Rafael
Foi uma noite conturbada; meu dedinho latejava lembrando-me da dura missão do casamento. Isso me incomodou a noite inteira, não sabia o que doía mais; se o dedo, as mãos ou o coração. Engraçado que quando estamos apreensivos, tudo incomoda. Emanuelle dormiu que nem um bebê, sinceramente, não sei qual o problema dela, estava ciente dos seus surtos cheios de altos e baixos, mas esta noite ela se superou, me confundindo o tempo todo. Passei a noite com dor; fiquei prometendo a mim mesmo que não deixaria Emanuelle mexer com o meu psicológico ou mesmo com as minhas emoções, sejam elas boas ou ruins.
Quando enjoei de ficar no chão, levantei-me com dificuldade, acho que quebrei meu dedinho. Como pode um dedo tão insignificante abalar o corpo inteiro? Retirei a faixa e vi que estava inchado e roxo, não aguentava nem relar no dedo. Que ridículo! Me aprontei para sair do quarto, precisava achar algo para dor, talvez um gelo. Desci as escadas e notei que as pessoas ainda estavam em festa. Minha cabeça estava explodindo; ressaca, noite sem dormir, dor... Que desastre! Até parece que o universo estava me alertando da merdä que fiz.
Um dos empregados apareceu e me pegou abrindo os armários.
— Procura algo, Sr. Moretti?
— Tem algum analgésico? Minha cabeça está doendo.
O funcionário apontou para um lugar, abri e peguei o que queria.
— Mais alguma coisa?
— Gelo. Preciso de gelo.
Ele me entregou dentro de um copo, será que pensou que eu fosse beber? Peguei um saco plástico e voltei para o quarto antes que mais alguém me visse. Depois do remédio e gelo, finalmente consegui dormir.
— Rafael! Rafael!
Emanuelle me sacudia na melhor fase do meu sono.
— O que foi? Será que pode me deixar dormir mais uma hora? — reclamei sem abrir os olhos.
— Já está tarde. Estou com fome e não posso descer sem meu marido.
Respirei fundo, abri os olhos e lá estava minha linda esposa me encarando com a sobrancelha arqueada. Levantei me arrastando, me arrumei e fui abrindo a porta.
— Notei que seu dedo está bem inchado e roxo. Tem certeza que não quer ir ao hospital fazer uma radiografia?
— Sim! Vamos? — falei impaciente.
Desci de maneira mecânica. Chegando no térreo, Emanuelle tocou meu ombro, me fazendo parar.
— Não podemos ficar tão frios aqui, vamos ter que fingir.
— O que quer que eu faça?
— Vou ter que te ensinar como ser cavalheiro? — ela segurou minha mão e puxou.
— Ai!
— Desculpa! Esqueci que tá dodói! — Ela me provocou.
— Não precisa ser tão grosseira. — revirei os olhos.
Fomos até o terraço, uma grande mesa estava posta. A maioria dos que participaram do casamento fechado, comiam e conversavam alto. Este povo não dorme? Quando chegamos, todos ficaram em silêncio, nos olhando sérios.
— Porque estão nos olhando? — sussurrei para Manu.
— Eles querem a prova do lençol.
— Sério isso?
Emanuelle apenas assentiu. Ela parecia se divertir com isso. Tive que subir as escadas e buscar o lençol. Que coisa mais inconveniente! meu dedo está doendo! Peguei a prova do meu crime e desci. Emanuelle me esperava com um sorriso no rosto. Fiquei desconfiado, e se durante minha breve ausência ela resolveu falar a verdade? Essa garota me paga!
Fiquei segurando o lençol sem saber como deveria agir. Os homens pareciam está com a mesma cara, esperando a minha atitude. Vincenzo observava a cena atencioso e Kath estampou no rosto, o que estava desconfiada.
— Mostre o lençol, marido.
Estreitei os olhos na sua direção e ela me olhou com cara de desentendida. Suspirei pesadamente e abri o lençol. Seja o que Deus quiser!
Todos olharam, depois se entreolharam, então seguiram o café da manhã com suas conversas altas. Suspirei aliviado entreguei o lençol a empregada. Vincenzo me chamou para sentar ao seu lado, eu apenas ouvia a conversa alheia. Até que em um dado momento, Vincenzo se aproximou mais.
— Uma hora vai ter que dormir de verdade com a minha filha. Sei que não será fácil para você, mas não declino da ideia de ter um neto. — ele falou baixo, de maneira que somente eu escutasse.
Como se eu fosse o único que pudesse dar netos para ele. Porque ele não pede ao Lorenzo?
— O que a Emanuelle falou?
— Nada. Ficou apenas te esperando com um sorriso maroto no rosto.
— Como soube que não dormimos juntos?
Ele deu risada.
— Ela estava com um sorriso satisfeito, e você de mau humor. Não é difícil interpretar a situação. Mas não se preocupe, convenceu estes machistas.
— Eu só não queria pressioná-la. Estava muito tensa... Desculpe falar sobre isso. Mas como prometi, vou respeitar sua filha.
— Mas não seja muito manso. Manu tem a tendência de montar em cima e meter a espora. Precisa ser firme em algumas situações. Pensa num temperamento difícil!
— Eu sei... Vou dar um jeito.
— Claro! — ele sorriu de uma maneira irônica, como se não confiasse que eu seria capaz de controlar sua filha.
Neste momento, decidi que seria o meu novo desafio. Se dava conta de lutar com cinco homens de uma vez, não daria conta de uma garota mimada? Sem chance! Tomei um longo gole de café, observando ela toda solta e sorridente na mesa. Que atriz! Ou ela realmente estava satisfeita?
Esta garota me confunde e tira todo meu juízo. Ela me olhou, piscou e jogou um beijo. Que atrevida!
Em um certo momento, Vincenzo se levantou e chamou a atenção de todos.
— Felicidades aos noivos! — todos aplaudiram. — Temos um presente da máfia para vocês, uma viagem de lua de mel para Roma. Uma semana!
Todos aplaudiram de novo e assoviaram. Eu e Emanuelle ficamos perplexos, com cara de "ué". Aplaudimos juntos, dando um sorriso sem graça. Na verdade, tudo que passava na minha cabeça agora, era como iria fazer para conviver com a Emanuelle numa viagem de lua de mel. Definitivamente estava frito.
Olhando a expressão pensativa dela, percebi que não era o único surpreso. Que comecem os jogos!
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Atualizado até capítulo 79
Comments
IZAURA
kkkkk essa boa
2024-11-21
0
Weid Melo
quero que esquente kkk
2024-05-09
2
Nubia
agora acontece a lua de mel kk
2024-03-04
2