Capítulo 15. Descontrole

Jordan chegou a tempo no trabalho e todos ainda dormiam. Verificou se deixaram rastros, se desfez dos frascos de chá e deitou no meio do pátio, onde era sua posição de vigilância da noite. Estava sentindo a alegria do vitorioso. Sabia que viriam dias difíceis e não podia dar mancada,mas por hora, estava curtindo por Emily estar "livre".

Acabou dormindo, realmente, e foi acordado com alguém sacudindo-o.

— Acorda, Jordan, acorda!

— Uhnnnn…o que aconteceu? Ai, meu Deus, eu dormi em serviço?

— Calma, Jordan, todos dormimos. — era Mollie, mostrando toda sua preocupação.

Quando mole acordou e percebeu que dormiu sem ter ido para cama e que todos também passaram pelo mesmo que ela, procurou ver se todos estavam bem e se faltava alguém. Quando descobriu que Emily não estava em canto nenhum, viu que caiu em um plano de fuga.

Ela foi procurar Jordan, que era o unico que havia conversado com a jovem, desde que ela chegou ali. Estava mais preocupada do que aborrecida, Pois ela estava grávida e não conhecia nada daquela região, além de não ter documentos ou dinheiro.

Para sair dali, ela teria que ter algum tipo de ajuda, e só Jordan poderia ajudá-la de dentro da casa se não foi ele, não tinha nenhuma ideia de como ela conseguiu sair. Voltou a olhar para Jordan e a aparência dele era igual a dos outros que dormiram pelo sonífero.

Ele levantou-se, se movendo como se estivesse zonzo e observando tudo à sua volta.

— O que aconteceu, alguém foi ferido? — procurando não dar mancada, ele observava a expressão de mole para ver se ela estava desconfiando dele.

— Venha, você precisa de um café, depois conversamos. — mole também não deixou transparecer sua desconfiança, testaria ele primeiro.

Os dois entraram pela porta dos fundos e já haviam funcionários sentados à mesa da cozinha, tomando café, notadamente ainda sonolentos  e com a cara amassada.

Mollie serviu a ele uma xícara de café e ele sentou-se para beber e comer do biscoito que tinha em um pote sobre a mesa. Depois de um tempo observando ele, ela sentou-se à sua frente e começou a falar:

 — Eu fui uma das primeiras a acordar e encontrei todos ainda dormindo. Tomamos alguma coisa que nos colocou fora de combate e Emily sumiu.

— O QUÊ? — gritou ele,  espantado a todos, foi uma atuação digna do "Oscar".

— Sim, não a encontrei em lugar algum. — confirmou Mollie, sem deixar de observá-lo.

— Você está dizendo que ela nocauteou todos e fugiu? Não é possível, como ela teve acesso aos seguranças, para poder contaminá-los? — perguntou ele, confirmando a suspeita dela de que Emily teve ajuda para fugir.

— É o  que parece. Mas resta saber quem a ajudou.

Jordan abaixou a cabeça e franziu a testa como se pensasse em uma possibilidade.

— Ela não conseguiria fazer isso sozinha, ou conseguiria? — fez a pergunta novamente, fazendo surgir uma outra suspeita.

— Foi o que pensei e considerei que fosse você, a pessoa que tivesse a ajudado, porém, o encontrei desacordado como os outros, então não foi você, ou foi?— relatou ela, concluindo o que ele queria que ela concluísse.

— Será que a família dela a ajudou? E o patrão, será que ele não apareceu e levou-a para sua casa na cidade? — sugeriu Jordan.

— Ainda não tive coragem de ligar para ele. — confessou ela.

— E pensar que limpei todo aquele mato lá fora e taquei fogo, para não correr o risco dela pegar algum e envenenar a nossa comida, mas parece que foi justamente o que fez.

Mollie, com o desabafo dele, deixou o resquício de desconfiança de lado.

— Então, foi por isso que você capinou tudo? Por que desconfiou dela?

— Sim.

— Você observou bem, mas alguém lhe contou que ela não podia sair?

— Não, mas com o tempo, percebi que ela estava cada vez mais estranha e não parecia feliz, tive medo que usasse alguma erva ruim, nela mesma.

Mollie franziu a testa, não havia pensado nessa possibilidade e agora que ele falou, ficou com medo de que ela estivesse morta em algum lugar nos arredores.

— Então, você eliminou o risco.

— Sim, mas muito mato já cresceu, só que não conheço nada dessas coisas.

Jordan sequer imaginou a possibilidade que Mollie estava pensando, porque sabia que Emily estava bem, mas Mollie não percebeu a tranquilidade dele, por estar muito preocupada.

— Quero que você coordene, assim que os guardas acordarem, uma varredura por todos os arredores. — ordenou, sem expôr o seu medo.

— Farei isso, sinto muito, Mollie. Fomos ludibriados por uma menininha. — disse Jordan, em um lamento, que aos olhos de Mollie, parecia sincero.

Depois de dizer isto, Jordan saiu e foi cumprir sua tarefa, pois a missão verdadeira, já havia sido cumprida, que era deixar Emily em segurança.

Mollie se ergueu e suspirou, preparando o ânimo para ligar para Orlando. Não dava mais para adiar a comunicação, o que aconteceu era muito grave, seu passarinho fugiu da gaiola e tinha certeza que isso deixaria o homem enlouquecido.

Orlando já havia acordado, mas ainda não tinha ido para o escritório e ao atender o celular e ver o nome de Mollie, sabia que algo havia acontecido.

— Fala! — resmungou ele.

— " Emily, sumiu." — disse Mollie, sucintamente.

Sem acreditar no que ouviu, ele parou um segundo, passando o polegar e o indicador na testa, massageando o sinal de irritação.

— Repete!

— Emily sumiu. Acordei em má posição, dormindo na cadeira e percebi que todos passaram pelo mesmo que eu, fiz uma vistoria e percebi que só ela faltava. Coloquei os seguranças para revistarem toda a área, mas até agora, nada.

Ao saber do sumiço de Emily, Orlando ficou desnorteado. Andava por todo o espaço da sala de seu apartamento  passando as mãos nos cabelos, pensando no que fazer. Mas o fato de  que ela fugiu dele, o desnorteou tanto, que ele gritou, quebrou tudo à sua volta e só parou quando cansou.

— VOCÊ É MINHA, EMILY! Só minha e de mais ninguém e vou esganar aquele que a tiver levado.

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