Adriana
A noite foi silenciosa, e percebi que Daniela estava agindo de forma estranha, trocando poucas palavras comigo. Imagino que ela tenha notado minha aproximação com Eduardo, mas não posso mais afastá-lo, não está em meu poder controlar essa situação. Fiquei pensando se fiz a escolha certa ao permitir que ele se aproximasse, questionando como seria e acabei adormecendo.
Acordei um pouco mais cedo que os outros e saí para fora da casa. Os primeiros raios do sol começavam a iluminar o céu. Sentei-me na areia, contemplando o imenso mar que trazia paz e serenidade. No entanto, minha tranquilidade foi interrompida quando senti um corpo me abraçando por trás. Ele se aproximou devagar e beijou minha bochecha. Mesmo com aquela expressão sonolenta, Eduardo continuava bonito.
-Bom dia! - Disse, sentando ao meu lado.
-Bom dia! - Sorri.
-Vejo que a bela adormecida acordou! - Ele me abraçou, e eu aconcheguei minha cabeça em seu ombro.
-Não consegui dormir!
-Por quê? - Perguntou, parecendo preocupado.
-Estava com a mente cheia...
-Poderia me explicar?
-Não, são coisas minhas!
-Se fosse eu, daria um jeito de explicar! - Disse, um pouco irritado.
-Não vamos começar, tá bom? - Levantei minha cabeça para ver seu rosto melhor.
-Não, até porque, se você brigar comigo agora, eu vou te beijar e todos verão isso!
Não vou mentir, eu queria sentir o sabor do seu beijo.
-É melhor você nem tentar! - Disse, empurrando-o.
-Ah, mas agora você vai ver!
Em questão de segundos, Eduardo já estava de pé e, de maneira delicada, me levantou do chão e me colocou em seu colo. Senti meu coração acelerar com o gesto inesperado. Ele me segurava com firmeza, seus braços ao redor da minha cintura, enquanto eu ficava meio sem jeito, sem saber como reagir. Olhei para o seu rosto e vi um sorriso travesso nos seus lábios, aqueles olhos cheios de confiança me encarando. O sol começava a iluminar o céu e sua luz dourada refletia nos seus cabelos bagunçados. A brisa suave do mar soprava nossos cabelos e eu não conseguia evitar um sorriso tímido. Era um momento estranho, mas ao mesmo tempo, cheio de uma sensação reconfortante.
-O que você vai fazer? - Gritei batendo em seus ombros.
-Vamos pegar uma onda! - Correu até o mar.
-Eduardo, me solta!
-Olha, ela está com medo! - Sorriu.
-Eduardo, me solta! - Gritei novamente, sentindo uma mistura de ansiedade e risos escapando da minha boca. Ele estava me levando em direção à água, e eu me debatia para escapar de seus braços.
Ele delicadamente me desceu, senti as ondas tocarem meus pés, uma sensação de frio e calor surgiu em mim. Observei o local e depois olhei para Eduardo, que me encarava com paixão. Seus olhos não negavam seu sentimento, seu sorriso me chamava. Delicadamente, ele depositou um beijo em minha testa, o gesto foi suave e cheio de carinho, como se estivéssemos compartilhando um momento íntimo e especial.
Nossos olhares se encontraram mais uma vez e eu senti meu coração acelerar. As palavras pareciam desnecessárias naquele momento, pois tudo o que precisávamos dizer estava expresso em nossos olhos e em nossos gestos. Estar ali, com ele, naquela manhã tranquila à beira do mar, era como se o mundo ao nosso redor desaparecesse e só restasse nós dois.
O som suave das ondas batendo na praia criava uma melodia única para aquele momento, enquanto a luz do sol começava a se espalhar pelo céu. Era como se o universo estivesse conspirando a nosso favor, como se estivéssemos no lugar certo e no momento certo.
Ficamos ali, lado a lado, observando o horizonte e deixando que a brisa do mar acariciasse nossos rostos. Nossos corações batiam em sintonia, como se estivéssemos compartilhando um só pulsar.
Nenhum de nós precisava dizer mais nada naquele momento. As palavras podiam esperar, porque estávamos vivendo um instante que era só nosso. E ali, naquela praia tranquila, eu comecei a acreditar que talvez, contra todas as minhas dúvidas e receios, o amor realmente pudesse encontrar um caminho em meio ao caos das incertezas.
-Eu quero muito te beijar, mas não quero que seja um beijo comum, eu quero que seja mais do que especial, quero que seja inesquecível... - Sussurrou.
Meu coração parou, meu corpo estremeceu. Me afastei um pouco e observei seu rosto, por incrível que pareça, eu também não estava mais conseguindo disfarçar que queria um beijo.
-Não acha que este momento já é especial? - Sorri.
-Você me permite? - Perguntou, seus olhos cheios de intensidade.
Balancei a cabeça em um sinal positivo, aos poucos seu rosto se aproximou do meu, nossos corpos se encontraram novamente, trazendo um calor absurdo. Antes de me beijar, ele deu um dos seus belos sorrisos, e calmamente seus lábios se tocaram nos meus. Sua língua buscava a minha, seus braços se apertavam ao redor de mim, o beijo foi ficando mais quente, tão quente que parecia que nossas almas estavam se conectando. Cada sensação, cada movimento, cada toque era como um turbilhão de emoções que invadia meu corpo.
Sua mão percorreu minhas costas, me fazendo arrepiar, enquanto a minha mão encontrava o caminho até sua nuca, acariciando seus cabelos. O beijo era intenso, cheio de paixão e desejo acumulados por tanto tempo. A brisa do mar, o som das ondas, tudo parecia desaparecer enquanto estávamos ali, entregues ao momento.
Eduardo
Nossos corpos estavam unidos de forma intensa, cada toque, cada carícia, era como uma explosão de desejo que nos consumia. A sensação de tê-la tão próxima, seus lábios nos meus, sua língua explorando cada canto da minha boca, era avassaladora. Minhas mãos passeavam por suas costas, sentindo sua pele arrepiar sob meu toque, enquanto eu explorava cada curva do seu corpo de uma maneira que a fazia perder o fôlego.
Meus beijos desceram do seu rosto para o seu pescoço, e a sensação de meus lábios quentes em sua pele a fez gemer involuntariamente. Eu sabia exatamente como tocá-la, como fazê-la estremecer de prazer. Minha pegada se intensificou, meus braços a apertavam contra mim, e eu podia sentir seu desejo pulsando tão forte quanto o meu.
As ondas do mar pareciam ecoar nossos batimentos acelerados, como uma trilha sonora para o momento ardente que estávamos vivendo. Cada suspiro, cada gemido, era uma confirmação do que estávamos compartilhando naquele momento.
Mas, em meio a toda essa paixão desenfreada, uma vozinha na minha cabeça sussurrava que era necessário parar. Ainda não era o momento para nos entregarmos completamente um ao outro, ainda tínhamos muitas coisas para resolver, muitos medos para enfrentar.
Com um último beijo apaixonado, nos separamos, nossos olhos se encontrando cheios de desejo e entendimento. Não precisava de palavras para saber que ambos estávamos conscientes de que esse era apenas o começo, que havia muito mais a explorar e a sentir entre nós. O futuro ainda era incerto, mas agora eu estava disposto a enfrentá-lo, ao lado dela.
-Eduardo... - Sussurrou- É melhor parar...
Devagar, me afastei do seu corpo. Ela estava meio envergonhada, eu também estava. Eu nunca tinha sentido isso por ninguém antes.
-Desculpa...
-Está tudo bem! - Disse, enquanto ajeitava seus cabelos.
-Isso que dá demorar para beijar! - Sorri.
-Bem que me disseram que o beijo era bom! - Disse, afastando-se de mim.
-E é?
Ela simplesmente sorriu e andou até a casa. Corri atrás dela, mas quando cheguei na sala, todos estavam lá. Tentei disfarçar e fui para o quarto para tomar um banho
O que aconteceu? - O Matheus veio eufórico.
-Nada, por quê?
-Nada? - Ele exclamou, batendo as mãos- Sério? Vocês saem antes das seis da manhã, a Adriana está com um sorriso de apaixonada estampado no rosto, e você me pergunta o por quê? - Disse sentando na cama- Eduardo, sério, você não sabe mentir!
-A gente se beijou!
Ele gritou animado.
-Eu sabia!
-Tá, mas não precisa gritar.
-Quero ser padrinho, ok?
-Mas eu nem sei se vamos ficar juntos...
-Eu tenho certeza, vocês dois foram feitos um para o outro. Olha, se não for assim, eu dou um jeito de juntar vocês.
Ri com a ideia.
Adriana
Que homem! Perdi o chão quando seus lábios tocaram os meus novamente, e em seguida, desceram para o meu pescoço. Não pude evitar soltar um suspiro; ele tinha o poder de me seduzir completamente. Eu sabia que, se estivéssemos em uma cabana isolada, ele provavelmente teria avançado para o plano B.
No entanto, esse não era o momento nem o lugar para isso.
Quando nos separamos, senti como se uma parte de mim estivesse faltando. Eu não queria nos separar, mas não podíamos nos dar ao luxo de sermos pegos por alguém. Então, me sentei na sala e percebi que Daniela estava lá. Havia uma atmosfera estranha entre nós, e depois de alguns momentos de silêncio constrangedor, ela finalmente resolveu falar.
-Você e o Eduardo, estão juntos, não é?
-A outra pessoa que estava conosco se levantou e saiu do cômodo.
-Do que você está falando?
-Eu vi como ele olha para você!
'-Daniela... Eu...
Ele realmente não sabe esconder nada.
-Você sabia que eu estava interessada nele, mas parece que nem se importou. Pensei que éramos amigas!
-Você estava com ele?
-Não, não estava.
-Então por que está tão chateada comigo? Se você quer algo, tem que correr atrás!
-Eu sabia, você nunca foi realmente minha amiga.
-Chega de drama, Daniela. Nós nunca fomos amigas de verdade, apenas conhecidas.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Imaculada Abreu
mal se conheceram e já quer ser amiga, só se for amiga da onça
2024-01-20
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