Capítulo 11. Socorro

Chegaram ao sítio e descarregaram o carro, ajudados pelos funcionários. Ester ordenou ao segurança que não deixassem ninguém entrar, principalmente Carlos Navarro. Ligou para o advogado , dando ordens de prosseguir com o divórcio.

— Navarro, você vai me pagar muito caro pela traição, você só precisava cuidar bem da família.

— Falando sozinha, Ester? — perguntou Madalena, entrando no escritório.

— Xingando aquele infeliz. Ele vai se arrepender muito de sua negligência.

— O que pretende fazer?

— Já fiz, ele pensava que eu era burra e não sabia o que ele estava fazendo, quando me mandava assinar tantos papéis. Pois eu me apropriei totalmente de tudo, vendi os imóveis e investi em ações ao portador. Ele não tem nada. Agora vou atrás do Vargas.

— Como?

— Internet, querida, internet.

Logo ela recebeu uma mensagem de e-mail que chegou. Abriu o notebook e verificou os e-mails.

— Aqui está, tudo que Vargas tem e seu trajeto nos últimos dias.

— Como conseguiu?

— Fiz o que o outro devia ter feito, contratei um hacker e um detetive. Aqui diz que ele tem uma propriedade na América Central e tem um avião, que o levou várias vezes nas últimas semanas.

— Será que ele levou-a para lá?

— Segundo o detetive, o avião chegou ontem de manhã e partiu hoje. Ele enviou as fotos ontem, no final da tarde, talvez algo tenha  errado e por isso voltou para vê-la.

— Meu Deus! O que será que aconteceu com a nossa menina? Precisamos ir buscá-la.

— Infelizmente não podemos, o local é muito ermo e muitos seguranças. O detetive pesquisou e para chegar até lá, precisamos de uma equipe especial de resgate. Eles têm que planejar e ver se vale a pena, isso é muito caro.

— Tente…

— Sim, farei isso. 

Do lado de fora da casa, Jordan observava tudo, desde que encontrou a jovem no quintal e mudaram ela para dentro da casa, ficou a vigiá-la. Algo estava muito errado com aquela jovem e quando viu aqueles dois jumentos arrastando-a para o depósito, ficou muito preocupado, mas seu turno mudou e não pode fazer nada.

Começou a aproveitar sua folga para estudar o lugar e traçar uma rota de fuga, pensando em tirá-la dali. 

Antes de trabalhar com segurança privada,  era das forças armadas especiais e sabia muito bem planejar uma fuga. Olhava, neste instante, para a janela do quarto, tentando ter uma indicação de que ela estava bem, mas só viu a sombra do patrão, passando na frente da luz fraca do abajur.

— Vou resgatá-la, querida, pode esperar.

Dois dias se passaram, a febre se foi e a respiração de Emily estava melhor, ela acordou e olhou para a pessoa ao seu lado. Seu primeiro pensamento foi de que ele estava ali para fazer sexo mas depois, percebeu que pela postura dele, parecia preocupado. Depois, lembrou de tudo que tinha passado por ordem dele e não entendendo o motivo, perguntou:

— Lando, por quê você fez isso comigo?

Ele viu que ela acordou e segurou sua mão.

— Não era para ser assim, mas os energúmenos, deixaram você na friagem.

Ela comprimiu a testa, pensando: se ele relacionou tudo com ela ter dormido na friagem, então, a surra, não tinha nada a ver com isso, era para ter acontecido realmente

— Só isso, a surra não teve importância? Você está doente da cabeça, virou um sádico que se dedica a me ver sofrer?

— Era só para parecer que foi espancada, para seu pai levar a sério o seu sequestro. — Se explicou ele.

— O que meu pai tem a ver com isso? Ele é um homem simples do campo, um mero caseiro!

— Não, ele não é seu pai verdadeiro. Seus pais são os Navarro.

Orlando soltou a bomba sem nenhuma piedade, queria ver qual seria sua reação, pois não acreditava que ela não soubesse de sua verdadeira origem

— Não, você está enganado, os Navarros são os patrões de meus pais. — explicou ela, achando que ele se equivocou e logo a libertaria, ao ver que ela não era a filha dos Navarro.

— Isso era o que eles queriam que todos pensassem. Foi uma maneira deles esconderem a filha, no caso, você, para protegê-la.

Emily ficou olhando para ele, sem acreditar. 

— Não acredito em você, minha vida toda foi naquela casa nos fundos da da casa dos patrões, estudei em escola pública, meus pais trabalhavam e me ensinaram o ofício deles e faxiinavamos aquela casa todo final de semana. É impossível que eu seja a filha dos patrões.

— Pense bem, a senhora Navarro nunca cuidou de você, enquanto ela estava visitando a casa? Ela não te tratava melhor do que as outras pessoas, não saía e passeava com você como se fosse a filha dela? Não adianta dizer que não, pois eu estudei vocês durante muito tempo.

Ela parou, lembrado de todos os momentos que passou com aquela mulher elegante e cheirosa. Percebeu que ele falava a verdade e se perguntou se adiantou alguma coisa, ser criada afastada, já que ela foi sequestrada e estava sofrendo do mesmo jeito. Mas por que Lando faria algo assim com ela?

— Por quê?

— Porquê estou fazendo isso? É simples, vingança.

— O que os Navarro fizeram contra você?

— Meus pais eram grandes empresários e seu pai estava em uma concorrência para um grande negócio, meu pai ganhou a concorrência, mas Navarro achou que foi de modo escuso e mandou seus homens matarem toda a minha família, para eliminar a concorrência e se vingar.

— E como você sobreviveu?

— Eu tinha só três anos e me escondi. Meu pai havia feito um testamento e eu fui cuidado por um tutor. Mollie era minha babá. — Ele  contou de forma reduzida.

— Já vi tudo, você cresceu pensando em se vingar. — entendeu ela a sede de vingança dele — Mas tinha que ser eu?

— Achei que seria justo, uma família pela outra, só que não sou um assassino.

Ela ficou surpresa com a declaração dele, pois não havia cabimento, não matar, não inocentava ele do crime que  estava cometendo.

— O senhor Navarro tem dois filhos mais velhos que eu. Você é tão covarde que precisou pegar a mais fraca?

Recadinho: Estou escrevendo e postarei capítulos todos os dias, descansando no domingo. Por favor, amores, paciência. 🤩

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