Capítulo 17

Os dias que se passaram, minha mãe fez um jantar na casa dela e nos convidou para estar presente. Liebert não queria ir, para evitar certas situações, mas com muito custo, ele me acompanhou.

Apesar do tempo que passava, a tensão entre meu pai, Carlos, e eu permanecia palpável. Ele lutava para aceitar a decisão que tomei, e nossas conversas eram pontuadas por momentos de silêncio desconfortável.

Eu entendia a profundidade do desapontamento dele e sabia que reconquistar sua confiança seria uma jornada longa e difícil. Eu estava disposta a fazer o possível para mostrar a ele que a reconciliação com Liebert não era uma decisão tomada de forma leviana.

Um dia, após o jantar, pedi a meu pai para conversarmos a sós. Nós caminhamos até o jardim, onde a brisa da noite trouxe um certo alívio à tensão.

— Pai, sei o quanto é difícil para você aceitar tudo isso. Eu só quero que entenda que estou tentando fazer o que acredito ser o melhor para mim e para o Vinícius. — Comecei, minha voz calma.

Papai olhou para mim com olhos cansados, mas também cheios de preocupação.

— Brenda, eu só quero que você seja feliz. Mas também não posso ignorar o fato de que Liebert já a magoou antes. Não quero vê-la sofrer de novo.

Eu assenti, compreendendo a preocupação de meu pai.

— Eu entendo, pai. E eu prometo que estou indo com os olhos bem abertos. Liebert e eu estamos trabalhando duro para construir um novo começo, baseado em confiança e respeito mútuo. Eu sei que as palavras não são suficientes, mas espero que, com o tempo, possamos provar a você que estamos realmente comprometidos com essa nova fase.

Papai olhou nos meus olhos vendo a determinação e a sinceridade em meu olhar.

— Eu quero acreditar em você, Brenda. Mas vai levar um tempo para que eu possa aceitar completamente essa situação.

Eu abracei meu pai com gratidão, sentindo um pequeno raio de esperança.

— Obrigada, pai. Eu só peço um pouco de paciência e tempo. Prometo que vou fazer de tudo para que você veja a felicidade que estamos construindo juntos.

E assim, eu e papai caminhamos de volta para a casa, sabendo que a jornada à frente seria desafiadora, mas também cheia de oportunidades para cura e crescimento.

A confiança entre Liebert e mim estava lentamente se reconstruindo, e estávamos começando a vislumbrar um futuro juntos. No entanto, o destino tinha outros planos. Liebert recebeu uma oportunidade de trabalho como ator em Londres, uma oferta que ele não podia recusar. A perspectiva de passar algum tempo separados trouxe à tona a ansiedade que ambos tentávamos superar.

Liebert pegou em minhas mãos, e as levou até os lábios, as beijando com todo amor e carinho.

— Meu amor, eu tive uma idéia. Eu quero que me acompanhe nessa viagem, vamos comigo. — Liebert me olhou nos olhos, esperando uma resposta para seu convite. porém, eu não poderia ir, porquê eu tinha outras coisas para resolver, e além disso, nosso filho, começaria a estudar na creche amanhã.

Expliquei isso a liebert, e senti o quanto ele ficou triste. Sei que também ele não queria estar longe de nós dois, tanto que estava fazendo de tudo, para que eu fosse a essa viagem com ele. Mas apesar de tudo, ele me compreendeu muito bem.

O dia da viagem chegou, eu fiz as malas de Liebert, e antes de viajar, nos despedimos. Seu olhar triste pairou nos meus, ele me abraçou apertado, e deixou um beijo calmo em meus lábios. Ele caminhou até Vinícius e também deixou um beijo no topo de sua cabecinha.

— Eu amo vocês, e estarei aqui em breve, eu prometo. — Liebert segurou meu rosto estre suas mãos.

Meus olhos seguiram Liebert até que o táxi se perdesse de vista. Um nó se formou na minha garganta, a distância já começava a pesar. O silêncio tomou conta da casa, parecendo amplificar ainda mais a ausência dele.

Vinícius sentia a falta do pai de maneira especial. Seus olhinhos brilhantes buscavam por Liebert a cada canto, como se aguardasse o retorno dele a qualquer momento. Eu o segurava nos braços, tentando preencher o vazio com meu amor, mas sabia que nada poderia substituir a presença de seu pai.

Apesar disso, encontrava forças na certeza de que Liebert estava perseguindo seu sonho. Suas mensagens eram um alento, repletas de palavras carinhosas e promessas de um futuro que valia a pena esperar. Todos os dias e momentos em que ele tinha um tempinho, fazia questão de me ligar em chamada de vídeo, e Vinícius falava muito com ele.

À medida que as semanas passavam, mergulhava ainda mais no meu trabalho e na rotina com Vinícius. Cada dia era uma lição de resiliência e determinação. Nosso pequeno foi se adaptando na creche, e aprendeu muitas coisas. A cada dia, está mais inteligente.

Enquanto isso, Liebert se entregava por completo ao novo papel como ator, dedicando-se plenamente ao desafio. A distância física era um obstáculo, mas o amor que compartilhávamos se tornava uma força inabalável. Ele me deixava a pá de tudo que estava fazendo. Sempre que estava gravando as cenas de filmes, ele me ligava e mostrava com ímpeto, onde estava e o tamanho do estúdio. Mesmo longe, fazia questão de que eu soubesse o que ele estava fazendo.

As noites solitárias eram preenchidas com lembranças dos nossos momentos felizes e a promessa de um futuro que valia a pena esperar. Cada mensagem trocada era um raio de luz, um lembrete de que nosso amor era forte o suficiente para transcender a distância.

E assim, enquanto o tempo continuava seu curso implacável, Liebert e eu enfrentávamos a separação com coragem e determinação, confiantes de que, no final, a distância só serviria para fortalecer o amor que nos unia.

Com o passar das semanas, comecei a perceber uma mudança em Liebert. Sua voz ao telefone soava mais distante, e a presença daquela mulher que se dizia diretora se tornava cada vez mais frequente. Era como se uma sombra tivesse se instalado entre nós.

Tentei entender a pressão que ele estava enfrentando, mas a falta de comunicação estava nos afastando. Cada ligação era uma promessa de retorno que se esvaía, e a mulher do outro lado da linha parecia ter se tornado mais do que apenas uma colega de trabalho.

Minha preocupação crescia a cada dia. Conversar com Liebert se tornou um desafio, suas respostas eram evasivas e seu olhar, uma vez cheio de ternura, agora parecia fugir do meu.

Uma noite, depois de muitas tentativas frustradas de alcançá-lo, decidi confrontar Liebert sobre o que estava acontecendo.

— Liebert, precisamos conversar. Sinto que estamos nos afastando e não sei o que está acontecendo. — Minha voz tremia, a incerteza e a angústia borbulhavam dentro de mim.

Ele desviou o olhar, evitando me encarar diretamente. A sala estava impregnada com um silêncio pesado, quebrado apenas pelo som distante da cidade lá fora.

— Brenda, eu... Eu tenho estado sob uma pressão enorme. O trabalho tem sido intenso e a diretora... — ele hesitou por um momento, como se buscasse as palavras certas — a diretora tem sido muito insistente. Diz que preciso me dedicar inteiramente ao papel.

Ouvir aquelas palavras trouxe um misto de alívio e preocupação. Entendia a importância do trabalho para ele, mas também sentia a dor da nossa distância crescente.

— Liebert, eu te apoio, mas precisamos encontrar um equilíbrio. Não podemos deixar que o trabalho nos separe. Precisamos manter nossa conexão, nossa base.

Ele assentiu, seus olhos finalmente encontrando os meus, carregando um misto de gratidão e desculpas.

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Comments

Deborah Lopes

Deborah Lopes

se ele trair novamente eu sumiria do país pra sempre sem deixar vestígios

2025-03-16

1

Miriam Ramos

Miriam Ramos

aff vai acabar se separando de novo com esse trabalho dele

2025-03-30

0

Elizabeth Fernandes

Elizabeth Fernandes

Espero que ele não trai ela novamente

2025-02-27

2

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