Miguel Navarro

Mãe sabe que não gosto desse tipo de evento, como a senhora organiza um jantar desse sem me consultar! Falo com raiva.

— Miguel querido, tem que se acostumar com esses jantares, você é o presidente do grupo Navarro e o diretor do hospital. Claro que precisa se apresentar, será um evento simples, apenas para os acionistas e alguns funcionários. Escuto ela falar.

— Certo dona Fernanda, mas não ficarei mais do que o necessário. E sem discurso. Falo me dando por vencido.

— Tudo bem filho, te esperamos às oito. Beijos, meu amor.

— Oi maninho! Ouso Virgínia falar entrando na minha sala.

— Desculpa Miguel, não ter ido almoçar com você, na hora que ia saindo do consultório tive uma emergência.

— Entendo, falo abraçando ela. Virgínia é cinco anos mais nova que eu, uma mulher linda carismática, apaixonada pelo marido desde a infância e ama muito os filhos. E sua profissão é médica pediatra.

— Imagino que o almoço era para falar do jantar que nossa mãe marcou para hoje! Pergunto me sentando na cadeira atrás da minha mesa do escritório.

— Na verdade não era sobre isso, também soube a pouco desse jantar, acredito que dona Fernanda fez tudo de caso pensado, ela sabe que você iria recusar mas como está tudo certo não irá fazer uma desfeita dessas.

— Então sobre o que você queria falar? Pergunto curioso.

— Aqui não é o lugar certo para isso, vamos numa cafeteria aqui pertinho. Vi fala me puxando para sair do escritório.

— Então, Virgínia, qual é o problema para que não possa falar no hospital, para que tanto mistério? Pergunto depois fazermos nossos pedidos.

— Miguel, há algum tempo tenho visto muita coisa estranha no hospital, pode ser coisa da minha cabeça, não sei... mas fique de olho aberto, por ser muito novo e ter assumido a presidência do hospital, muitos dos velhos podem querer te prejudicar.

Ontem, fiquei furiosa com o que ouvi ao seu respeito, alguém está espalhando que você não tem competência para esse cargo sendo herdeiro.

— Virgínia conta as coisas que tem ouvido sobre mim e o que vem acontecendo de errado há algum tempo, a falta de respeito, as intrigas, a manipulação de poder, os médicos antigos abusando dos residentes.

Preciso ficar atento, não será nada fácil bater de frente com os velhos.

Depois da conversa com minha irmã, tive mais certeza de que alguma coisa está errada na administração do hospital, vou investigar bem e acabar com a carreira dos responsáveis por trás de todas as merdas que estão fazendo para prejudicar o hospital.

Ando pelo salão, cumprimento algumas pessoas, sorrio e aceno para eles, caminho até onde estão meus pais e outro casal conversando.

Boa noite! Falo parando na frente da mesa reservada aos meus pais.

— Filho, que bom que chegou! Fala minha mãe vindo me abraçar.

— Sorrio com o jeito de dona Fernanda, não importa o quanto tenha crescido, ainda nos trata como crianças, sempre carinhosa, companheira, apoiando aquele que ama.

— Filho, fala meu pai levantando da sua cadeira para me cumprimentar.

— Conheci os dois casais que estão sentados com meus pais, o homem de pele clara, rosto quadrado, olhos pretos e um famoso médico cirurgião do hospital.

Sento com eles, conversamos sobre o mundo da medicina, o quanto tem mudado e o quanto ainda falta mudar.

— Então Miguel, em que área você é formado? Pergunta Amadeus Campos.

— Sou formado em oncologia! Respondo levando minha bebida à boca.

Estava entediado, tudo mudou assim que minha mãe foi até o palco, chamando a atenção dos demais.

— Boa noite! Quuero agradecer a presença de vocês neste momento importante para minha família, a realização do sonho e o desejo do meu pai sendo cumprido.

Muitos já o conhecem, mas poucos sabem o homem que ele é.

E com muito orgulho que apresento formalmente o novo diretor geral e CEO do hospital central, Miguel Navarro, meu filho querido.

Ouso o discurso da minha mãe, sei o quanto ela sonhou com esse dia, mesmo sabendo que não gosto de apresentações, porém é necessário para que saibam que estou aqui para trabalhar e fazer com que o hospital continue sendo referência na medicina.

Caminho até o palco, beijo minha mãe e ela me passa o microfone.

Boa noite, obrigado pela presença. Não vou fazer um discurso, apenas deixar claro que estou disposto a contribuir com o crescimento do hospital, buscando sempre inovar e trazer o melhor que há no mundo da medicina, para que assim possamos ajudar a salvar vidas e dar o melhor atendimento e conforto aos nossos clientes e parceiros.

Aos colegas de trabalho, quero deixar claro que estarei sempre disposto a ouvi-los e ajudar no que precisarem.

Como diria meu avô se fosse vivo, espero contar com a colaboração de vocês para que possamos oferecer o que há de melhor para nossos clientes e assim poder oferecer um salário digno a cada profissional que aqui trabalha.

Ouso aplausos, sorrio e saio do palco.

— Parabéns, filho, belo discurso. Parabéns, elogia dona Fernanda.

Demorei mais do que pensei.

— Miguel, filho! Quero lhe apresentar Aldo Sampaio, CEO das Indústrias Sampaio. Fala meu pai sorrindo, apontando para o velho de cabelos brancos, olhos pretos e barba cheia.

— Prazer! Falo, cumprimentando o velho num aperto de mão.

— O prazer é meu. filho, espero podermos continuar trabalhando juntos. Fala o velho sorrindo.

— Claro. Respondo sério.

Uma hora depois, saio do hospital, cansado, louco para chegar em casa, tomar um banho e deitar.

— Olá, já foi atendido? Pergunta uma morena de olhos verdes, sorrindo.

Não, respondo pegando o cardápio. Uma dose de uísque puro. Peço, olhando para a morena com um pedaço de pano cobrindo os seios e um short mostrando sua bunda.

Pois é, disse que iria para minha casa, mas aqui estou eu, no Clube Sedução, esperando ansioso para encontrar minha morena.

Meus olhos passeiam pelo local, várias pessoas conversando, homens com mulheres sentadas no colo e outras indo para a área reservada.

No palco, várias garotas fazendo danças sensuais.

A morena volta com meu pedido, agradeço, e quando ela vira para sair, chamo sua atenção. Mande a sereia vir aqui agora. Ordeno a mulher, que olha com raiva e sai.

Passando um tempo, já sem paciência para esperar, levanto para ir atrás da mulher que tem tomado conta dos meus pensamentos.

— Boa noite!

— Fala uma morena, cabelos longos, corpo lindo e sensual com um vestido vermelho marcando suas curvas, olho para ela erguendo uma sobrancelha!

— Meu nome é Afrodite, mandaram me para fazer companhia ao senhor. Fala a morena, tocando meu braço.

— Não me importa quem seja você, mandei chamar a sereia. Falo irritado.

— Sereia, não pode vir, ela está doente. Escuto a mulher falar com raiva.

— Avanço nela, puxo para o quarto ao lado, jogo ela com raiva para dentro. Ela se desequilibra, caindo de perna aberta no chão ao lado da cama. Ela se afasta, rastejando, vejo seus olhos de medo! Vou perguntar apenas uma vez, cadê a sereia?

— Por favor, não me machuque, só falei o que me mandaram. Escuto a mulher no chão falar com medo.

— Ok! Respiro, sento na poltrona, olho para a mulher ainda no chão.

Afrodite, certo! Pergunto encarando-a?

— Me fale tudo que sabe sobre a sereia e será bem recompensada.

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