Capítulo 18 Muito Medo

Rafael

Definitivamente não tem como conviver com Emanuelle e ignorar toda sua beleza estonteante. A cada minuto que passo com ela, mais encontro atrativos que mexem com a minha mente. Seja na sua elegância, no sorriso sensual, na forma que ela estremece quando me aproximo, a verdade é que tudo nela está transvertendo o que sinto. Tomamos café e saímos para um passeio turístico.

Visitar o Coliseu foi um momento indescritível. As fotos e vídeos que a gente costuma ver na internet, não conseguem dar a verdadeira dimensão do tamanho desse monumento. Logo que cheguei e deparei com a sua estrutura do lado de fora, já senti o impacto, mas quando entrei, seu interior é ainda mais impactante. Para te dar uma ideia do meu impacto, só a arena do Coliseu tem quase 50 metros de altura. E sua estrutura redonda, tem uma largura de 189 metros. Deu para visualizar o tamanho?

— O Coliseu é a maior e mais bem preservada estrutura do Império Romano, construído há cerca de 72.d.C. Tem noção dessa data? — Emanuelle falou impressionada.

— É realmente surpreendente. Pensar que estamos num momento grandioso construído no século I. Só a arquitetura já impressiona. Me pergunto como é que esse povo conseguiu construir um lugar tão gigante em mármore naquela época? É surreal! — exclamei emocionado.

Descobri histórias mirabolantes sobre as lutas dos gladiadores, entendi como se davam as divisões sociais das arquibancadas, vi a arena, o anfiteatro e o subsolo onde os gladiadores se preparavam para alugar com animais variados e violentos. Cada história que escutei, fiquei impressionado; ao menos eu fiquei boquiaberto com muitas delas e ainda questionei como isso poderia ser uma diversão para as pessoas.

Depois do Coliseu, fomos ao Fórum Romano e Paladino, fica ao lado do Coliseu e também impressiona por seu tamanho e conservação impecável. Quando subi no mirante para ver por cima, foi um momento único. O Fórum Romano e o Palatino fazem parte de uma área arqueológica enorme na cidade de Roma. Ali aconteciam eventos importantes e que impactavam a vida política, religiosa e econômica na Roma Antiga. Passamos pelo Templo de Vênus e Roma, datado em 135 d.C, sendo o maior templo pagão de Roma. O que se vê, na verdade, são as suas colunas laterais e não o Templo como um todo, pois ao longo dos séculos, ele sofreu com demolições, incêndios e restaurações. Outro ponto que conheci no Fórum é o Arco de Tito, que serviu de inspiração para a criação do famoso Arco do Triunfo em Paris. A sua estrutura tem cerca de 13 metros de largura e 15 de altura e foi construída por volta de 82 d.C como homenagem ao imperador Tito Flávio.

Além desses monumentos, ao caminhar pelo Fórum Romano, também passamos pelo Templo de Saturno, a Basílica de Magêncio ou de Constantino, como também é chamada Cúria Júlia (local onde o senado romano se reunia). E por fim, o Monte Palatino, a colina mais central de Roma. Nela, encontrei o Museu Palatino, o Hipódromo de Domiciano, a Casa da Lívia, a Casa de Augusto e o Domus Flávia. E claro, apreciamos algumas esculturas em mármore.

Fizemos uma pausa para o almoço, e lá estava eu me esbaldando em massas, a culinária é viciante, e estava me acostumando com a companhia, agora temos assuntos para conversar, trocamos os pratos, dar comida na boca do outro nos fez rir e experimentar coisas novas. Não poderia faltar um drink, e no final até de sobremesa desfrutamos. Estamos criando uma conexão, como se estivéssemos nos ligando ou aprendendo um com o outro. Enquanto estava com ela, milagrosamente esquecia de tudo que resumia minha vida, era como se estar com ela fosse bem melhor do que tudo o que estava vivendo, uma nova história, talvez eu não saberia explicar. À tarde resolvemos visitar o Fontana di Trevi. Estava lotado, quase não conseguimos ficar na beirada dessa fonte mais linda do mundo. A origem desse ponto turístico de Roma é datada por volta de 19 a.C, quando ela foi construída como um aqueduto. Já as suas esculturas, remetem à época do Renascimento, sendo a sua primeira fonte construída por ordem do Papa Nicolau V. A fonte que vemos hoje, data o ano de 1762, sendo finalizada pelo Giuseppe Pannini, no entanto, vários artistas contribuíram para o projeto. Não poderíamos passar ali sem deixar uma moeda e um desejo. Observei Emanuelle fechando os olhos e jogando a moeda, e tenho que confessar, desejei saber qual seria o seu pedido ou desejo, decifrar um pouco do que se passava com ela. Fechei os olhos e desejei que minha parceria com ela, seja saudável e produtiva. Ela me olhou com curiosidade.

— O que pediu?

— Ouvi dizer que se falar em voz alta não realiza. — respondi com sorriso maroto.

— Não acredita nessas bobagens, não é? Me fala, estou curiosa!

— Só se falar primeiro.

— Eu pedi primeiro, não vale. Só falo depois de ouvir o seu pedido.

— Mas pediu primeiro, então vai contar primeiro.

— Tá... Pode achar clichê, mas pedi que nossa parceria dê certo.

— Sério?! — Não contive a surpresa.

Ela apenas assentiu.

— Pedi o mesmo, uma parceria que seja saudável e produtiva.

Ela sorriu e desviou os olhos dos meus, para voltar a observar o esplendor da fonte. Saímos espremidos na multidão, e voltamos para o hotel dando sugestões bizarras do que poderíamos ter desejado, e rimos feito bobos. No hotel tomamos banho e resolvemos andar onde estávamos hospedados. Mesmo tendo vista da Piazza di Spgna, andar por perto é outro nível. A fonte é lindíssima, mas o que mais me chamou a atenção foi a escadaria famosa por ser atração turística e conhecida como “escada para o céu”, uma escada toda feita em mármore ligando a praça e a igreja Trinità dei Monti. É magnífico estar hospedado logo depois da escadaria.

Já nem me importava com o frio, parecia até que estava mais quente. Emanuelle andou pelas lojas de grife famosas, como Chanel e Dior, e no fim da noite jantamos em um dos restaurantes por ali. Fomos caminhando de volta ao hotel, fiz questão de carregar as sacolas e ainda dei um jeito de pegar na mão dela.

— Foi um dia maravilhoso, Emanuelle. Gostei muito das visitas e acima de tudo da sua companhia.

Ela sorriu como um anjo e desviou os olhos timidamente.

— Também gostei. Está sendo bem diferente do que imaginei...

Quando entramos no quarto, que ela se arrumou para dormir, a mesma tensão das noites anteriores veio à tona. Ela simplesmente se fechava numa espécie de casulo e ficava tão tensa que seu corpo tremia. A única explicação cabível, era o medo de fazer sexö, e não acho que seja por ser comigo. Na verdade, acredito que ela se fechou para os sentimentos por alguma decepção amorosa, se reprimiu por muitos anos, sempre protegendo sua virgindade com medo de ir contra as regras, e agora, ela simplesmente não consegue se soltar, e tem medo, na verdade, muito medo.

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