Emily, com o efeito da injeção que o médico lhe deu, começou a voltar à consciência, ouvindo a voz de Mollie. Percebeu que estava a salvo. Saber disso a aliviou da preocupação, mas não da dor e humilhação. Sem controle, lágrimas escorreram pelo seu rosto, saindo de seus olhos, mesmo fechados.
Mollie ouviu o som das pás do helicóptero que chegava e sua vontade era pegar Emily, fugir daquela casa e nunca mais aparecer. Era absurdo o que Orlando estava fazendo com uma menina tão pura e boa, como Emily.
O helicóptero pousou e Orlando desceu apressado, entrou no carro e logo estava subindo as escadas, em direção ao quarto de Emily. Entrou e viu a jovem desacordada sobre a cama, muito abatida e ferida, seu rosto estava inchado e seu lábio partido.
Mollie ao vê-lo entrar no quarto, preocupado, não resistiu em cobrar sua conduta:
— Espero que esteja feliz com o que fez, pois nada justifica tamanha crueldade, com uma jovem tão pura e inocente.
Orlando olhou para ela, mudando a expressão de preocupação para raiva, pensando que de Santa aquela garota não tinha nada, pois ele conhecia bem os gemidos dela debaixo de seu corpo.
— Não pedi sua opinião, Mollie. Pode sair, eu vou cuidar dela.
Mollie olhou-o mal humorada e saiu, sem falar mais nada, deixaria que ele contemplasse o estrago que fez.
Navarro chegou em casa com seus dois filhos adultos e encontrou sua esposa histérica.
— Calma Ester, o que você quer?
— Ele me ligou e enviou foto de nossa filha, o que você está fazendo, Navarro, que ainda não a resgatou.
Ester estava transtornada, depois de ver a foto de sua filha, ficou mais descontrolada ainda. Manteve-se sentada no sofá, enquanto falava, por dois motivos: não ficar tão perto da mão pesada dele e poder segurar a bolsa em seu colo, pois ficava mais fácil pegar a arma.
— Não fale besteira, eu o atingi, por isso ele ligou. — deu um sorriso satisfeito e isso irritou mais a senhora Navarro.
— O quê, você está jogando com a vida da própria filha? Que tipo de pai é você, um psicopata? Eu quero a minha filha, Navar!
— Pare de ser histérica, mulher não entende de negócios. — disse Raul, o filho mais velho.
Ela levantou, finalmente, não aguentando a frieza daqueles homens. Pegou o celular e enviou a foto para o marido.
— Enquanto você briga, nossa dilha paga a conta, seu idiota!
Ele recebeu o bip do celular e abriu-o para ver a foto. Franziu as sobrancelhas e ficou analisando a figura da filha, suja, ensanguentada e descabelada.
— Não está tão mal assim. É fake.
— Seu fdp, está levando isso na brincadeira — tirou a arma da bolsa e apontou para ele — e agora, lhe parece brincadeira?
Houve uma comoção no local, os filhos foram os primeiros a se aproximar e ela atirou nos dois, acertando seus braços, de raspão, tirando-os do caminho. Eram covardes e começaram a gritar, segurando o ferimento.
Depois chegaram dois seguranças e também apontaram armas para ela, mas ela continuou apontando para o marido e viu que não ia adiantar, a expressão dele continuava fria, como se não ligasse para nada.
— Não adianta, não é? Você não liga.
— Abaixe a arma, senhora.
— Tudo bem, não vou atirar nele, não vale a pena gastar uma bala.
— Sua piranha, vagabunda! Atira nela, Fred! — gritou Raul.
— Calado, Raul! — ordenou o pai.
Ester abaixou a arma, mas quando os seguranças ameaçaram avançar sobre ela, atirou na perna de um deles.
— Nem pensem em me pegar, estou saindo, não vale mais a pena ficar aqui.
— E pra onde você vai? Não tem onde cair morta!
— E você também não, meu ex amor.
Ela se retirou, subindo para seu quarto e começando a fazer as malas.
' Está na hora de parar de ser a mulher que aguenta tudo calada, sacrifiquei anos de minha vida, para proteger a minha filha, pra quê? Para o idiota largá-la mão de outro psicopata. Eles vão ver quem é a piranha! ' Pensava ela.
Fez uma ligação e arrumou as malas, ouviu o som da ambulância chegando, mas não as sirenes da polícia.
— Claro, ele não vai correr o risco de ter a polícia xeretando sua vida.
Depois de guardar tudo que era seu, abriu o cofre e retirou tudo que tinha guardado ali. Era o seu cofre e Navarro não tinha acesso, já não dormiam no mesmo quarto e por isso tinha sua liberdade. Chamou um empregado para ajudar com as malas e desceu.
Navarro estava dando ordens no celular, depois que os filhos e o segurança foram levados, tentando controlar os prejuízos, quando ouviu o som da porta e das rodinhas das malas e foi verificar o que era.
Ester já estava do lado de fora e suas malas, sendo colocadas na carroceria da pick up do caseiro Jorge.
— O que está fazendo, Ester?
Ela se virou para olhar para ele segurando a porta do veículo, aberta.
— Já que sou a prostiruta e você não tem mais dinheiro, vou embora. Meu advogado entrará em contato com os papéis do divórcio, adeus.
— Você não pode ir embora agora, preciso de você…
Parou de falar, pois ela já tinha entrado no carro e estava indo embora.
— Mxrdx! Maldita fdp, passei vários imóveis para o nome dela, a vadia vai me ferrar, assim.
Entrou xingando e chutando as coisas.
— Eu vou te pegar Vargas, espera pra ver.
Ester seguiu acompanhada de seus fiéis amigos. O casal de caseiros, Jorge e Madalena, acompanharam ela, quando casou. Trabalhavam para seus pais e cuidaram de sua filha, desde que nasceu, como verdadeiros pais e agora que estava indo embora, levou-os consigo.
— Para onde, Ester? — perguntou Jorge.
— Para o sítio. Está na hora de eu assumir o controle de minha vida.
— Até que enfim! Nunca pensei que esse homem fosse tão covarde. — comentou Madalena.
— Vamos encontrar nossa menina, Madá, eu prometo.
As duas se abraçaram, confiantes uma na outra e esperançosas de que conseguiriam trazer sua menina de volta.
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Maria Helena Macedo e Silva
parece que a filha não é dele só dela por isso ele não foi resgatar...
2024-09-18
2
galega manhosa
agora to começando a entender a história .a filha ê da patroa.mas com medo da represaria das maldades do marido.deixou ser criada pelos caseiros ou to errada
2024-09-08
3
Fatima Vieira
mãe é isso defende seus filhos
2024-09-07
1