetitosos...
— Que bela...
Sussurrou hipnotizado...ele engoliu não em seco, porque na verdade ele estava aguando, quase babando em cima dela, ela era totalmente linda e desejável, a visão mais perfeita a centímetros de distância e tudo o que ele queria, era poder toca-lá, beija-la, muito; queria poder pega-la no colo e não soltar,mas sabia que não podia se quer tocá-la.
Guilhermo respirou fundo para se acalmar e se conter, soltou o ar carregado de calor e um misto de sentimentos, fechou os olhos e não viu que ela se mexeu e aos poucos abriu os olhos .
Ele se sentou sobre os joelhos e abaixou a cabeça, se perguntando o que estava fazendo e o que estava acontecendo, ainda com os olhos fechados, até que se assustou ao ouvir a voz suave e baixa dela...
— Senhor Guilhermo? O, o senhor está aqui!
Ele levou ligeiramente a cabeça e viu os olhos negros, como duas jaboticabas com um brilho intenso o encarando...
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Atualizado até capítulo 216
Comments
Maria Joelma
Ambos já se amam 🤩🤩
2025-02-09
0
Elisabete Correia
eitaaaaa mais um soldado abatido kkkkkkk
2024-09-09
5
marciamattos mattos
o Guilhermo já está muito apaixonado
2024-05-13
1