MATTEO
- Não nono, eu estou bem, não precisam se preocupar. ..... Não, não.......... Huhum, sim. Não precisa me buscar.... Não, ele vai me dar uma carona antes de ir para o trabalho....... Eu já disse o nome dele Nono... Ok, ok, é Matteo Caccini........ Tudo bem, pode passar para ela. Oi Nona..... Huhum, estou bem sim, quando chegar explico tudo certinho....... Não prestei atenção nisso, nona. ..... Sim, ele até que é bonitinho sim...... Não nona, tá ficando doida? Claro que não vou perguntar isso...... Não estou interessada nisso. Eu preciso desligar, ele está me esperando para tomarmos o café da manhã..... Nona, as coisas não são exatamente nesse contexto, e até logo nona. Beijos, amo vocês...... Céus, um dia eu fico maluca com esses dois...
Eu sei que não é certo escutar conversas particulares atrás da porta, mas eu estava curioso para saber um pouco mais sobre Giorgia. Me afastei quando ouvi que ela estava saindo do quarto.
- E aí, tudo certo para descermos? - Perguntei, disfarçando meu ato suspeito, e me aproximando dela.
- Sim, podemos descer para o desjejum. - Ri de sua provocação e começamos a caminhar lado a lado. - Ei, Matteo, espera.
Ela parou ficando um pouco atrás de mim e me virei para ficar de frente pra ela.
- Sim, Giorgia.
- Não tem todos aqueles talheres, cheios de frufrus e essas parafernálias toda de primeira etiqueta não né?
- O que faz te pensar que somos cheio dessas frescuras?
- O " para o desjejum" te entregou um pouco. - Arqueei a sobrancelha esperando por uma explicação mais convincente. - Ok, você quem pediu; Famílias da alta sociedade costumam usar esses termos mais formais, pessoas normais dizem "tomar café".
Ela usou os dedos imitando aspas.
- Senti um certo preconceito nessa sua explicação, se é que podemos chamar isso de explicação. Especifique-se melhor, por favor?
- Não é preconceito. É um conceito formado mesmo. Eu ignoro a alta sociedade desde o ano passado. Não suporto essas pessoas que se sentem superiores aos outros. Não pode acabar uma temporada que já querem fazer bailes e se exibirem uns aos outros, sempre numa competição sem fim de qual bendito baile foi melhor que o outro. Qual vestido, caro demais para um tecido que será usado uma única vez por sinal, foi o mais bonito e essas coisas. Ok que devemos nos portar a mesa corretamente em qualquer ocasião, mas todos aqueles talheres, que eu vou usar dois no máximo, e manter aquela postura ereta, como se eu fosse um manequim de plástico, com cara de quem está segurando gases o tempo todo, Ah isso não é comigo, não.
Tive que rir, não me aguentei. Ela ficou com cara de desentendida.
- Desculpe, isso foi hilário. Primeiro: Você não precisa segurar para peidar na minha casa. - Ela riu. - Segundo: Também não gosto de bailes, mas sou obrigado a comparecer por pelo menos duas horas em cada um que minha mãe faz, a cada fim de temporada, porém, por motivos diferentes desses aí, mas não vou entrar em detalhes agora, pois estou com fome. Terceiro: Esses talheres todos, só serão usados em jantares oficiais e em ocasiões especiais, que não é o caso aqui. - Passei meu braço em seu pescoço a conduzindo até a escada. - Nossos pensamentos seguem linhas muito parecidas, hein senhorita teimosia?! Vestida assim, é como se você fosse uma versão feminina de mim.
- Nem vem com essa, eu sou muito educada para falar "peidar" em uma frase, no primeiro dia em que conheci alguém.
- Você acabou de fazer isso, meu anjo. - Ironizei a ultima palavra.
- Díos mio, você é uma péssima influência. - Ela tirou meu braço de seu pescoço, fingindo jogá-lo.
- Disso eu sei. - Pisquei com um olho para ela, fazendo charme.
Graças à Deus, minha mãe e seu clone não estavam mais na mesa. Se bem que não sei se isso deveria ser realmente um alívio ou uma preocupação.
Tomamos café sentados um ao lado do outro na mesa. Conversamos principalmente sobre nossos gostos por animes e mangás, mas foi uma conversa curta, de aproximadamente uns quinze minutos.
- Enfim, melhor irmos indo, não acha?
- Sim, vamos fugir de fininho, antes que minha mãe apareça por aqui. - Saímos pelos fundos e demos a volta pela lateral da casa até a garagem, percebi que Giorgia observava ao redor. - Prometo que depois te mostro a casa. Vamos no conversível, meu USV está ...
- Sujo de sangue - Ela me cortou.
- Eu ia dizer que está sendo higienizado, mas enfim, também gosto do conversível.
- Matteo. - Escuto minha mãe chamando de longe.
- Vamos, rápido, minha mãe está vindo.
Abri a porta para ela, entrei rápido dentro do carro, nem esperando-a entrar, e liguei o automóvel. Assim que ela se sentou e fechou a porta cuidadosamente, o que achei muito classudo para uma mulher dentro de um conversível, arranquei cantando pneus.
GIORGIA
- Agora que estamos a salvo, por que fugiu de sua mãe? - Eu estava querendo perguntar isso desde que nos levantamos da mesa.
- Você é uma garota e estava em minha casa, mas a situação não era a mesma de sempre, então com toda certeza, você seria alvejada com perguntas e muitas delas seriam embaraçosas. Conheço minha mãe.
- Talvez ela e minha nona tenham estudado juntas. " Como constranger seus pupilos", não acha?
Rimos.
- Tenho até medo de ver as duas juntas. - Ele disse e sorrimos novamente.
Eu não sei se ele fez de propósito, mas já me sentia muito melhor depois de rirmos tanto. Logo entramos no meu bairro e ele estacionou em frente a minha casa após passarmos pela entrada. Percebi que ele observava o local e disse imitando sua fala anterior.
- Prometo que depois te mostro a casa. - Ele sorriu entendo o trocadilho.
- Eu sou mesmo uma má influência para você. - Disse sem tirar o sorriso de canto.
- Disso eu sei. - Desci do carro e fechei a porta com cuidado, mas me apoiei na janela. - Obrigada por tudo, Matteo. Agradeço de coração.
- Foi um prazer. Arranja logo um celular, para marcarmos a sua visita à Altare. - Ele sorriu e eu me ergui acenando em despedida.
Quando ele saiu da entrada do jardim, sorri também. Subi a escadinha da varanda e meus nonos já estavam na porta me esperando. Sabia que o sermão ia ser longo assim que eu contasse sobre minha ideia de voltar a pé para a casa e a tentativa de assalto. Mesmo omitindo a parte do cara morrendo em minha frente, eles consideraram o risco desnecessário que me permiti correr como uma afronta ao amor e proteção deles por mim. Claro que eu pedi um milhão de desculpas e expliquei que só fiquei um pouco abalada, mas que já estou bem, e graças ao Matteo, sã e salva. Me fizeram prometer que chamaria ele para um almoço de agradecimento e o prato principal seria a sua escolha.
Passamos o dia assistindo filmes e comendo besteiras, acharam melhor eu não ir ao colégio e nem a padaria. Nem vimos as horas passarem e já é um pouco tarde para nona começar a preparar o jantar, então resolvemos pedir comida japonesa.
Nono foi receber o entregador e quando voltou não disse nada, mas estava estranho. Percebi como olhou para nona.
- Está tudo bem?
- Por que a pergunta, querida? - Ele respondeu com outra pergunta. Se esquivando.
- O senhor voltou estranho e se olharam daquele jeito que depois se trancam na biblioteca. - Eles nunca discutiam, mas sempre conversavam assuntos sérios na biblioteca.
- Tinha um carro estacionado perto da entrada, o entregador disse que quando tocou o interfone, eles se afastaram e quando ele entrou, eles passaram de fininho como se observassem o interior. Com você sendo assaltada e esse ato suspeito, vou pedir para aumentarem a segurança.
- Walter! Assim você vai assustar a Gigi. E a mim também.
- Calma, meu amor, não é para tanto. Só acho que ela precisa saber de algumas coisas, para se prevenir.
- Que coisas eu preciso saber?
- Que o mundo não é um mar de rosas, por exemplo. Que existe pessoas más nesse mundo.
- Nono, disso eu já sei.
- Ok, já chega desse assunto, vocês dois. Querem que eu tenha um ataque dos nervos? Muitas emoções para um só dia.
- Isso, vamos terminar de comer para dormirmos logo. Amanhã teremos um dia cheio.
- Por quê? - Perguntei, não me lembro de nenhuma coisa fora da minha rotina.
- Temos que arrumar um celular para você, assim que sair do colégio, iremos comprar um.
- Mas e a padaria do nono Pepe?
- Querida, ele entenderá. Vou ligar cedo para Ivone explicando, tudo bem? - Nona é sempre um doce de mulher. A melhor avó do mundo, mas sei muito bem quando está preocupada com algo.
- Tudo bem. Eu já estou satisfeita, então vou me preparar para deitar. Quero tomar um looongo banho, e dormir feito pedra. Boa noite, eu amo vocês. A benção nono. A benção nona.
- Deus te abençoe, filha. - Responderam juntos. Eles são uns fofos. Mas estão escondendo algo de mim e eu quero saber o que é.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 33
Comments
Monica Emilia
Tô começando a gostar
2023-10-21
2