O dia em que me casei com Brenda foi, sem dúvida, o mais feliz da minha vida. Nunca fui do tipo que sonhava com casamento. Nunca imaginei subir no altar, muito menos dividir a vida com alguém. Eu era o típico gato escaldado. Vinha de relações fracassadas, escolhas ruins, envolvimentos por conveniência. Todas as mulheres com quem me envolvi antes deixavam claro, mesmo que não dissessem com todas as letras: não estavam comigo por amor. Era pelo meu sobrenome. Pela minha conta bancária. Pelo status de ter ao lado um ator famoso pra mostrar por aí. E isso me afastava cada vez mais da ideia de pertencer a alguém.
No início da minha carreira, eu mesmo me prometi que jamais me prenderia a ninguém. Queria curtir minha liberdade, aproveitar minha juventude e as vantagens que a fama me dava. Viver uma vida de curtição, sem regras, sem cobranças. Sexo casual, relações rasas, e nada que exigisse envolvimento. E, até certo ponto, isso funcionava muito bem. Era divertido, leve. Não existia a menor chance de frustração quando você não esperava nada de ninguém.
Mas tudo isso mudou quando Brenda Rios entrou na minha vida, sem pedir licença, virando meu mundo de galã do avesso.
Estava gravando um especial para um reality show quando a vi pela primeira vez. Ela estava ali, entre a equipe, observando tudo. Seus olhos cor de mel me atravessaram. Tinha algo neles que me fez parar. Não era só beleza, e sim, ela era linda, mas havia algo mais. Aqueles olhos brilhavam com um desejo sem vergonha, e ao mesmo tempo com uma doçura absurda. Enquanto me observava, mordiscava os lábios de forma quase inocente, e ainda assim tão provocante que me fez perder o foco da gravação.
Mesmo com todos os olhos voltados pra mim, minha atenção estava presa nela. E eu, acostumado a controlar qualquer situação, senti um tipo de nervosismo que fazia tempo que não sentia. Ela parecia pura demais. Sensível demais. Tão... real. Eu, com meu jeito explosivo e minha fama de ogro, não combinava com ela. Aquela mulher não merecia ter mãos como as minhas tocando em seu corpo.
Mas é claro que ela me surpreendeu. Fez mais do que olhar. Ela agiu.
Quando todos já estavam indo embora, ela ficou. Sozinha, esperando, provavelmente arquitetando sua entrada. Apareceu com um sorvete na mão e fingiu esbarrar em mim. Antes que eu dissesse qualquer coisa, ela se ofereceu para me limpar com a língua.
Juro por tudo que precisei me segurar pra não rir alto. Os seguranças vieram, achando que era uma fã maluca, e queriam tirá-la dali. Mas eu já estava encantado. Aquele absurdo que ela disse me pegou de surpresa de um jeito que poucas coisas tinham feito nos últimos anos. Ela era atrevida, divertida, e ao mesmo tempo... doce. E, sim, aquele “me limpar com a língua” me deixou excitado. Muito. Imaginei coisas com ela naquele instante. Coisas que nunca falei pra ninguém. Ela nem fazia ideia das cenas que passaram pela minha cabeça se me desse oportunidade.
As semanas seguintes passaram rápido, mas ela ficou na minha mente. Achei que não a veria mais, até que, do nada, ela surgiu de novo. Dessa vez, em uma festa fechada, num iate de amigos meus. Estava tentando entrar sem convite. Como uma penetra. E, mais uma vez, precisei intervir. Porque ninguém queria deixá-la passar, e, sinceramente, eu já sabia que queria que ela entrasse.
Pouco tempo depois, Brenda apareceu em uma entrevista comigo. Estava substituindo uma amiga dela, que tinha tido um imprevisto. E foi aí que tudo começou de verdade. A entrevista foi só o pretexto. O que rolou ali foi muito mais. Ela era engraçada, espontânea, tinha uma luz própria. Era diferente de tudo que eu já tinha conhecido. Tinha algo de instintivo nela, algo que me prendia de forma absurda. E quando finalmente ficamos juntos, tudo fez sentido. O beijo. O toque. A entrega. Era como se meu corpo soubesse que ela era minha, mesmo antes da minha mente aceitar isso.
A forma como ela fazia amor... era diferente. Não era só prazer, era conexão. Ela se entregava sem pudores, sem joguinhos. E cada vez que estávamos juntos, era como se eu descobrisse algo novo sobre ela, e sobre mim também.
Mas, como tudo que vem fácil demais costuma assustar, ela sumiu. Desapareceu da minha vida de uma hora pra outra. Não respondia mensagens, não atendia ligações. Sumiu como se nunca tivesse existido. E eu... entrei em desespero.
Nunca imaginei que sentiria aquilo por alguém. Ela virou vício. Fiquei obcecado. Nada mais me dava prazer. Nem minha carreira, nem os eventos, nem os papéis que surgiam. Nada fazia sentido sem ela. Foi aí que percebi que estava completamente entregue.
Com a influência que eu tinha, e a ajuda de algumas pessoas, descobri onde ela estava: trabalhando em um restaurante no Caribe. Peguei um avião sem pensar duas vezes. E, pra não correr o risco de perdê-la novamente, fiz o impensável. Pedi Brenda em casamento ali mesmo, na frente de todo mundo. Foi a coisa mais insana e maravilhosa que já fiz na vida.
E como sempre, a imprensa caiu matando. Saiu em todos os portais de fofoca, claro. Mas eu não me importava. Pela primeira vez, não me importava com o que iriam dizer. Só queria ela. Ela era minha razão. O centro do meu universo. E eu sabia que tinha encontrado o amor da minha vida.
Mas, como todo idiota que não sabe cuidar do que tem, eu errei. Errei feio. Fui um covarde. E paguei o preço.
Brenda me flagrou em uma cafeteria beijando minha secretária. E tudo desabou. Mas o que ninguém entendeu, nem ela, é que aquilo não foi traição. Pelo menos não como as pessoas pensam. Não teve sexo, não teve sentimento. Foi um beijo. Um beijo por interesse, por conveniência, por pressão. Eu precisava de documentos importantes que ela estava segurando, e usei o único meio que achei que funcionaria. E funcionou. Mas custou tudo que eu tinha.
Brenda viu. E pra ela, foi o suficiente. Não quis ouvir minhas explicações. Não quis saber do contexto. Só viu o beijo. E me apagou da vida dela.
Agora estou aqui. Sozinho. No meu iate, cercado de água por todos os lados, encarando o vazio. Me deram dois dias de folga depois de um ensaio fotográfico. Resolvi vir pro mar. Pelo menos os peixes não me julgam. Acho.
Esse processo de divórcio me deixou completamente fora de mim. Tentei me reerguer. Tentei seguir em frente. Mas tudo desmorona quando penso nela. No que vivemos. No que destruí. São dois anos sem sua presença. Dois anos sem seu sorriso. Sem sua risada de canto. Sem suas implicâncias. Dois anos sem saber se ela está bem. Ela me bloqueou de tudo. Antes, eu ainda conseguia ver uma foto ou outra. Agora... nada. É como se eu nunca tivesse existido na vida dela.
E enquanto escrevo isso, ou penso, ou só sinto, nem sei mais, estou chorando feito criança. E não me envergonho. Porque perdi a mulher da minha vida. Por um erro estúpido, por orgulho, por não saber colocar limites. Eu daria tudo pra voltar no tempo. Mas não posso.
Eu queria tentar de novo. Recomeçar. Mostrar pra ela que sou outro homem. Mas como fazer isso, se ela não deixa nem uma fresta aberta?
A dor que carrego não passa. E talvez nunca passe. Mas ainda assim, eu não desisto. Mesmo que ela nunca mais me queira. Mesmo que tenha seguido em frente. Mesmo que exista outro em meu lugar. Eu vou seguir tentando. Tentando ser alguém melhor. Tentando ser digno da mulher que um dia me olhou como se eu fosse tudo.
Se o amor que sinto ainda tiver algum valor, algum peso, que ele me transforme. Que ele me mova. Que ele me faça suportar a ausência, a saudade, o silêncio.
Porque mesmo que o caminho esteja fechado, e que a distância entre nós pareça impossível de encurtar, eu continuo acreditando. E se um dia, por um segundo que seja, ela me olhar de novo... eu estarei pronto.
Pronto pra fazer tudo diferente, pronto para tê-la de volta.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Danielle Pereira
se eu fosse ela não voltaria pra esse canalha e escroto cafajeste de vdd traição não tem perdão queria que ela case com outra pessoa mais infelizmente essas mulheres perdoa a traição e acaba voltando pra esses escrotos
2025-03-14
2
Alessandra Almeida
Claro que beijo é traição😏😏😏
2025-03-27
1
Vó Ném
Se ela beijar outro cara , não é traição ou para ela é?????
2025-03-22
0