Capítulo 12

Assim, os dias passaram, e todos na fazenda ficaram impressionados com Liebert. O que ele fez para merecer tal reconhecimento? Simplesmente porque houve um rodeio aqui, e ele foi o vencedor por três noites consecutivas. Isso rendeu um bom dinheiro para a fazenda do meu pai. Ele passou a ser bem-vindo aqui. Meu filho o adora, tanto que chorou para que dormisse com ele. Até a minha mãe, eu peguei conversando com ele. Porém, não acho estranho que a minha mãe se dê bem novamente com Liebert. Ela é diferente do meu pai, é sempre mais amiga das pessoas e não guarda rancor. Meu pai fica de lado, ainda não conseguiu conversar com o ex-genro. Creio que a vontade é muita.

Confesso que ver Liebert com Vinicius é tão lindo. A forma como os dois se tratam simultaneamente. Estou tentando me acostumar com essa aproximação dos dois, e acredite, não é tão fácil, mas estou tentando. Todas as vezes que Liebert tem vindo ver o filho, ele tem me ignorado. Eu não deveria me importar, mas há algo dentro de mim que faz com que eu sinta essa rejeição.

Por esses dias, Liebert veio novamente fazer um ensaio fotográfico no campo. E desta vez, me pediu para que Vinicius o acompanhasse e que tirasse várias fotografias com ele. E mesmo eu dizendo "não", como sempre, Liebert não me ouviu e tirou as fotos com o filho. Vinicius gostou do ensaio, a todo momento ria e fazia tudo direitinho, como Liebert lhe pedia. Estava difícil para mim forçar um sorriso para manter as aparências, como se eu estivesse gostando de Liebert expor o meu filho dessa maneira.

Eu daria tudo para que Liebert estivesse em qualquer lugar que não fosse aqui.

Vinicius me chamou para tirar fotos junto com eles, fazendo com que todos me olhassem, esperando que eu aceitasse. Eu não tinha para onde correr naquele instante. Olhei para a carinha de felicidade do meu menino e não resisti. Fui até eles, fizemos uma pose para as fotos. Vinicius ficou no meio, no colo do pai, e com uma das mãos livres, Liebert agarrou na minha cintura. Sinto que ele fez isso de propósito.

Terminada a sessão de fotos, saímos dali para casa. Me sentei no banco de madeira que havia ali e descansei um pouco. Liebert veio até mim e sentou-se ao meu lado, observando Vinicius correr e brincar atrás da bola.

— Ele não se cansa — Liebert comentou, quebrando o silêncio. O sorriso dele, a felicidade, estava ali, estampado em seu rosto.

— Não. Vinicius só para quando está dormindo. É um garoto saudável e forte — comentei.

— Puxou ao pai. Eu era assim quando estava nessa fase — falou calmamente. — Brenda, eu quero te agradecer por deixar o meu filho passar o dia inteiro comigo — disse, me encarando.

— Não me agradeça, você impôs a sua presença. Acho que não tive muita escolha — brinquei, e ele ficou sério.

— Mesmo assim, eu agradeço por não ter dificultado.

Um silêncio foi estabelecido entre nós dois. Eu preferi assim, não quero tocar no passado.

— Eu falei com o meu advogado, e os trâmites estão correndo — disse Liebert. — Em breve, o meu filho terá o meu sobrenome — completou.

Pelo jeito, não conseguirei protestar em nada. Liebert está decidido a levar isso adiante. Eu estou lutando contra um homem poderoso, que pode fazer o que quer, ainda mais tendo o dinheiro como seu aliado.

— Está bem — falei, já cansada daquilo.

Antes de Liebert descobrir tudo, eu vivia em paz. Vivia no meu mundo, com meu filho. Não tinha nada que pudesse abalar a nossa amizade e o nosso afeto. Eu sinto falta disso.

— Outra coisa, Brenda. Se você quiser, podem ficar no meu apartamento desocupado. É na cidade e está perto de tudo — disse ele.

— Está louco? Se um dia eu voltar para a cidade, vou para a minha casa. Não precisamos morar no seu apartamento desocupado — falei em tom de humor.

— Não estou louco. Estou te oferecendo algo mais agradável. E não é por sua causa, mas pelo meu filho. Afinal, você me deve anos da sua vida, e os nove meses de gestação, que eu adoraria ter participado.

— E por que eu deveria ter dito a você que estava grávida? — me coloco de pé. — Você deveria ter feito filhos naquela secretária mequetrefe, e ter me errado — vociferei.

— Mas não fiz. Fiz em você e acabou — disse com ironia. — Quer saber? Não quero mais falar sobre isso. Toda essa merda de situação ficou no passado, e não nos cabe ficar jogando na cara um do outro toda vez que nos encontrar.

Liebert pegou Vinicius no colo e fez menção em sair dali. Passei à sua frente e caminhei em direção à minha casa. Assim que adentramos a casa, tudo estava em mais absoluto silêncio. Meus pais não estão em casa. Vinicius coça os olhinhos e deita a cabeça no ombro de Liebert, e acaba dormindo. Fomos diretamente para o quarto. Ele coloca o filho na cama.

— Amanhã estarei aqui novamente. O lugar fica um pouco complicado para estar todos os dias aqui. Por isso te ofereci um lugar, para que eu fique perto do meu filho, Brenda. Eu não quero que me veja como amigo, e muito menos como inimigo. Não é saudável para o nosso filho que nos veja brigando — disse ele. — Quero que você arrume uma roupa na bolsa. Amanhã venho pegar vocês para levar até a cidade. O nosso filho precisa ver gente, já viu mato e cobras o suficiente.

— Ok! — levantei a minha bandeira da paz. — Sabe o que é curioso, Liebert? É que você não sabia que eu estava grávida — falei, olhando para ele. Observei bem a sua reação.

— O que quer dizer? — ele perguntou.

— Quero dizer que, quando eu estava saindo da clínica, a sua tão sonhada secretária me viu saindo de lá. Me perguntou se eu estava grávida, e eu confirmei. Por que ela não contou para você?

Liebert ficou pálido com a notícia. Eu soube naquele momento que ele realmente não sabia, e se a secretária não lhe falou nada, é porque tinha uma certa quedinha por ele. Por esse motivo, ela decidiu abafar o que soube.

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