Emanuelle
Ele suspirou e sentou no chão.
— Manu, eu não vou te tocar; a menos que me peça por isso. Está nervosa, tensa... Não sei em que momento te magoei, mas não vou fazer algo que claramente não está pronta. Não me importo com estas regras da máfia, não sou virgem, porque deveria querer que minha esposa fosse? Além do mais, prefiro assim, fazer sexö pode confundir sua cabeça, porque pode não saber separar o prazer, da paixão.
— Está achando que estou derretida por você? Que sou uma tola que se apaixona facilmente? Que convencido! Meu último e primeiro amor foi quando eu tinha dezesseis anos. Pode ser bonito, Rafael, mas não sinto nada por você! Já fui rodeada por muitos homens, sei como é ser imune aos encantos de um homem. Agora se levante e faça seu papel de marido, você pode não se importar com as regras, mas tem um bando de carniceiros lá fora que se importam. Sou virgem, mas sou mulher, sei separar as coisas, não se preocupe com sentimentos, eles são isentos em mim.
Ele se levantou e meneou a cabeça em negação. Tocou meu rosto e suspirou.
— Jamais faria isso com qualquer mulher, imagine com você. Relaxa, dou um jeito.
Ele se afastou, pegou um canivete e cortou a mão que estava sem a queimadura. Apertou no lençol até o sangue pingar, limpou a mão na parte que pingou, e esparramou deixando tudo bagunçado. Fiquei observando a cena um tanto intrigada. Embora estivesse aliviada por não ter que fazer sexö com ele hoje, não sei porque me senti rejeitada.
— Não me acha atraente? — perguntei indignada.
Ele largou o lençol, e olhando para mim pegou a mesma faixa que usou para a queimadura e enrolou no corte da mão.
— Porque está preocupada com isso?
— Tenho o direito... Sinto que está fazendo de tudo para não dormir comigo. — respondi me sentindo uma tola.
Ele suspirou e meneou a cabeça em negação.
— O que quer de mim, Emanuelle? O que espera de mim?
— Eu... Nada... Eu pensei que seria diferente... Estou confusa... — gaguejei.
Como odiava me sentir assim, tão confusa. Não queria transar com ele se pudesse evitar, mas ao mesmo tempo me sentia ofendida por ele não fazer questão de dormir comigo. Acho que feriu o meu ego.
Ele cruzou os braços insatisfeito com minha resposta vaga. Respirei profundamente e retomei as rédeas da minha vida, levantei e o encarei com frieza.
— Eu pensei que faria seu papel de homem na cama; mas me enganei. Existem regras a serem seguidas, e, parece que não quer cumprir a que devia ser a mais fácil para você.
— Então é isso? Está preocupada com esta regra ridícula? E tentando apelar para a minha masculinidade? — ele se aproximou um tanto alterado.
Apenas empinei o nariz e fingi que não ouvi aquelas palavras. Ele tocou meu cabelo e tensionou o maxilar. Foi difícil manter a pose de durona, mas me mantive firme, com a respiração acelerando aos poucos.
— Se quer que eu faça meu papel de marido, é só pedir, querida esposa. — falou irônico.
Um ódio misturado à atração me envolveu; como ele conseguia exercer este poder sobre mim?
— Não vou implorar por algo que é sua obrigação. Se fosse outro, não pensaria duas vezes em desfrutar deste corpo. — o provoquei passando as mãos na minha barriga, sensualmente.
— É isso que quer? Que eu te ataque como uma presa nas garras de um lobo faminto? Porque no momento seria tudo o que teria de mim. — esbravejou respirando rápido.
— Se é o que tem, vou ter que aceitar. — falei sem abaixar a cabeça, mas por dentro estava morrendo de medo.
Ele agarrou os cabelos da minha nuca e puxou para si. Beijou a minha boca com ferocidade, mordi o seu lábio com raiva. Ele se afastou com um meio sorriso, passando o dedo no lábio que sangrava.
— É muito violenta para quem é virgem. — ele argumentou.
Engoli em seco, eu realmente não sabia o que ele poderia fazer a seguir, estava apavorada. Num gesto inconsciente encolhi os braços e me envolvi, meu corpo começou a tremer involuntariamente. Limpando a boca; ele me observou.
— Eu não sou um monstro, Emanuelle. Não vou tocar em você até que esteja pronta. Olha para você? Está até tremendo. O que acha que eu vou fazer? Só farei sexø com você quando me pedir e sentir que realmente esteja pronta.
— Então nunca faremos sexø. Porque eu não vou pedir. — falei tentando me acalmar.
— Problema seu. Posso sobreviver sem sexö.
— Esqueceu que esperam um filho nosso? — retruquei sentando na cama.
— Nem todos os casais engravidam. Também posso conviver com isso. — ele deitou no chão e puxou o edredom.
— Ótimo! Nunca precisei de sexö e não vai ser agora que vou precisar, também não tenho dificuldade em viver sem esta intimidade.
Me deitei e virei de costas para o lado que ele estava.
— Esqueceu de apagar a luz. — ele resmungou.
— Eu não vou levantar.
— Por isso o interruptor está próximo da cama.
— Mas eu tenho que me esticar, meus braços são curtos.
— Não acredito que estou discutindo com uma criança! — ele levantou e apagou a luz.
Sorri no escuro. Não vou facilitar "senhor perfeição". Tenho outras formas de me divertir, já que não vai me dar o que eu tinha tanta curiosidade de sentir. A cama balançou, e Rafael xingou.
— O que foi?
— Bati meu dedinho no pé da cama! P*** q** p***! Como dói!
Acendi a luz do abajur e sentei na cama. Ele estava se contorcendo de dor.
— Não seja mole, Rafael. Você queimou a mão e a cortou voluntariamente. Vai me dizer que bater o dedinho é pior? — revirei os olhos.
— Você não faz ideia! — ele resmungou.
Me arrastei até a beirada da cama e observei o dedinho fora de lugar, estava torto. Deve ter sido uma pancada bem forte.
— Acho que quebrou ou deslocou de lugar... — constatei.
— Sério!? Nem notei! — ele falou sarcástico.
— Quer ir ao hospital?
— Tá brincando comigo, não é?
Dei risada e voltei a deitar.
— Precisa saber o que aconteceu, colocar o dedinho no lugar.
— Aaaahhhhh!
Levantei assustada. Rafael estava vermelho e segurando o dedinho do pé. Ele soltou devagar, respirando compassadamente. Rasgou um pedaço da faixa e amarrou o dedinho no dedo do lado. Fiquei impressionada!
— Problema resolvido. Boa noite!
Ele foi mancando até onde ia dormir e deitou-se. Dessa vez apaguei a luz, não ia fazer meu marido ter outro dedo deslocado.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 79
Comments
Margareth Santana
aff por ser da máfia a Manu tá se portando como uma criança mimada
2024-10-30
1
Vilma Teixeira Roquete
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣...que noite de núpcias....
2024-06-13
1
Clean Santos de Oliveira Mundim
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2024-04-24
1