GIORGIA
Escutamos barulho de rodas de carrinho e nos afastamos do abraço, no mesmo instante, senti um frio percorrer pelo meu corpo. Caminhamos de volta para a sala onde Jean Carlo já estava colocando alguns petiscos em cima da mesinha de centro, próxima aos sofás.
- Trouxe alguns aperitivos para vocês, e aqui está seu drink, senhorita Ginevra.
- Obrigado JC. Como está a casa?
- Por enquanto, está tudo ok por lá, estamos lotados como sempre, mas tudo sob controle. Porém
- Porém? Sabia que tinha alguma coisa para você ter subido aqui. - Jean me olhou de soslaio e Matteo gesticulou para que ele prosseguisse.
- A senhorita Ludwig está aqui e solicitou sua presença.
- Meu Pai amado, o que essa garota quer aqui? - Matteo pareceu irritado e foi para o bar, pegou um copo do balcão e tirou uma garrafa do bar, sem nem olhar o que era, despejou o líquido no copo, virou de uma vez goela abaixo e encheu o copo novamente. - Diz a ela que estou ocupado.
- Eu já disse isso e insinuei que estava com uma mulher, mas não adiantou. Sem ofensas, senhorita Ginevra.
- Não me ofendi, mas me chame de Giorgia, por favor. E agradeço pelo drink. - Me sento no sofá e pego a taça e tiro o guarda-chuvinha. - Quem é essa, Ludwig?
- Na minha humilde opinião, uma bela de uma sirigaita. - Ele cochichou para mim, mas alto o suficiente para Matteo escutar.
- É uma longa história, mas resumindo, lembra que eu disse que minha mãe sempre me arranja uma noiva? - Concordei - Então, ela é filha de um dos sócios do meu pai, a mãe dela é amiga da minha, então você já deve imaginar o resto, não é?
- Imagino, mas ela é feia? Não que eu seja uma beldade.
- Não é isso. E você é linda, Giorgia.
- Você é uma gata mesmo, até eu me senti atraído por você.
- Ela é tímida, Jean. - Advertiu Matteo e JC ergueu as mãos na defensiva e fingiu passar um zíper na boca. - É que eu não gosto que me imponham alguém para me casar.
- Matteo é um pouco das antigas mas também é um rebelde incurável desde a infância. - Matteo lançou um olhar sério para Jean.
– Ok ok.
- Ela é fútil demais, irritante demais, não consigo conversar com ela sem ficar irritado. E minha mãe fica insuportável quando ela reclama de mim, porque eu preciso de uma noiva para manter a estabilidade dos negócios, que preciso honrar o nome da família e todas essas baboseiras e pensamentos arcaicos que ela e meu pai tem.
- Ué então diz que você já tem namorada.
- Não é tão fácil assim, minha mãe tem uma série de exigências, mesmo que eu quem vai ser obrigado a conviver com o clone de plástico que ela escolher.
- Seja rebelde então.
- Isso, ele é sempre, mas primeiro ele precisa completar dezoito anos, se não congelam os bens dele. Então até lá ele precisa concordar com o que dizem.
- Eu não te contei a boa nova, JC, senhora Eleonora marcou um jantar para ela e a família dela para amanhã. E pelo que vi nas conversinhas no site de fofoca que ela ama, em breve seu filho ficará comprometido. Ou seja?
- Esse jantar pode ser uma cilada para você, hein Matteo.
- Giorgia vai comigo nesse jantar lá no covil.
- Isso Matteo. Antes de anunciarem, Você anuncia que está noivo da Giorgia. Dois coelhos com um cajado. Você se livra da Caroline, e sua mãe sai do seu pé. Você fica três meses sem te encherem.
- Opa, opa, opa. E minha dignidade?
- Não vou tocar em você, Gigi, vai ser só encenação.
- Nem pensar, Matteo. Você aparece a cada bimestre numa revista diferente, em um escândalo diferente, e toda semana num blog de fofoca com uma garota nova. Posso ser na minha, mas não quero minha reputação como a namorada traída a cada semana.
- Juro que não vou fazer nada disso, vamos aparecer de vez em quando em alguma revista, sim, mas como um casal. Eu me comporto. Você precisa ajudar seu melhor amigo, está no manual de melhores amigos.
- E onde está esse manual que eu não li?
- Pode pesquisar na internet, pra você ver.
- E o que eu ganho com isso, Matteo?
- O que você quiser. É como se eu estivesse assinando um cheque em branco. O que me diz? Vai aceitar ajudar seu melhor amigo? A minha felicidade está em risco. - Ele fez um beicinho, e Jean que estava em silêncio tentou segurar o riso.
- Não seja tão dramático, Matteo. E se eu quiser seu 67?
- Ele já é seu.
- Sério mesmo?
- Tão sério quanto o derretimento das calotas polares.
- Não faça piada com coisa séria.
- Mas não fiz piada, estou falando seríssimo.
- Então eu quero por escrito que o 67 será meu.
- Tipo um contrato?
- Exatamente.
- Acordo fechado, então?
- Sim. Serei sua namorada fake até você completar dezoito anos.
- Você não é só uma namorada, é minha futura noiva.
- Ok, futura noiva.
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Atualizado até capítulo 33
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