Eduardo
Depois de um dia exaustivo de ensaios, finalmente cheguei em casa. Não tinha visto Adriana durante a tarde inteira e essa ausência estava me deixando ansioso. Caminhei até a porta e percebi que ainda não havia ninguém em casa. Decidi ir direto para o chuveiro e me livrar do suor que havia grudado em meu corpo. Adriana havia se tornado uma parte essencial de mim, uma metade que só ela possuía. Vê-la com ciúmes ou brava só reforçava o sentimento de que ela me amava. E sim, eu a amava profundamente. Não posso mais fugir desse sentimento, e nem quero. Desde o dia em que roubei seu táxi, eu faria isso novamente quantas vezes fossem necessárias, só para ter a chance de tê-la olhando para mim.
Mas será que eu mereço esse amor?
Saí do chuveiro e enrolei uma toalha verde-escura em minha cintura. Tinha trazido meu barbeador para o banheiro e comecei a fazer a barba, sorrindo bobamente ao lembrar de como Adriana fica brava. Eu havia aprendido a cuidar do meu cabelo sozinho quando era mais jovem, então logo arrumei meu cabelo. Depois de passar um tempo considerável no banheiro, finalmente saí para me vestir.
-Até que enfim! - Matheus irrompeu no banheiro, claramente irritado. - O dia em que você se casar com a Adriana, ela vai chegar antes de você! - Ele gritou, fechando a porta com força.
-Eu chegarei primeiro, ou até antes do padre! - Respondi, rindo enquanto terminava de me arrumar.
Vesti uma camiseta branca social e dobrei suas mangas, coloquei um short preto, ajeitei meu cabelo penteando-o para trás, passei perfume e saí do banheiro. Minha atenção foi imediatamente capturada pela beleza de Adriana. Ela estava usando um vestido florido e uma sandália baixa, seu cabelo estava preso em um coque com alguns fios soltos, e ela estava simplesmente deslumbrante. Caminhei até ela e a puxei para perto de mim.
-O que eu já disse para você! - Ela tentou se soltar dos meus braços.
-Você está muito linda! - Eu disse, beijando suavemente sua bochecha.
-E você não está nada mal!
-Vem comigo! - Segurei sua mão e a conduzi para fora.
-Aonde vamos? - Ela perguntou, curiosa.
-Eu preciso de um momento a sós com você! - Eu disse, puxando-a para mais perto e beijando seu pescoço.
-Você é incorrigível! - Ela murmurou, mas não resistiu a um beijo rápido. Foi breve, mas não deixou de arrancar suspiros dela.
-Agora que você já teve seu momento comigo, podemos voltar!
-Ah, não! - Ela falou com uma voz que lembrava uma criança de cinco anos pedindo algo à mãe. - Só mais um pouquinho!
-Eduardo, as pessoas estão começando a perceber!
-Deixe-as pensar o que quiserem!
Ela me deu um tapa brincalhão no ombro.
-Está bem, vou me comportar. Mas fica aqui só mais um pouquinho! - Dei-lhe um rápido selinho.
-Só um pouquinho! - Ela sorriu.
Sentamos em um banco e ficamos admirando a vista. O pôr do sol mais uma vez nos encheu de novas esperanças, novos sonhos, nos chamando para viver este amor.
-Eu quero ver o final de tarde todos os dias com você, mesmo que seja em um prédio.
Ela sorriu, olhando para o horizonte.
-Aconteceu algo? - Perguntou, notando a seriedade no meu olhar.
-Você percebeu que quando sairmos daqui, nossa rotina vai mudar, não é? - Ela inclinou o rosto para capturar melhor minhas palavras.
-Eu estou disposta a ajustar minha rotina para ficar com você.
-Não é tão simples assim. Agora que estamos no meio da peça, as coisas ficam mais complicadas. Agendas lotadas, correria do dia a dia...
-Você está com medo de não conseguirmos nos ver com frequência?
-Sim, um pouco.
-Eu vou fazer de tudo, absolutamente tudo. Eu não quero ficar longe de você!
-Isso significa muito para mim.
-Agora, vamos? - Ela sugeriu, levantando-se e me estendendo a mão.
Levantei-me também e segurei sua mão, sentindo-me grato por ter alguém como ela ao meu lado. Juntos, caminhamos em direção ao local da festa, ansiosos pelo que a noite nos reservava.
Adriana
Não queria contar para o Eduardo sobre o episódio com a Dani, muito menos revelar minhas inseguranças. Não vou mentir que estava me importando com o que a Dani pensava de mim; ela ainda não havia dirigido a palavra a mim, mas parecia conversar com outras pessoas na casa. Eu tendo a pensar demais, e quando isso acontece, me torturo. Após o passeio com o Eduardo, voltei e soube que ela não estava mais na casa. Pensei em ir atrás dela, mas achei que talvez ela precisasse de espaço para pensar.
Será que é isso?
A festa estava animada, e eu estava me divertindo bastante. Fiz amizade com algumas mulheres do elenco, uma delas era a Adriely, alta, com cabelos afro e pele morena. Ela usava um vestido azul que chamava a atenção. A outra era a Jessica, de estatura mais baixa e pele clara, seus olhos eram verdes como o mar. Elas estavam me fazendo bem. Às vezes, eu olhava para o Eduardo. Ele parecia estar se divertindo também, rindo com os amigos, e isso me tranquilizava. A festa estava pegando fogo, as pessoas já estavam bem animadas, falando alto e agindo sem muita inibição.
-Nossa! - Adriely gritou. - Eu quero arrumar um namorado!
-Que animação é essa? - Respondi no mesmo tom.
-Cansei de ficar sozinha, quero alguém na minha vida!
-Eu também! - Jessica concordou.
-E aqui tem tantos caras bonitos, vou escolher um para mim! - Ela disse rindo.
-Quem é o sortudo? - Perguntei curiosa.
-Aquele de branco! - Ela apontou.
Meus olhos seguiram a direção que eu temia: Eduardo estava lá, apoiado no balcão, ao lado do Matheus e de outro rapaz. Ele estava com a camisa branca parcialmente aberta, três botões desfeitos, parecia incrivelmente atraente.
-Esse cara é bonito demais! - Jessica disse, empolgada.
-Bonito é pouco, ele é um anjo! - Adriely acrescentou.
-Será que ele vai dar bola? - Tentei disfarçar meu ciúme.
-Não sei, dizem que ele está namorando. - Jessica comentou, desanimada.
Ficamos olhando para ele, até que ele nos viu. Nossos olhares se encontraram na multidão, e ele sorriu, curvando os lábios de forma encantadora.
-Parece que ele já está de olho em alguém! - Jessica brincou, olhando para mim.
-Então, você é a sortuda? - Adriely perguntou, empolgada.
-O que vocês estão tramando?
-Depois a gente explica por que ele está vindo até aqui!
Quando percebi, ele já estava na nossa frente, pegou minha mão e me levou para a pista de dança. Notei que os outros rapazes fizeram o mesmo com as mulheres. Uma música lenta começou a tocar, e dançamos juntos. Ele estava com o rosto virado para o outro lado, e me perguntei por quê. Talvez ele não quisesse demonstrar muito.
-Não posso olhar muito para você. - Ele sussurrou, como se lesse meus pensamentos.
-Tudo bem, eu entendo... - Disse, meio sem jeito.
-Mas é difícil não te olhar. - Ele sorriu.
-Então continue olhando para o lado!
Senti seus lábios roçarem em meu cabelo.
-Adriana?
-Fala.
-Sei que você está com medo...
-Medo de quê? - Olhei para ele, com um olhar cheio de desejo.
-Medo de que eu te machuque ou te deixe.
Ele é incrível.
-Eu sei que você nunca faria isso... - Respondi, olhando nos olhos dele.
-Vou fazer o meu melhor para não te magoar ou te abandonar.
-Eu sei disso, porque se fizer algo assim, eu mato você! - Sorri.
Ele riu.
-Pelo visto consegui fazer esses dois pegarem alguma mulher!
-Agora é o professor de conquista? - Brinquei, irônica.
-Só estou compartilhando meus conhecimentos de traste!
-Acho bom você parar com essas insinuações safadas! - Tentei esconder minha vergonha.
Até que meu celular tocou, e eu o peguei rapidamente. Vi no visor que era Claudia.
-Preciso atender isso! - Disse, me afastando.
Eduardo me seguiu até o lado de fora.
-Alô, Claudia! - Respondi, empolgada.
-Adriana? - Ela sussurrou.
-O que aconteceu? - Perguntei, preocupada.
-Preciso que venha até aqui...
-Mas por quê?
-É sobre seu pai...
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Acacia de Lourdes
tbm boiei
2024-09-29
0
Imaculada Abreu
pouca será o que aconteceu?
2024-01-20
0