Pressentimento

Amélia / Améli

Acordei era cedo 05:00 da manhã fiquei a olhar pro teto e chorei mais um pouco, quando o relógio despertou indicando a hora de levantar, implorei para que o relógio retrocede-se e me desse mais tempo antes de ter que encarar as consequências do que aconteceu naquela mansão ontem a tarde. Era impossível ele permitir que eu saísse viva de lá tinha que ter outro jeito.

Eu levantei e fui tomar banho, andava com certa dor no corpo, após o banho olhei no espelho e pude ver as inúmeras marcas roxas espalhadas no meu corpo devido aos socos que levei, eu poderia dizer que ele teria quebrado as minhas costelas ao jogar-me no chão junto com seu corpo, Stefan deve pesar quase cem quilos, o homem alto loiro de olhos claros é musculoso. Eu tenho marcas de dedo no pescoço, nas costelas e nas costas, assim como nas minhas duas coxas perto do joelho onde ele ajoelhou sobre mim para me prender, vesti uma roupa que tampasse todas as marcas, arrumei as minhas coisas na intenção de ir até à mansão, é loucura eu devia fugir, eu sei, mas si eu fugisse como uma covarde os meus pais pagariam pelo meu erro. Coloquei na bolsa uma calça de moletom e uma blusa de gola alta, os sapatênis feminino, deixei o cabelo solto, olhei o relógio e implorei que os meus pais estivessem dormindo. Cheguei na sala e mamãe estava sentada a mesa e papai fazendo o café ambos de roupão e o nariz vermelho devido a coriza.

- Bom dia! - Melinda me dá um sorriso assim que me ver.

- Bom dia mamãe! - Digo indo para dentro do espaço da cozinha após a bancada de granito que dividia o espaço entre a mesa e o fogão.- Como vocês estão hoje ?

- Ainda gripados, acho que só de olhar para nós é nítido. - Sorriu mostrando o rosto vermelho e inchado, as olheiras da mamãe ainda mais visível que o normal.

- Nós estamos de licença até sexta, pode nos cobrir? - Engoli seco assim que Francisco me indagou.

- Claro,- Digo receosa.- Compraram remédios para tomar?

- Sim, eu comprei ontem a tarde após sairmos do hospital.- Papai respondeu, me entregando a xícara de café, - Coma, comprei pão estão dormidos, mais da para comer.- Eu ri.

- Estou sem fome pai, agradeço pelo café, eu preciso ir,- O coração começando a disparar só com hipótese de ter que ir para a mansão. Bebi todo o café, lavando a xícara, dei um beijo e um abraço no papai, só de imaginar que talvez seja a última vez que o veja, talvez Stefan me mate hoje. Fiz o mesmo com a Melinda beijei e abracei dizendo o quanto a amava e como era grata por ela ter me adotado. Ela alisava as minhas costas.

- Está emotiva hoje, aconteceu algo ? - Mamãe perguntou.

- Não,- Minto , só acho importante expressar o amor que sinto por vocês, - Segurei o choro, sem demonstrar demais o aperto que sentia no peito, agora mais do que antes sentia que algo ruim ia acontecer essa seria a última vez que eu veria os meus pais.

Fui todo o caminho até a mansão pensando em mudar de rota e fugir, eu tinha um dinheiro na bolsa daria para ir a algum lugar, talvez pedir ajuda para Anna, "NÃO" eu não posso meter mais ninguém nessa furada, si eu fugir ele virá atrás dos meus pais, si for para morrer que seja eu e que seja breve, ao chegar na mansão passei pelos seguranças, subi até a Cozinha contando os passos, o frio na barriga, fui para o quarto onde sofri o ataque estava tudo bagunçado do mesmo jeito que deixei quando sai ontem, a mancha de sangue no chão, era do Stefan, eu peguei produtos de limpeza e limpei tudo organizei como si nada tivesse acontecido, depois fui para cozinhar tinha que preparar o café, não podia deixar o monstro ainda mais bravo, se é que isso era possível, eu fiz tudo o que mamãe programou na lista dos afazeres da semana. Terminava de montar a mesa quando Helena entrou na sala, estava com o rosto leve e um sorriso nos lábios.

- Bom dia Améli- Ela deu-me um beijo no rosto, o que ela só faz quando está muito feliz.

- Bom dia, está feliz?

- Sim, papai e Natasha viajaram essa madrugada, disseram ter que resolver coisas da máfia, terei paz por três dias.

- Isso é ótimo, pretende fazer o que nesses dias para aproveitar?

- Hum - Comeu um pão de queijo- Pretendo ir ao shopping após o almoço, Natasha deu-me um cartão de crédito, quero aproveitar e comprar a roupa para o baile do fim do ano na escola.

- Isso é excelente - Respirei aliviada por saber que Stefan não estará em casa, o por que de não estar aqui para me punir e terminar oque começou não sei, talvez o que foi resolver era mais importante do quê que lidar com uma mulher intrometida.

- Você quer ir comigo?

- Ou, eu não posso, não tenho permissão para sair como dama de companhia, sou apenas a empregada, e eu ainda tenho muito trabalho a fazer, vou cuidar do jardim hoje.

- Os seus pais ainda não melhoraram, o que eles tem afinal ?

- Um resfriado, voltam sexta-feira.

A conversa si encerrou ali, ela começou a comer e eu me retirei indo fazer minhas tarefas, no almoço ela comeu no quarto, quis aproveitar a momentânea liberdade, e depois saiu acompanhada de alguns seguranças, eu fui regar as plantas e cuidar da terra. Quando terminei estava muito suja e quase no fim da tarde, eu entrei e fui para o quarto, ainda iria preparar a jantar para poder ir embora, tomei um banho para me limpar da terra e vesti um vestido extra de empregada. Eu estava na cozinha cantarolava uma música quando um arrepio atingiu o meu corpo um pressentimento ruim, Helena entrou na cozinha saltitante, sem conter a alegria que estava sentindo nem mesmo parecia viver em um inferno constante.

- Voltou rápido - Digo picando os legumes.

- Não quis esbanjar demais, afinal o cartão não é meu.

- Comprou coisas bonitas? - Puxei assunto.

- Sim, cada uma mais linda que a outra, falando nisso, vim te chamar para ver.

- Eu não posso agora, Helena, estou terminando a janta.

- Por favor, vai ser rápido, não tem graça fazer compra si não puder mostrar a alguém.

- Eu ainda tenho faculdade hoje, si eu parar agora ficarei atrasada, olho para o relógio na parede marca 17:00.

- Eu te imploro - Juntou as mão como si fosse rezar, os olhos brilhantes como de um gatinho tristonho, segurou o meu braço e pediu mais uma vez- Será breve por favor Améli.

- Está bem - Cedo soltando a faca e tirando o avental. - Ela me puxa pela braço me arrastando pela casa, subimos as escadas correndo, ela abriu a porta do quarto revelando as inúmeras sacolas encima da cama," isso tudo por que não queria gastar muito " Eu ri.

- Olhe,- Me soltou indo até uma sacola - Comprei para você - Arregalo os olhos de surpresa.

- Para mim?

- Sim, - Ela segurava um vestido azul Royal de seda, sexy e Midi, o vestido tem correntes douradas nas costas deslumbrante, - Eu pensei, você é tão boa comigo, merece um presente, vá experimenta.

- Helena eu.. Eu não posso aceitar.

- Claro que pode, não si recusa presentes, vá vista quero ver si comprei no tamanho certo. - Ela entregou-me o vestido e empurrou-me até o seu banheiro. - Eu me vesti, receosa, entretanto feliz que ela si lembrou de mim, o vestido ficou lindo no meu corpo, mostrava minhas costas, tinha que usar sem sutiã, então os bicos dos meus seios ficavam aparentes.

- O que acha ? - Digo saindo do banheiro e dando uma volta para ela ver.

- Está linda, ficou ainda melhor do que imaginei.

- Obrigada Helena eu amei, você foi muito gentil em si lembrar de mim.

- Você sabe que és como uma irmã para mim. - Disse emocionada.

- Você também é como uma irmã mais nova, - Ela me abraçou.

- Olhe tome coloque no pescoço - Ela me deu um colar que segurava nas mãos.

 - O que é isso ?

- Um dos meus colares, você é como minha irmã, quero que fique com esse.

- Si o seu pai ver eu com ele Helena, ou até mesmo Natasha.

- Use escondido, deixa eu colocar em você - Ela colocou o colar no meu pescoço, eu já tinha visto um desses no pescoço dos membros dessa família e confesso não faço ideia para o que serve. Ela me olhou após colocar o colar em mim e me abraçou de novo .- Obrigada por me proteger sempre, me desculpe pelo o que papai fez com você, sei que ti machucou de novo, é impossível não ver as marcas no seu corpo,- Foi aí que me lembrei que o vestido não é nada descente e mostra parte dos meus hematomas. - Me perdoe Améli .

- Eii, não preci...- Um barulho alto Ecoou pela casa,

- O que é isso ? - Helena perguntou indo até a janela - Meu Deus- Ela afastou da janela me puxando para o canto da cama - Abaixa .

- O que está acontecendo Helena, o que você viu?

- A mansão foi invadida.- Ouvimos tiros e barulho de passos si aproximando parecia uma tropa, a porta foi aberta e eu estava abraçada a Helena no chão. Quando seis homens fortemente armados entrou no quarto apontando suas armas para nós.

- Achamos ela - Um homem gritou, estavam encapuzados. Quando outro cara entrou no quarto ele era enorme e também estava encapuzado.

- Leve-a . - Eu não estava intendendo nada, até que um deles andou até nossa direção me pegou pelo braço me levantando com brutalidade do chão. - Quem é você ? O cara que deu a ordem perguntou apontando a arma para Helena...

- He..helena - Gaguejou, os olhos assustados dela encarava o homem.

- O que quer com a gente? - O homem a minha frente si virou para mim atravéz da máscara pude ver seus olhos negros como a noite .

- Vingança - Foi a última palavra que ouvi até ter minha boca e nariz fechado por um pano fedido.

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