Capítulo 11

Assim que Liebert saiu, eu fechei a porta. Não demorou muito para que meus pais entrassem em casa. Papai perguntou o que estava acontecendo e por que Liebert estava dentro de casa. Tentei contornar a situação, pois desde que me separei dele, meu pai pegou uma raiva de Liebert. Antes, ele gostava muito do ex-genro e o tratava como filho. A relação dos dois era muito linda, mas como um dia tudo começou bem, também um dia acabou.

— Acho melhor você agradecer os convidados e se despedir de todos. Vou me deitar, não suporto tanto estresse. — disse papai subindo as escadas que levam aos quartos.

Minha mãe me olha e solta a respiração pesada.

— Eu sei que não é fácil tudo isso, assim como também sei que seu pai não é fácil, filha. Assim como ele, eu não concordo que você e Liebert voltem a se ver. Mas nunca fui a favor de proibi-lo de ver o filho dele. Tente ver como vai lidar com tudo isso, e eu estarei aqui para te apoiar, meu amor. — mãe me abraça e sobe para o quarto.

Saí para fora, agradeci a todos os convidados e amigos por virem fazer parte da festa do meu filho. Meus olhos alcançam a silhueta de um homem que estava encostado no pilar de uma das chácaras ali, um pouco distante. Eu sabia que era Liebert, ele ainda não tinha ido embora como pensei que teria ido. Uma força incontrolável me instiga a ir até ele para conversarmos.

Caminhei até ele, nossos olhos se encontram assim que me aproximo cada vez mais. Ele estava com as mãos enfiadas nos bolsos da calça social, uma posição tranquila que demonstrava uma calma que pensei que ele não tivesse. Uma aparência que sei que é enganosa, porque dentro de Liebert, sempre tem um predador, esperando o momento certo para atacar. Essa calma dele é momentânea.

— Pensei que já tinha ido embora. — falei parando diante dele.

— Por que eu teria que ir? Falei a você que no aniversário do meu filho eu ficarei até terminar. Mesmo com a sua permissão ou não. — respondeu.

— Certo, então fique aí. — falei dando as costas para ele. Mas fui puxada por suas mãos fortes.

— Quero que saiba de uma coisa, ex-esposa. Estou aqui por causa do meu filho, e não por sua causa. — Ele me solta após passar as mãos no meu corpo.

— É melhor que vá embora, não é bem-vindo aqui. — falei, me sentindo abalada por seus toques. Novamente me viro para sair e novamente fui puxada por Liebert. Meu corpo se derrete toda vez que os nossos corpos se encontram. Tudo nele me faz lembrar do que vivemos juntos.

— Será. Será mesmo que não sou bem-vindo? — perguntou próximo aos meus lábios. — Sabe Brenda, às vezes acho que você fica toda derretida quando eu te pego dessa forma. Isso te faz lembrar de tudo, não é? Dos momentos prazerosos que eu te proporcionei, do amor selvagem que somente eu sabia dar a você. — me provocou.

— Sabe o que acho? Que você está louco. — Disfarcei a loucura que eu estava sentindo naquele momento.

— Será? Será que não é você que está louca para sentir novamente essa sensação de estar entregue à loucura? Porque sou o único que te deixava extasiada, sou o único que te saciava e ao mesmo tempo te deixava com mais sede ainda. — Liebert roçou os seus lábios nos meus. Por um momento, pensei que eu seria beijada. Fechei os olhos, esperando que aquele beijo acontecesse. Porém, fiz papel de idiota. Liebert me soltou e saiu dali rindo da minha cara, me deixando para trás.

Maldito!

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O dia amanheceu ainda mais lindo. Aproveitei aquele sol maravilhoso para passar alguns momentos na cachoeira. Preparei uma cesta com algumas frutas, sucos e pães. Peguei o meu filho no colo e fomos para lá. Mamãe e papai não param em casa, vivem mais no campo, cuidando dos animais.

Essa manhã, papai quase não falou comigo. Acredito que tenha sido por conta da situação de ontem. Ele apenas me perguntou se convidei Liebert para vir à festa. Minha mãe, todo o tempo, brigando com ele. E lhe disse que Liebert tem direito de vir ver o filho, já que descobriu que tem um. Papai não disse nada, apenas me olhou com olhar ameaçador, se levantou e foi para o campo. Mamãe foi logo depois.

As coisas vão começar a ficar difíceis, disso tenho certeza. Qualquer coisa, eu retorno para o meu apartamento na cidade, não quero ter que arrumar problemas com a minha família. São as únicas pessoas que eu tenho nesse mundo.

Vinicius e eu estávamos nos divertindo bastante na água. Quando senti a presença masculina ali. E o seu perfume como sempre, marcante no lugar. Assim que o meu filho o viu ali, deu leves gritos de felicidade. Liebert tirou toda a roupa, ficando apenas de cueca box, me fazendo engolir seco. Olhei para outro lado, conversando com o meu filho. Mas o pequeno estava inquieto, querendo ir imediatamente para os braços de Liebert.

Ele entrou na água, pegou Vinícius no colo e brincou um pouco com ele. Vinicius abriu um sorriso enorme.

— Oi meu grande campeão, como você dormiu? Hã? O seu aniversário foi um sucesso. Se a sua mãe tivesse me comunicado antes, eu teria feito uma festa maior, com direito a tudo que você merece. — Liebert ergueu Vinicius para o alto, arrancando risos descontraídos dele.

— Meu filho, não precisa de muito para ser feliz. Fiz tudo simples, mas foi com amor e carinho. — Me senti ofendida pelo modo como ele se referiu à organização do aniversário.

— Não falei por mal. Apenas disse que eu poderia ter te ajudado, se tivesse me contado sobre o aniversário do nosso filho, Brenda. — Ele rebateu, vendo-me sair de dentro da água.

— Aliás, o que veio fazer aqui?

— Quer mesmo que eu repita? Acredito que já saiba da resposta, é a mesma que falei ontem para você, por duas vezes. Dá próxima vez, melhor que grave no celular, e coloque todos os dias para ouvir.

Bufei de raiva. Me sentei sobre a toalha que eu havia estendido ali na grama, e fiquei observando cada brincadeira saudável dos dois.

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