Capítulo 16

Fazia mais de semanas que eu estava na cidade, no apartamento de Liebert. Meus pensamentos estavam bastante agitados. Mas, no fundo, eu me sentia feliz por ter voltado ao lugar que um dia me pertenceu.

Em nossas conversas, Liebert e eu estabelecemos um desafio. Desde que havia voltado para ele, ainda não tínhamos trocado carícias e nem compartilhávamos do mesmo quarto. Eu precisava de um tempo para voltar a confiar em Liebert, e ele, mais do que nunca, aceitou o desafio para demonstrar o quanto me queria.

Essas semanas também, se resumem em dias, que eu nem se quer, tive coragem de contar aos meus país sobre a minha decisão. Estou à espera deles. O Meu coração batia forte no peito enquanto me preparava para enfrentar uma das conversas mais importantes da minha vida. Eu sabia que precisava compartilhar a notícia da reconciliação com meus pais, e isso me deixava ansiosa e ao mesmo tempo determinada.

Naquela tarde, os convidei para um encontro na chácara de Liebert, nos mudamos para cá, para ficar alguns dias, escolhendo o cenário que tanto significava para todos. Sentados no terraço, cercados pela serenidade da natureza, reuni coragem para falar.

— Mãe, pai, eu sei que vocês viram o quanto eu sofri após a separação. E eu também sei que viram o quanto Vinícius cresceu e floresceu sob os cuidados de todos nós. — Comecei, minha voz firme.

Meus pais me olharam com expressões de carinho e preocupação, prontos para ouvir o que eu tinha a dizer.

— Eu... Eu quero que saibam que Liebert e eu decidimos dar uma nova chance ao nosso relacionamento. — Continuei, olhando nos olhos deles.

Houve um breve momento de silêncio, enquanto minhas palavras eram absorvidas.

Minha mãe, Ayda, foi a primeira a falar, seu olhar cheio de compreensão.

— Querida, nós só queremos o seu bem e a felicidade de Vinícius. Se essa é a decisão que você tomou, então nós a apoiaremos, não importa o que aconteça.

Meu pai, Carlos, assentiu, sua expressão séria, mas não gostou de nada que ouviu. Ele se aproximou de mim, me olhou nos olhos e me proferiu um tapa na face.

O silêncio pesado pairava no ar após o tapa que meu pai desferiu. A dor e a surpresa se refletiam nos meus olhos, enquanto eu segurava o rosto, atordoada.

— Pai... — murmurei, minha voz embargada.

Ayda, minha mãe, olhou para o marido com uma mistura de choque e reprovação.

— Carlos, como pôde fazer isso? — Ela disse, sua voz carregada de indignação.

Papai permaneceu em silêncio por um momento, sua expressão endurecida. Finalmente, ele falou com uma voz carregada de raiva contida.

— Não posso acreditar que você está disposta a aceitar de volta esse homem, Brenda. Ele a magoou profundamente, e agora você quer colocar Vinícius nessa situação novamente? Vamos, me diga. O que esse homem, que te traiu, e te trai em cenas bastante explícitas, vai oferecer a você e ao meu neto? Me fale. — papai gritou, deixando claro a sua indignação.

Tentei manter a compostura, minhas emoções em conflito. Eu sabia que a decisão de reconciliação não seria fácil para todos, mas não esperava uma reação tão explosiva.

— Pai, eu entendo suas preocupações, mas Liebert e eu estamos tentando... — Tentei explicar, mas fui interrompida por ele.

— Tentando o quê? Esquecer o passado? Brenda, você merece alguém que a respeite e a valorize desde o início, não alguém que precise de uma segunda chance para perceber o que perdeu.

Minha mãe colocou uma mão no meu ombro, oferecendo-me apoio silencioso.

— Carlos, por favor, precisamos conversar sobre isso com calma. A decisão de Brenda não foi fácil e precisamos apoiá-la, independentemente de nossas próprias opiniões. — Ayda disse com firmeza.

Papai suspirou, passando a mão pelo cabelo em frustração. Ele olhou para mim, vendo a determinação em meus olhos.

— Estou profundamente decepcionado com você. Nunca pensei que criaria uma filha, para ser tão sem vergonha na vida, não tem moral e escrúpulos. Não é igual a sua mãe.

— Pai... — falei vendo ele entrar para dentro do carro deles, que estava parado na estrada.

O ambiente ainda estava tenso, mas havia um pequeno raio de esperança que brilhava no horizonte. Eu sabia que o caminho à frente seria desafiador, mas estava determinada a lutar por meu amor e pela família que estava tentando reconstruir novamente.

Sentia as lágrimas começarem a brotar, mas me esforcei para manter a compostura. Eu sabia que precisava ser forte, não só por mim mesma, mas também por Liebert, meu filho e pela nova chance que estávamos tentando construir.

Mãe olhava para o marido com uma expressão de desapontamento e tristeza. Ela se levantou e foi até mim, abraçando-me com carinho.

— Brenda, querida, nós vamos superar isso juntas. Seu pai está apenas preocupado com você, mesmo que tenha se expressado de maneira muito dura. Não leve as suas palavras em consideração, minha filha.

Assenti, agradecendo pelo apoio da minha mãe. Enquanto isso, Liebert adentrou a casa, havia acabado de chegar do serviço, e percebeu que o meu rosto estava vermelho. Ele queria intervir, enfrentar o sogro, mas eu lhe lancei um olhar firme, pedindo silenciosamente para que ele deixasse aquilo comigo.

Sequei as lágrimas, e me levantei. Caminhei até o carro em que meu pai estava.

— Pai, por favor, podemos continuar a conversar sem tantos confrontos? — Pedi, minha voz carregada de emoção, mas também de determinação.

Papai suspirou, percebendo a dor no meu rosto. Ele sabia que precisava encontrar uma maneira de lidar com essa situação, mesmo que fosse difícil para ele aceitar.

— Brenda, eu... Eu só quero o seu bem. Sinto muito se fui duro demais, mas ver você passar por tudo isso... é muito difícil para mim. — papai finalmente confessou, sua voz carregada de arrependimento.

Olhei nos olhos do meu pai, vendo a sinceridade em suas palavras. Sabia que aquilo era um passo importante para a aceitação.

— Pai, eu entendo. E sei que isso não é fácil para nenhum de nós. Mas peço que tente entender que Liebert e eu estamos tentando recomeçar, e que Vinícius merece crescer em um ambiente de amor e união. — Disse, minha voz agora mais suave, mas cheia de determinação.

Mãe se juntou a nós, colocando uma mão no ombro do papai.

— Querido, vamos apoiar a Brenda nessa decisão. Ela precisa do nosso amor e compreensão mais do que nunca.

Papai assentiu, olhando entre as duas mulheres em sua vida com um misto de emoções.

— Eu vou tentar, por vocês. Mas saibam que isso vai levar um tempo. Eu não gosto desse sujeito. — Ele disse, olhando para onde Liebert estava em pé na varanda. Em seus braços, estava Vinícius.

Sorri, sentindo um peso sendo aliviado de meus ombros.

— Obrigada, pai. Significa muito para mim.

A conversa continuou, comigo, mãe e pai discutindo os desafios e as esperanças que o futuro reservava. Caminhamos para casa, sentamos ao redor da mesa novamente , e os servi com um café. Liebert permaneceu em silêncio, nos observando e ao mesmo tempo, dando atenção ao nosso filho.

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Comments

Maria Madalena Figueredo

Maria Madalena Figueredo

nao gostei do tapa pessos adultas tem direito de errar e acertar ficou bem chato se e comogo me lrvantava pega marido e filho e nem olhava pra trs so a minha mae eu veria

2025-03-11

0

Elizabeth Fernandes

Elizabeth Fernandes

Tudo bem a preocupação do pai só que não precisa ter dado um tapa nela é adulta responsável por seus atos

2025-02-27

3

Valdelise Lima

Valdelise Lima

Não há necessidade de bater. Esse tapa foi desnecessário era apenas falar o que sentia em seu coração .

2025-01-27

0

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