Capítulo 19. Alerta

Orlando não sabia, mas Jordan o viu e seguiu. Ao vê-lo entrar em uma rua antes, seguiu para o abrigo, para ver como Emily estava e avisá-la para não sair. Chegou e como da primeira vez, escondeu a moto e entrou. Chamou:

— Emilyyyy!

— Estou aqui.

Ele ainda estava descendo as escadas e quando a viu, ficou encantado. Ela vestia um vestido solto, florido e nem parecia estar vivendo em um lugar fechado. Se aproximou, pensando em abraçá-la, mas ela se esquivou.

— Desculpe, é que você está tão linda! Parecia estar me esperando.

— Tudo bem, te vi chegando e vim te esperar, mas você está horrível, o que houve?

— Orlando houve, descontou a raiva na minha cara.

Emily ficou sentida, pois, ele sofreu por conta de ajudá-la.

— Tudo por minha causa, desculpe.

— Tá certo, mas você disse que me viu, como?

— Encontrei a sala de vigilância. Tenho investigado esse lugar, é incrível.

Jordan ainda estava constrangido por tentar abraçá-la e ela se afastar, por isso se desculpou e avisou:

— Desculpe, não quis te constranger, você está tão linda que não resisti.

Emily não queria ser tocada, pelo simples fato de ter sido abusada por todo o tempo que ficou com Orlando, não foi um caso de violência ou estupro, mas foi a revelia de sua vontade. Então ela achou melhor explicar para encerrar o assunto e não ficar um clima pesado entre eles.

— Eu não quero ser tocada e nem ter nenhum relacionamento com alguém, por um bom tempo. O que passei com Orlando, foi muito traumático.

Com esta fala, Jordan teve certeza que Orlando molestou Emily, embora não entendesse que relacionamento era aquele, que de dia ela estava limpando a casa e de noite, servindo a cama do patrão, sem ter direito a nada.

— Está tudo bem, Emily, embora eu não saiba o que exatamente aconteceu com você, eu sinto muito.

— Orlando me sequestrou para me fazer sofrer e atingir meus pais. Ele disse que meus pais mataram os dele e queria que sofressem da mesma forma que ele sofreu.

O choque paralisou Jordan e deixou sem palavras, aquilo era uma abominação e esse homem precisava ser preso pelo que fez a Emily.

— Ele está próximo daqui, por favor não saia e se necessário for, pode usar as armas que encontrar, pois estará no seu direito, já que foi sequestrada. foi por isso que vim, para avisá-la.

— Obrigada, agora, venha comigo que eu vou te mostrar a sala de segurança.

Ele a seguiu e ficou maravilhado com tudo que encontrou ali, realmente aquele era um bom lugar para ela se esconder.

Orlando seguiu o seu caminho, sem entender o motivo daquele homem o parar e relatar sobre um abrigo subterrâneo. Ele não sabia que aquele era um dos velhos, que vivia contando histórias sobre a época da guerra e que nunca deixava de falar desse abrigo, pois se orgulhava dele. Seus amigos sempre o repreendiam e  por isso, quando encontrava com alguém diferentes, sem seus amigos por perto, ele aproveitava para  contar.

Ele resolveu deixar para investigar no dia seguinte, pois já era tarde e precisava voltar para casa . Não encontraria nada no meio da floresta, no escuro. Mas seria a primeira coisa que faria no dia seguinte. 

Chegando em casa, chamou o chefe de segurança e perguntou por Jordan, iria conversar com ele sobre o tal bunker, quem sabe, ele dava uma mancada.

— Ele ainda não chegou, patrão. Está na sua folga.

Essa resposta deixou Orlando desconfiado.

— Mas eu o vi estacionar sua moto na entrada, horas atrás.

— Só um instante, vou verificar se está no alojamento.

O chefe pegou o seu rádio e se comunicou com a patrulha, perguntando se o Jordan já havia chegado. Recebeu a resposta negativa e passou a informação para Orlando.

— Bom saber, obrigado, pode ir e não conte a ele que perguntei.

— Sim, patrão. Algum problema? — perguntou o chefe, preocupado com seu subordinado.

— Não, só queria lhe perguntar uma coisa e como eu vi ele chegando, achei que estaria com tempo, até pegar o próximo plantão. — disse Orlando, que não ia entregar suas conjecturas, ao chefe dos seguranças.

Depois que o chefe saiu, Mollie se aproximou para perguntar para Orlando, se havia descoberto alguma coisa.

— Primeiro, quero que me desculpe, Mollie. Você é como uma mãe para mim e eu respeito isso, só que sinto muita falta de Emily e isso está me deixando louco.

— Eu sei, querido. Você a ama, não é mesmo?

— Sim, custei a perceber e receio ter estragado tudo.

— Vingança nunca traz satisfação ou felicidade.

— Pois é, na verdade, Acho que perdi o foco quando conheci Emily. Coloquei na minha cabeça que precisava me vingar dele e podia usar ela para isso. Mas na verdade, eu só queria usá-la para proveito próprio e acabei por me apaixonar profundamente.

Mollie se penalizou dele, mas resolveu não comentar.

— Então, me diga, encontrou alguma pista?

— Um velho me parou no caminho e contou sobre um abrigo, darei uma olhada amanhã.

Depois que Orlando soube que Jordan não entrou, se arrependeu por não ter ido ao tal abrigo.

Jordan tinha hora para chegar no serviço e por isso se despediu rapidamente de Emily e foi embora, levaria mais de uma hora para chegar e não podia deixar que desconfiassem dele.

Quando chegou, estacionou a moto e entrou. Porém desta vez, ele não percebeu que Orlando estava escondido do outro lado da rua, em meio a vegetação, esperando ele chegar.

Orlando não se conformou em ficar esperando e também não confiou nos guardas para que lhe comunicassem quando Jordan chegasse.

Percebeu a precaução de Jordan em esconder a moto e olhar em volta, como se estivesse com medo de ser observado.

— Aí tem! — murmurou Orlando — amanhã vou examinar a moto e verificar a existência do tal abrigo, afinal, é um bom esconderijo para uma fugitiva e esse Jordan, pagará caro por roubar minha jóia preciosa. Até amanhã Jordan e tenha bons pesadelos.

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