Emily acordou aos poucos e percebeu que estava sozinho. Sentou-se e lembrou o que havia feito, sorrindo. Não esperava por aquilo, mas foi bom, muito bom. Espreguiçou sem vergonha por estar nua. Olhou em volta e viu uma porta aberta, que devia ser o banheiro e era o que precisava com urgência.
Foi direto para o box e urinou enquanto deixava a água cair sobre o seu corpo. Sabia que arderia e encontrou um sabonete íntimo, com o qual se lavou, agradecendo pelo cuidado de Lando, com ela. Depois de vestir o roupão atoalhado e escovar os dentes com uma escova nova, que estava sobre a pia, saiu e explorou o quarto.
Além da cama, havia um frigobar, uma mesa com cadeira, duas mesinhas de cabeceira e um guarda roupas, recolheu suas roupas no chão e foi até o armário e dentro havia dois uniformes de faxineira, com pecas íntimas novas e sapatos baixos. Franziu a testa e foi até a porta de entrada do quarto e estava trancada.
Bateu, chamou, gritou e ninguém atendeu. Cansou e foi ao frigobar, encontrando caixas de suco e água de côco. Também tinham garrafas de água e vários pacotes de biscoitos e frutas. Comeu, sentindo falta de café, mas era melhor do que nada.
Não havia nada que pudesse ajudar a passar o tempo. Abriu tudo e verificou o que tinha e o quanto duraria. Tentou evitar de comer e beber muito, para economizar. Bebeu água e sentindo sono, dormiu. O tempo foi passando, sempre da mesma forma e perdeu a noção do tempo.
*
Enquanto isso, os pais de Emily, estavam desesperados. Passaram-se cinco dias e eles avisaram a polícia. Descobriram que ela saiu do cinema carregada pelo namorado. A polícia investigou tudo, mas a placa do carro era fria e foi encontrado na beira da estrada, onde devem ter trocado de carro.
Agora os Navarro chegaram e com eles um completo aparato de proteção e investigação. Esperavam um contato de quem quer que a levou.
— Desculpe, senhor Navarro, não cuidamos bem de nossa menina. — disse o pai.
— A culpa é minha. Ela estava namorando, o rapaz a tratava bem e foi a primeira vez que saíram a noite. — assumiu a mãe.
— Quem iria querer a filha de caseiros? — disse o pai.
— Acalmem-se. Vamos esperar, voltem ao seu trabalho habitual e deixem tudo conosco. Afinal, isso pode ser só uma fuga de amantes.
Carlos Navarro
— Não fale assim dela, ela é uma menina decente e não uma vadia como suas noras. — disse a Sra. Navarro, recebendo um tapa forte no rosto, que a derrubou no sofá.
Ester Navarro
— Cale essa boca, mulher, não é a hora de falar demais.
O telefone tocou e estava ligado a aparelhos, o Sr. Navarro esperou e atendeu devagar:
— Alô?
— Como vai, Sr Navarro, espero que mal. Aqui é Orlando Vargas, só para desejar muitas saudades. Adeus.
Desligou o telefone, sem dizer mais nada e Navarro gritou, sabia quem era o homem e o que significava seus dizeres.
Nunca mais veria sua Emily!
Tanto sacrifício em viver longe da filha e não adiantou. Aquela praga, sobrevivente dos Vargas, além de estar prejudicando seus negócios, levou a sua filha, o bem mais precioso que tem.
— Infelizmente, não conseguimos determinar o local da ligação, senhor.
— Eu já sei, podem desarmar tudo e tirar daqui, ele não vai mais ligar.
A Sra. Navarro deu um grito de dor, como se uma espada atravessasse seu coração.
— VOCÊ! — levantou-se e socou o peito do marido — Você é o culpado pelo sumiço dela, você a tirou de mim, eu te odeio, te odeio!
Ele deu outro tapa em seu rosto, a derrubado mais uma vez e saiu. Não tinha mais por que ficar ali, iria correr atrás do prejuízo. Aquele fedelho não levaria mais nada do que era seu.
*
Um homem alto e forte entrou no quarto onde estava Emily, que dormia pelo efeito da droga contida na água. Atrás dele vinha uma mulher bem vestida, de meia idade.
— Pobrezinha, ainda está de roupão, vire-se, que vou vesti-la.
Depois de vestida, o homem a colocou no ombro e sairam, apagando a luz e fechando tudo. Emily não viu o caminho que tomaram, nem que andou de avião pela primeira vez na vida e chegou em outra casa grande, tradicional, onde foi colocada em um quarto de empregada, onde só tinha uma cama de solteiro e uma cômoda.
A mulher que a buscou a chamou:
— Emy, acorde, acorde, menina!
Ela acordou, descobrindo que já não estava no mesmo lugar, olhou para a mulher que a acordou, sem entender nada.
— Onde estou?
— Na casa do Senhor Orlando Vargas. Seus pais a venderam e agora você é uma serva desta casa. Sou a governanta, Sra. Mollie. Venha, vou lhe mostrar o serviço.
Emily levantou-se como um autómato e pediu para ir ao banheiro, antes. A Sra. Mollie, mostrou uma porta no corredor e esperou do lado de fora. Emilly encontrou apetrechos e se arrumou, percebendo que usava um dos uniformes e estava até calçada.
Saiu e a governanta foi dando as instruções:
— Você não terá horário fixo de trabalho, começará às sete horas e só parará quando terminar tudo que te mandarem fazer. Esse lugar é isolado de tudo e não tem para onde fugir, temos guardas vigiando toda a área. Você terá roupas e alimento, não se rebele, por favor, será pior para você.
— Quem é esse Sr. Vargas?
— Você o conhecerá, ele te solicitará sempre que estiver em casa.
— Como assim?
— Do modo que as mulheres servem a um homem.
— Mas, mas, eu não sou uma prostituta…
— De certa forma é sim, seus pais a venderam, esqueceu?
Só então Emily se deu conta de que caiu em um mundo paralelo ou estava tendo um pesadelo. Chegaram à cozinha e a mesa estava posta para os funcionários .
— Coma à vontade, mas às sete em ponto, comece a limpar toda a cozinha, será o seu primeiro afazer do dia.
Olhando em volta, se assustou com a quantidade de louças e panelas sujas, que pareciam ser do dia anterior.
— Alice no país das escravas, essa sou eu, agora. O que mais vem por ai?
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Atualizado até capítulo 70
Comments
HENEMANN- MEDEIROS. Henemann
Pelo que entendi ela é filha dos caseiros. Mas eles tem a menina como filha deles, .
2025-03-28
0
Heloísa Garbin
gente alguém me explica se a moça é filha do caseiro ou fila da mulher rica por favor!
2025-01-14
2
Ana Alice
Tá meio confuso
2024-11-27
1