Emanuelle
Não sei se me manter afastada do Rafael durante toda a semana, foi minha melhor escolha, porque quando me olhei no espelho e observei a noiva que refletia ali, senti na pele o que viria a seguir. Talvez se eu tivesse lhe permitido se aproximar, não estaria tão temerosa de estar com ele. O casamento foi algo tão mecânico e sem emoção que me fez refletir se valia a pena a minha escolha.
Se não fosse a festa que só os italianos sabem como deixar feliz, não sei como me deixaria ser levada ao quarto de núpcias com o Rafael... ou melhor, meu marido. Nada como vinho para aquecer um coração gélido, e não fui a única a me beneficiar do álcool. Rafael se soltou na dança e na alegria que até me deu um beijo de arrancar o fôlego, bem diferente do que recebi no altar, que foi frio e obrigatório.
Fisicamente eu não via nada que não fosse belo em Rafael, e foi neste momento que eu entendi que quando nos apaixonamos, a beleza exterior é uma parcela pequena do que nos faz sentir atraídos. Mesmo sob o efeito das inúmeras taças de vinho, quando entrei no quarto, estava tão tensa e apreensiva que por um instante desejei sair correndo. Vinte três anos sem nem mesmo ser tocada intensamente por um homem, e de repente me ver diante de alguém mais velho, que sempre teve suas mulheres e ser obrigado a ficar somente comigo o restante da vida. Isso é insano. Minha consciência começou a gritar desesperada, como me entregar para alguém que não amo? Como permitir que ele me toque e retire tudo que guardei com tanto cuidado?
Ele me olhava analisando minhas atitudes; aparentemente eu tentei não mostrar meu nervosismo, mas meu coração saltava desenfreado no peito, me alertando da mudança que teria nesta noite. Se por um lado eu temia, por outro estava ansiosa em saber como seria dormir com um homem, e se tratando do Rafael, não acho que seria ruim, mas aquela dúvida não me largava. Este pensamento me irritou, não podia facilitar. Sem paciência comigo mesma, comecei a tentar abrir o zíper do meu vestido, Rafael me olhava diferente, dava para sentir que estava atraído, me arrependi de ter insistido neste vestido sensual, agora não sabia se daria conta do recado.
Abrir o zíper foi uma missão impossível, como estava nervosa, a situação só piorou. Rafael nem se importou em oferecer ajuda, retirou o smoking, afrouxou a gravata e começou a desabotoar a camisa. Será que ele não vê meu sofrimento?
— Se precisar de ajuda é só pedir. — falou retirando a gravata.
— Pensei que não fosse se oferecer! — falei impaciente.
Me virei, ele se aproximou, afastou meu cabelo e deslizou o zíper com firmeza.
— Pedir não tira pedaço, meu anjo. — sussurrou no meu ouvido e deslizou o dedo no meu ombro nu.
Foi um choque no meu corpo, uma corrente elétrica me deixou trêmula e com o coração acelerado. Rafael tem um cheiro maravilhoso, sua voz grave e sussurrante me impactou, estava atraída, ansiosa para saber como seria ser tocada por ele. Afastou-se, em seu rosto tinha um sorriso malicioso; fiquei com raiva, ele estava muito altivo com a minha reação. Sei como ele é observador e analista comportamental, e sabe muito bem como estou me sentindo.
Me levantei indignada, segurei o vestido e peguei a camisola ridícula que minha mãe comprou. Fui correndo para o banheiro, passei na frente dele e fechei a porta. Tomei banho; foi aliviante e me senti renovada, vesti a camisola pérola, tão curta que mal cobria meu quadril, os seios estavam com aparência de maiores dentro da peça, estava sexy, me senti bonita e gostosa. Agora, eu daria o troco ao meu marido. Saí do banheiro andando na ponta dos pés, joguei o cabelo sobre os ombros e balancei a cabeça para alinhá-los. Rafael ficou vidrado em mim, seus olhos diziam que dormir comigo não seria um problema. Sorri sedutora e caminhei até a cama. Ele se levantou, a camisa estava aberta revelando o abdômen majestoso. Os olhos castanhos me observavam atentamente, embora estivesse toda empinada, por dentro estava assustada e cheia de curiosidade.
— És linda, Emanuelle. Tem o poder de fazer o que quiser com o desejo de um homem. — Aproximou-se e tocou no meu cabelo, pegou uma mexa e cheirou.
Minha respiração acelerou, foi tão forte que tive que inspirar profundamente, ou ia acabar ofegando. Não gostava de me ver tão rendida aos encantos deste homem, de alguma forma eu preciso mostrar controle de que sei onde estou pisando. Levantei os olhos e o encarei, ele segurou meu queixo com delicadeza e me beijou de maneira branda, seus lábios estavam quentes e macios; ele beija muito bem. Sua mão escorreu pelas minhas costas até parar na cintura. Estava tensa, não sabia como reagir, ele passou a língua nos meus lábios como se implorasse por mais, cedi para o seu desejo, senti sua língua explorar minha boca, nossas línguas se encontraram deixando o beijo numa intensidade que eu não conhecia. Era estranho, mas muito gostoso; fez todo meu corpo reagir, sentia calafrios e minha intimidade pulsar por vontade própria.
Ele afastou-se e olhou-me cheio de luxúria. Me odiei por estar nesta posição, eu queria o beijo do Rafael, eu desejei saber como seria o seu toque no meu corpo, como me rendi tão facilmente?
Ele ia repetir o beijo, mas coloquei o dedo nos seus lábios e o interrompi.
— Pode possuir o meu corpo, o casamento te deu este direito, mas nunca terá meu coração.
Ele me olhou profundamente e deu um meio sorriso.
— Não quero seu coração, prefiro que ele continue onde está —ele colocou o indicador entre os meus seios — no seu peito. Comigo, seu coração pode sair ferido, porque não vou saber cuidar, não pretendo me apaixonar e nem quero.
Ele se afastou me deixando sem graça e pensando nas suas palavras, que mesmo sendo um sentimento recíproco, deixou-me pensativa. O observei entrar no banheiro, fiquei estática sentada na cama. Não sei por quanto tempo fiquei ali; mas quando Rafael saiu do banho, pareceu que foram apenas segundos. A fragrância que exalou era inebriante, ele parecia relaxado e seguro de si. Fiquei esperando me abordar em silêncio, estava tensa e não sabia como agir. Mas tudo o que ele fez, foi colocar um edredom no chão, pegar seu travesseiro e deitar.
— Vai dormir? — perguntei depois de um tempo constrangedor.
— Sim, está tarde.
— Só isso? E a prova do lençol? Não quer saber se realmente sou virgem? — indaguei confusa.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 79
Comments
Joana Sena
por essa eu não esperava 😲
2025-04-08
0
amor por leitura 📚
E já começou as alfinetadas...kkkk
2024-09-24
2
Jeanne Bispo
Ela mereceu,por quebra o clima....Falou o que não devia agora fica na seca de 🤪
2024-08-11
3