Capítulo 20

Freya...

Quando a névoa escura se dissipou, estávamos diante de longas portas vermelhas. A música alta vinha do lado de dentro e diante de nós, apenas dois soldados mal encarados com armaduras pretas com o desenho de uma cobra no peito. Eles fizeram uma longa reverência assim que nos viu. O divertimento no rosto de Edda e Eirik deram lugar a máscaras semelhantes as que Aaron e Athena usavam, o olhar de desprezo e nojo instalado em seus rostos revelavam exatamente o motivo pelo qual os outros odiavam o Reino de Inverno. O lugar era escuro e frio, tinha cheiro de cinzas e vinha, era barulhento além da música que vinha de dentro. Eu também usava uma máscara, fiz o máximo para colocar meu melhor olhar de desdém no rosto, assim como a expressão de superioridade que passava exatamente a imagem que os outros passavam. Mantive as costas retas e o queixo erguido quando a porta se abriu. Aaron estava na frente, o queixo erguido, o peito estufado e as mãos no bolso, a máscara de tédio e desdém tão aparente agora como era no castelo de Cassandra. Logo atrás, estava eu, ao meu lado Athena e Edda com expressões semelhantes e atrás Eirik e Ivar nos seguiam de perto, não precisava olhar ao redor para saber que tinha a mesma expressão em seus rostos.

Uma voz feminina anunciou a chegada do Rei e Aaron entrou na frente e o seguimos pouco depois, ficando a alguns passos de distância dele. Sua presença imponente fazia todos ao nosso redor abaixar a cabeça até a altura dos joelhos e tremerem. Ele não olhou para nenhum deles, permaneceu em linha reta age o trono solitário no fim da sala. O lugar era iluminado, apesar do ar sombrio, o piso era de alguma pedra brilhante em um tom claro de azul, as paredes brancas e pilastras igualmente brancas com entalhes de guerreiros com asas e criaturas gigantes que me fariam estremecer se eu nan estivesse focada em manter meu personagem intacto. Aaron se sentou no trono, seus irmãos tomaram seus lugares ao lado. Eirik e Ivar pararam nos pequenos degraus, a postura de alto afirmação, como guerreiros prontos para a guerra, as mãos repousavam sobre suas armas e as asas se fecharam em suas costas, como uma ameaça silenciosa e eles olhavam cada um do salão, como se buscassem por algum olhar diferente. Athena e Edda pararam ao meu lado, a mesma arrogância na postura enquanto olhavam a todos por cima. Mantive a mesma postura enquanto o silêncio ecoava ao nosso redor. Sons de passos apressados se fez ouvir e um homem surgiu do meio dos outros. Ele era alto e magro, olhos arregalados e cabelos grisalhos. Usava um terno cinza que parecia largo demais para ele e tinha em sua cintura uma espada de cabo preto. Ele se ajoelhou e abaixou a cabeça diante do trono.

— Meu Rei, desculpe o atraso, não sabia que chegariam tão cedo — Sua voz acelerada e esganiçada pela respiração ofengante ecoou pelo salão em silêncio. Pude notar alguns olhares de desgosto de alguns atrás dele.

— Tanto faz lorde Kayst. Aqui estamos afinal — A voz fria e manipuladora de Aaron me fez quase derrapar em meu personagem, mas o mantive, até mesmo quando o homem deslizou seus olhos em mim, como um caçador olha para uma presa que deseja abater.

— Agradeço por conseguir um tempo para nos ver majestade. Estamos contentes e agradecidos por sua volta — A falsidade era nítida em cada palavra e Athena se mexeu ao meu lado desconfortável, como se também notasse isso.

— Vocês são do meu Reino Kayst, eu conseguiria um tempo para vim aqui uma hora ou outra — Ele forçou seu melhor tom entediado e balançou a mão — Voltei para a música e dança — O som voltou em uma música animada e as pessoas se dispersaram no salão, mesmo que muitos olhos curiosos estivessem sobre nós, sobre mim.

— Vejo que trouxe alguém — Kayst olhou para mim com aquele mesmo olhar e meu estômago se revirou. Dei a ele meu melhor olhar desdenhoso — Soube que quase começou uma guerra para pegá-la de Apollo. Deve ser uma vadia valiosa — Ele passou a língua pelos lábios e minhas mãos de apertaram. Segurei a vontade de xinga-lo e fui até Aaron quando ele me chamou com um simples olhar.

— Freya é uma convidada em meu Reino e está sob os cuidados da minha corte pessoal. Demonstre por ela o mesmo respeito — Seu tom ameaçador arrepiou alguns pelos na minha nuca.

Aaron me puxou para o seu colo e sentei sobre uma de suas pernas passando meus braços por seu pescoço. Ele agarrou minha cintura com força e com a outra mão, deslizou até minha coxa exposta deslizando até o limite na parte interna. Sua mão gelada me fez estremecer e ele parece ter notado já que automaticamente ela se tornou morna sobre minha pele. Olhei para Kayst que nos observava com desgosto, fiz o meu melhor para não demonstrar que a mão dele ali, tão próxima do meu meio estava me fazendo perder a concentração.

— E se Apollo resolver revidar? Afinal de contas, o senhor tomou dele seu brinquedinho sexual — A mão de Aaron se apertou em minha cintura e eu automaticamente alisei seu cabelo em sua nuca, o aperto se aliviou e ele sorriu para Kayst e me olhou.

Responda. Sua voz ecoou na minha cabeça e eu olhei para ele com olhos questionadores, ele apenas permaneceu me encarando, esperando por minha resposta. Olhei para Kayst ainda com a máscara de desdém e concentrei para que minha voz ecoasse exatamente isso.

— Não sou o brinquedo sexual de ninguém e não fui tomada, estou aqui por que quero e se você tem algo contra isso, sugiro que fale neste momento lorde Kayst — A mão de Aaron na minha coxa de apertou e eu vi pelo canto dos olhos quando Edda deu um sorrisinho de aprovação. Kayst me olhou surpreso e então olhou para Aaron que ainda tinha o sorriso preguiçoso em seu rosto.

— Já teve sua resposta lorde. Sugiro que pare de criar teorias mirabolantes em sua mente, ou serei forçado a tira-las a força — Kayst estremeceu e se curvou quase que imediatamente.

— Sinto muito senhor, não vai mais acontecer — Ele se afastou, mas antes de sumir no salão, ele me lançou um olhar mortal. Respirei fundo fundo e olhei para Aaron que fez apenas um sinal e seus irmãos desceram se misturando em meios aos outros.

— Você sabe como interpretar bem — Aaron se aproximou de meu ouvido e sussurou, sorri de lado enquanto os olhares curiosos ainda nos analisavam, incluindo o de Kayst do outro lado do salão.

— Apenas fiz aquilo que te vi fazer tantas vezes — Ele sorriu com o rosto em meu pescoço e minha pele vibrou no local onde sua respiração me atingiu.

— Kayst quer um showzinho, ele ainda está em dúvida sobre o que falou. Vamos dar isso a ele — Não respondi a isso, apenas repousei uma mão sobre seu peito.

Aaron entendeu a minha autorização e subiu mais sua mão em minha coxa, quase tocando o meio das minhas pernas. A outra mão apertou minha cintura com força o bastante para deixar marcas e seu rosto escondido em meu pescoço deixava um rastro quente onde sua respiração tocava. Fechei os olhos deixando que o momento me guiasse e alisei a mão em seu peito por seu ombro e desci por seu abdômen até chegar próximo a sua virilha, ele sorriu e o som reverberou por todo o meu corpo. Eu não devia, mas o meu corpo inteiro estava quente, como se estivesse em combustão, embora aqui fizesse muito mais frio do que a casa de Aaron. As lembras de seu corpo nu em meu quarto, que eu tentei esquecer, voltaram a minha mente e antes que eu me desci conta, já estava com as pernas abertas sobre seu colo. Ele deslizou sua mão para o meio delas tampando toda e qualquer visão de quem estava no salão, mas eu podia sentir seu dedo roçar minha intimidade por cima do pano, meu corpo inteiro reagia ao seu toque tímido na região. Joguei a cabeça para trás me esquecendo completamente de onde estávamos. Sua mão que estava em minha cintura subiu até próximo aos meus seios e meu corpo se arrepiou com o contato ali.

Mordi os lábios e sua voz ecoou em minha mente outra vez. Kayst terá sonhos quentes essa noite. Eu podia ouvir ele rir dentro da minha cabeça. Eu não ligo. Respondi em minha mente e ele parece ter ouvido já que seus dedos chegaram ainda mais perto da minha intimidade fazendo pressão no local, controlei a vontade de arquear as costas e o som que de formou na minha garganta. Você está deixando o homem louco, Freya. Isso me fez abrir os olhos e procurar por Kayst no salão, ele permanecia no mesmo lugar, olhos fixos em nós dois, uma taça de ouro nas mãos enquanto a outra repousava sobre sua virilha. Isso fez meu estômago revirar. Desviei o olhar para Aaron e ele me olhou, os olhos brilhavam e eu sabia reconhecer o que ele estava sentindo, assim como a mão que repousava em sua virilha podia sentir a confirmação do que seus olhos queriam. Então é melhor pararmos. Falo depois de algum tempo realinhando meus pensamentos e ele concorda, embora suas mãos e as minhas permanecessem no mesmo lugar. Meu corpo ainda estava quente, pegando fogo e se não fosse o vento gelado ao nosso redor, eu estaria suado como se tivesse corrido todo o caminho até aqui. Aaron também estava quente e sua respiração, embora não demonstrasse, estava mais acelerada do que antes, assim como nossos corações que estavam acelerados. Desviei minha atenção para as pessoas no salão e tentei afastar da mente o que quer quê estava acontecendo aqui. Aliás, o que estava acontecendo aqui?

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