Os dias têm sido uma maratona implacável. O peso do trabalho se tornou um fardo opressor, uma montanha que parece crescer a cada momento. Isabella, a diretora, é uma presença constante, uma sombra que paira sobre meu ombro, uma voz insistente que clama por mais, sempre mais.
Cada cena, cada ensaio, é uma corrida contra o tempo. As demandas são incessantes, as expectativas, altíssimas. Sinto-me como se estivesse em um redemoinho, girando sem controle, lutando para manter o equilíbrio em meio a essa tempestade.
Mas, à medida que o trabalho se intensifica, minha conexão com Brenda começa a se desgastar. Vejo a preocupação em seus olhos, sinto a distância que se instala entre nós. É uma faca afiada, penetrando meu coração a cada olhar perdido, a cada palavra não dita.
Eu a amo mais do que as palavras podem expressar, mas a pressão é avassaladora. Não sei mais como equilibrar esses mundos que parecem colidir. Isabella exige mais de mim, promessas de sucesso que parecem estar além do meu alcance. E, ao mesmo tempo, há Brenda, o alicerce da minha vida, a âncora que me mantém sã em meio a esse furacão.
Toda noite, ao deitar na cama vazia, sinto o peso da escolha. A batalha entre o dever profissional e o amor pessoal é uma guerra silenciosa que me consome. Cada mensagem não respondida, cada ligação adiada, é uma adaga cravada em minha alma.
Brenda merece mais do que isso. Merece um parceiro presente, alguém que não a deixe na penumbra da incerteza. Mas, por mais que eu tente, sinto-me encurralado, como se estivesse em uma encruzilhada sem saída clara.
No fundo, sei que preciso encontrar uma forma de equilibrar esses mundos. Preciso lutar pela minha carreira, mas não à custa do meu amor por Brenda e de nosso filho. Preciso encontrar uma maneira de conciliar essas forças opostas, antes que sejam irreparavelmente despedaçadas.
Prometo a mim mesmo, no silêncio da noite, que encontrarei uma solução. Que enfrentarei Isabella e suas exigências, mas também protegerei o que tenho de mais precioso: minha família. A estrada à frente é íngreme, mas é uma jornada que devo percorrer, não apenas por mim, mas por todos nós.
A decisão de abrir mão da minha carreira pesava sobre mim como uma âncora. Cada passo em direção ao escritório de Isabella era uma mistura de determinação e apreensão. Sabia que estava prestes a mudar o curso da minha vida, e talvez até mesmo o curso de nossa família.
Ao entrar na sala, o olhar penetrante de Isabella encontrou o meu. Era como se ela já soubesse o que eu estava prestes a dizer. A tensão no ar era palpável, mas eu não podia recuar.
— Isabella, precisamos conversar. — Minha voz, embora firme, trazia uma mistura de nervosismo e resolução.
Ela assentiu, sua expressão revelando uma curiosidade que mal escondia um toque de surpresa.
— O que há, Liebert? Parece que tem algo em sua mente.
Respirei fundo, reunindo toda a coragem que tinha dentro de mim.
— Isabella, eu... Eu não posso mais continuar assim. O trabalho tem sido uma prioridade avassaladora e está afetando minha vida pessoal de maneiras que eu não posso mais ignorar. Eu preciso fazer uma escolha.
O silêncio que se seguiu pareceu se estender por uma eternidade. Os olhos de Isabella estudavam os meus, como se buscasse compreender a gravidade das minhas palavras.
Finalmente, ela assentiu, e pude ver uma mistura de compreensão e respeito em seu olhar.
— Liebert, eu entendo. O mundo do cinema é um desafio constante, e nem sempre é fácil equilibrar a vida profissional e pessoal. Se essa é a sua decisão, eu a respeito.
Senti um peso sendo tirado de meus ombros, uma sensação de liberdade que há muito eu não experimentava. Sabia que não seria uma jornada fácil, mas a certeza de que estava fazendo o que era certo para mim, para Brenda e para Vinícius, era mais do que suficiente.
— Não se preocupe. Eu creio que amanhã voltará para sua casa, então tome um bom vinho comigo, e não rejeite.
A atmosfera na sala de Isabella era carregada, e seu gesto de oferecer o vinho parecia mais uma espécie de ritual do que uma simples cortesia. Aceitei a taça, tentando manter a compostura, mas a tensão ainda pairava no ar.
O líquido tinha um sabor adstringente, um toque amargo que me fez engolir em seco. Continuei a conversar, tentando focar nas palavras que saíam da minha boca, mas algo estava errado. Tudo começou a se distorcer ao meu redor, como se o mundo estivesse girando em câmera lenta.
Olhei para Isabella, sua figura parecia se fundir com o ambiente, os contornos borrados. Tentei me levantar, mas minhas pernas vacilaram e o chão parecia se mover sob meus pés. Era como se estivesse preso em um pesadelo, incapaz de escapar.
Isabella olhava para mim com um sorriso enigmático, seus olhos brilhando com uma luz que parecia mais maliciosa do que amigável. Percebi tarde demais que algo estava terrivelmente errado.
— Isabella, o que... o que você fez? — Minha voz soava fraca e trêmula, quase irreconhecível para os meus próprios ouvidos.
Ela se aproximou de mim, seus passos parecendo ecoar em um corredor interminável. Seu riso ecoava, distorcido e sinistro.
— Apenas um pequeno truque, Liebert. Apenas um pequeno truque para garantir que você faça a escolha certa.
Tentei lutar contra a escuridão que ameaçava me envolver, mas era uma batalha perdida. Meu corpo parecia uma marionete sem fios, obedecendo a um comando invisível.
Quando a escuridão finalmente me consumiu, tudo o que restou foram as últimas palavras de Isabella ecoando em minha mente. Eu estava preso em um pesadelo, e não tinha ideia de como ou se conseguiria acordar.
A voz de Isabella ecoou em minha mente, penetrando como um grito no silêncio que me envolvia. Suas palavras eram como correntes, amarrando-me a um destino que eu não escolhi.
"você é meu Liebert, e uma vez dentro da minha área, nunca fora."
Aquelas palavras ressoaram como um eco macabro, uma sentença que parecia selar meu destino. Eu estava preso em um jogo que não compreendia completamente, uma marionete nas mãos de uma diretora que parecia ter mais poder do que eu jamais imaginei.
Tentei lutar contra a escuridão que me envolvia, buscando qualquer vestígio de controle sobre meu próprio corpo e mente. Mas era como se estivesse enredado em teias invisíveis, incapaz de mover um músculo sequer.
Enquanto a consciência se afastava, pude sentir a presença de Isabella se intensificar ao meu redor. Seus olhos brilhavam com uma luz sinistra, sua voz se transformando em um sussurro gélido que ecoava em minha mente.
Eu não sabia como, mas sabia que precisava encontrar uma maneira de me libertar dessa armadilha. Minha determinação se tornou a única chama de luz em meio à escuridão que me envolvia.
Prometi a mim mesmo que não seria dominado por essa força sombria, que encontraria uma maneira de recuperar minha liberdade e voltar para Brenda e Vinícius. Era uma promessa que eu estava disposto a cumprir, custasse o que custasse.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Deborah Lopes
homem frouxo vivendo nesse meio de cobras deveria ter fingido beber ou recusado firmemente
2025-03-16
0
Neta Souza
agora e tarde bebê vai perder a família de vez para deixa de idiota só tenho pena da Brenda e do Vinícius
2025-03-29
0
Jeneci Nunes
cobra venenosa 😡😡😡
2025-03-04
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