Eu passei semanas esperando que Liebert aparecesse para vir buscar nosso filho. Quando ele não veio, senti um alívio. Tenho medo de estar no mesmo ambiente que ele, mesmo que esteja somente levando Vinicius para passar alguns dias com o pai. No fundo, sinto que não é uma boa ideia. Eu fazia questão de que Liebert pagasse uma babá para cuidar de Vinicius enquanto estivesse ocupado. Porém, Liebert fez questão da minha companhia junto.
Passei semanas pensando na tentação que será passar esses dias com o meu ex-marido. Ainda mais com Vinicius chorando enquanto perguntava por ele.
Estava me preparando para dormir quando escutei pessoas discutindo. Ouvi direito e percebi que era meu pai e Liebert. No começo, fiquei com muito medo, achando que ele estava bêbado e que veio fazer um escândalo na nossa porta. Mas não. Ele estava em seu perfeito juízo. Saí do quarto rapidamente, sem fazer barulho, a fim de não acordar o meu filho, e fui de encontro a eles. Mamãe também me acompanhou. Eu saí tão apressada que não me dei conta de que estava de camisola. E, para completar, ela era curta e bem ajustada ao meu corpo.
Senti um calor percorrer o meu corpo. Olhei para Liebert. Ele estava me comendo com os olhos. Descarado. Envolvi o meu corpo com os meus braços, e ele percebeu que eu havia notado seu olhar no meu corpo, então sorriu. Aquele sorriso me desmontou.
Papai continuava batendo boca, mas dessa vez com a minha mãe, que pedia para ele parar de fazer escândalos. Ela dizia que, se continuasse assim, os hóspedes das chácaras deixariam de alugar as casas, e com isso, perderíamos muitos clientes. Papai abaixou o tom, fazendo com que Liebert se sentisse vitorioso. Mamãe conseguiu com que papai fosse para dentro, e nós o acompanhamos.
Eu vinha logo atrás. Liebert me acompanhou, ouvindo os cachorros latirem para ele.
— Esses cachorros não gostam de mim — comentou, parando ao meu lado.
— Não é isso. Eles estão te cumprimentando. Já ouviu dizer que um cachorro conhece outro? — Indaguei, observando os seus olhos brilharem com uma felicidade indecifrável.
Liebert me pediu desculpas por não ter vindo antes, como prometeu. Mas deixou claro que estava ali naquele instante para nos levar. Eu não hesitei. Apenas concordei com a cabeça e disse que iria arrumar minhas coisas. Não havia dito nada ao papai. Somente mamãe sabia que eu acompanharia meu filho até a casa do pai e passaria dias com eles. Acredito que mais uma briga seria iniciada.
Liebert adentrou a sala e sentou-se no sofá, sob o olhar furioso do meu pai.
— Senhor Carlos, vim buscar meu filho para passar alguns meses comigo — Liebert começou. Ele me pegou de surpresa. Quando pensei que iríamos passar apenas alguns dias, soube que passaremos alguns meses?
Meu pai me olhou e fechou a cara.
— É isso mesmo, Brenda? Não, porque com toda certeza você também vai junto, não é? Você não se separa do meu neto um só segundo. — disse ele, esperando minha resposta.
— Paizinho, não seja tão radical. Pode parecer ignorância da minha parte, mas esse assunto pertence somente a nós dois. Sou uma mulher adulta, pai. Eu sei tomar minhas decisões — falei calmamente.
— Vai se enfiar na casa desse canalha que te traiu, por meses! Tem ideia dessa situação? Mas você é quem sabe, minha querida. Eu te conheço e sei que não é capaz de nos decepcionar — papai saiu da sala e se trancou no quarto. Mamãe foi falar com ele.
Enquanto isso, arrumei minhas coisas e as de Vinicius na mala, enquanto Liebert esperava na sala. Terminado tudo, ele me ajudou, levando as malas e colocando no carro. Eu peguei Vinicius no colo. Não pude me despedir do meu pai, ele estava muito magoado e não quis saber de mim naquele momento. Somente mamãe veio nos acompanhar até o portão.
A viagem foi um pouco longa. Vinicius ainda dormia tranquilamente em meu colo. Assim que chegamos ao apartamento de Liebert — o mesmo no qual vivemos anos de nosso casamento — muitas lembranças começaram a fluir em minha cabeça. Parece que Liebert fez aquilo de propósito. Ele me trouxe aqui para que eu me lembrasse dos bons momentos.
Saímos do carro. Liebert pegou Vinicius no colo e o levou para o quarto. Eu estava do lado de fora, ainda pegando as malas. Assim que eu iria entrar, Liebert apareceu, pegando as malas das minhas mãos. Seu rosto estava tão próximo ao meu que senti seu hálito mentolado e a respiração pesada bater contra o meu rosto.
— Nem tente, Liebert. Não vim aqui para que me reconquiste. Só vim pelo meu filho — falei, soltando as malas.
— Nem pensei nisso, Brenda. Mas você me deu uma ótima ideia. Não vou mentir — disse ele, me puxando para si. Senti o meu corpo estremecer por sentir aquele toque firme.
— O que está fazendo? Solte-me — ordenei com dificuldade. Minhas mãos estavam espalmadas no seu peitoral largo.
— Está com medo? Medo de que eu te beije e faça você viver todos os nossos momentos felizes e prazerosos? — Liebert roçou seus lábios nos meus. Por mais que eu tentasse me afastar de seus toques, ele me mantinha no lugar. Minhas pernas fraquejaram, fazendo com que ele me segurasse mais firme entre seus braços.
— Me solta, Liebert. Eu imploro — falei com um fio de voz.
Liebert me beijou, invadindo a minha boca com sua língua. Senti novamente o gosto maravilhoso daquele beijo voraz, das mãos bobas apalpando todo o meu corpo. Ele me encostou na parede, prendendo meus braços na altura da minha cabeça. Senti sua boca explorar cada extensão da pele fina do meu pescoço. Nossa respiração estava ofegante.
Em um impulso, consegui empurrá-lo para trás e proferi um tapa em sua face, arrancando dos seus lábios um sorriso cínico.
— Nunca mais faça isso, senhor Liebert. Caso contrário, pegarei o meu filho e irei embora daqui — ameacei.
— Não aja como uma criança mimada, Brenda. Pra quê querer negar o nosso desejo, a saudade? Isso aqui não é nada que não tenhamos vivido antes — disse calmamente.
Aquele tapa não foi nada para Liebert. Ele não se deixa abalar por nada.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Amanda Mariana
tô amandooo,ansiosaaa pra ver como vai ser a convivência dos três 🙌🏻😻❤️
2023-10-16
17
Jeneci Nunes
nossa esse jogo da sedução,da um tesão danado 🔥
2025-03-04
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Elizabeth Fernandes
A convivência vai ser difícil né Brenda kkkkk
2025-02-27
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