Adriana
Após horas tentando acalmar o Júnior, ele finalmente adormeceu, dando um alívio tanto para mim quanto para o Eduardo, que estávamos completamente exaustos. Agora eu entendia por que eles queriam que eu ficasse para ajudar o Eduardo. Ele era completamente desajeitado com crianças, perdia a paciência facilmente e mal sabia como alimentá-lo. Confesso que o Júnior estava prestes a deixar Eduardo à beira da loucura.
Sinto pena desse menino.
Lá estávamos nós dois, com o Júnior finalmente tranquilo. Eduardo estava relaxado, com as mãos atrás da cabeça e os pés apoiados na mesinha. Ele assistia a um jogo de futebol na TV, enquanto eu continuava a busca por um novo apartamento. Talvez você pense que estou sendo ingrata, mas não posso me sentir à vontade em seu apartamento, especialmente quando não tenho certeza se estamos namorando ou apenas tendo um caso. Na minha visão, parece mais um caso, porque ele não parece ser o tipo de pessoa que está buscando um relacionamento sério, pelo menos não comigo.
— Achou o que tanto procura? — Disse ele sem sequer olhar na minha direção, o que indicava que ele ainda não havia aceitado muito bem a ideia de eu estar procurando um novo apartamento.
— Ainda não! — Respondi fechando a tela do notebook.
— Talvez seja um sinal para ficarmos juntos — Ele sorriu de forma maliciosa, como se estivesse se divertindo com a situação.
— Eu estaria tendo um pesadelo! — Retruquei, não querendo ceder à sua provocação.
— Eu sei que você gosta de ficar comigo. — Ele se aproximou e se jogou sobre mim no sofá.
— Você se acha tanto que chega a dar dó. — Empurrei-o de volta.
— Olha, Adriana, você é difícil! — Ele se levantou abruptamente. — Eu estou me esforçando ao máximo para me aproximar de você, tentando ser a melhor versão de mim mesmo, mas está ficando cansativo, muito cansativo. Isso está parecendo uma novela, e você é a vilã.
— O quê? — Minha incredulidade era palpável. Parecia inacreditável que ele estivesse me dizendo essas coisas. Fui até ele, ficando de pé na mesma altura, mesmo que precisasse de um banquinho para ficar no seu nível.
— Isso mesmo que você ouviu, você não é surda! — Ele estava visivelmente irritado. — Estou tentando de todas as formas te agradar, mas mesmo que eu faça um esforço sobre-humano, você nunca parece satisfeita. Nunca estamos em paz, e quando estamos, isso dura apenas cinco minutos.
— Você está certo... — Admiti, percebendo que ele tinha razão. — Desculpe, Eduardo. Você está se esforçando tanto, talvez até demais, e eu tenho sido um tanto injusta.
Nós dois ficamos calados por alguns instantes, meus olhos buscando os dele, mas nossa conexão não era a mesma de antes, aquela que costumava me fazer derreter. Talvez eu tenha perdido essa partida, aquela partida que tanto neguei jogar. Nesse momento, eu me sentia uma prisioneira, prisioneira de minhas próprias negações. Antes que ele se afastasse, eu o segurei, não por impulso, não porque tinha perdido a partida interior, mas porque eu o amava. Era um sentimento que eu não podia mais negar para mim mesma, não podia continuar me enganando.
— Eu não quero mais brigar... — Minhas palavras desapareceram no final da frase, meu corpo reagia a cada batida do meu coração. Ele estava virado para o lado, olhando para algum lugar, talvez refletindo sobre tudo. — Eu te amo, Eduardo!
Ele virou para mim com surpresa, seus olhos mostravam incredulidade, e então ele agiu, me abraçou. Aquele abraço fechou todas as feridas, todas as inseguranças que carregava. Minha respiração parecia um grito abafado, meu peito estava inundado de emoções, um amor que não podia mais ser negado.
— Eu não esperava... — Ele sussurrou.
— Preciso que compreenda... — Ele se afastou para me observar. — Eu sinto medo, Eduardo. Medo de me machucar, de me enganar novamente, de deixar...
— Isso não vai acontecer, eu prometo. — Seus dedos acariciaram meu rosto.
— Eu sei que sou difícil, sei que magoo você às vezes, mas por favor, não me deixe. Eu quero que você esteja comigo...
Antes que eu pudesse terminar a frase, seus lábios encontraram os meus, um beijo cheio de intensidade e desejo. Exploramos cada sentimento, cada emoção, mas fomos interrompidos pelos gritos do Júnior no quarto.
— Alguém está chamando por você! — Disse, acariciando seu peito.
— Será que ele gritaria mais alto se eu não fosse? — Suas mãos percorriam minha cintura.
— Ele pode acabar destruindo o quarto. — Ri, imaginando a cena.
— Mas nosso momento ainda não acabou, quero ter você só para mim.
— Vamos conversar mais tarde!
Ele beijou minha testa e se afastou para atender o chamado do Júnior.
Eduardo
Meu Deus, o que foi aquilo? Tentei entender. Será que estava sonhando ou algo do tipo? Ela disse que me ama, me ama de verdade. Não consegui conter o sorriso que se formou em meus lábios, nem mesmo o mau humor do Júnior seria capaz de apagar a felicidade que tomava conta de mim. Agora não restavam dúvidas de que ela sentia o mesmo, que aquele era o momento que tanto esperei. Eu não deixaria essa oportunidade escapar, não cometeria os mesmos erros do passado. Precisava agir, ser paciente para curar suas feridas, ser o apoio que ela precisa.
Alguma dica?
Depois de acalmar o garoto por alguns minutos, retorno à cozinha onde encontro Adriana preparando o jantar. Ela cantarolava e parecia muito à vontade, observo-a com um sorriso enquanto ela se movia, expressando-se ao ritmo da música que tocava no rádio. Aproximo-me devagar e ela logo percebe, virando-se para mim com um sorriso encantador. Vou até a sala e coloco um desenho para o Júnior assistir, espero que ele esteja entretido e retorno à cozinha, aproveitando a beleza da cena que se desenrolava ali.
— Tem gingado! — Disse abraçando ela por trás.
— Para Eduardo, o menino pode ver. — Disse tentando sair do meu abraço.
— Ele está assistindo TV! — Confiro.
— Mesmo assim, não é bom.
— Se quiser eu coloco ele lá fora? — Talvez não tinha pensando na pergunta, só sei que Adriana não gostou nada porque ela apenas olha para mim e faz um careta.
— Ainda bem que estou aqui, se não já tinha feito isto. — Sorriu.
— Então, sobre o que iremos conversar? — Voltei a resposta anterior que havia me dito.
— Bom...-pensou por alguns segundos. — Eu ainda não sei.
— Posso sugerir um tema?
— Tenho até medo do que possa sugerir, mas diga.
— Por que não falamos de nós dois.
— Mas é sobre isto que iremos falar!
— Nós iremos falar quando vamos casar? — Ela me olha espantada, e logo joga um pano de cozinha em mim.
— Que tal você indo lavando a louça?!
Faço o que ela me pede, talvez a palavra casamento foi bem precipitada, poderia dizer outra coisa, mas eu nunca penso no que falo, então sai merda.
— Eduardo? — Ela se aproxima de mim.- Eu posso confiar em você?
Sua pergunta atingiu minha mente como uma tijolada, causando uma confusão interna. Eu poderia dizer sim, mas também poderia dizer não. A verdade é que essa pergunta despertou várias dúvidas em mim. Ela percebeu minha hesitação e deu um passo para trás, dando espaço para as minhas reflexões. Naquele momento, eu estava sinceramente incerta sobre o que responder.
— Eu não sei o que dizer... — admiti, deixando meu medo e incerteza se mostrarem.
— Eu entendo. — Sua resposta foi simples e direta.
Me aproximo dela, buscando transmitir minha sinceridade.
— Adriana? — Chamei.
Ela me encarou por um momento, e eu pude sentir a seriedade das palavras que estávamos compartilhando.
— Então, o que acha de tentarmos? — perguntou, e sua expressão parecia esperançosa.
Minha empolgação não pôde ser contida.
— Sim, claro que vamos tentar! — respondi com entusiasmo, sentindo que estávamos alinhados nesse objetivo. — Está preparada?
Ela assentiu com a cabeça, e nossos olhares se encontraram mais uma vez. Então, ela depositou um beijo nos meus lábios.
— Antes disso, preciso fazer uma pergunta também... — falei quando nos separamos, tentando encontrar as palavras certas para expressar meus sentimentos.
— Que pergunta? — Ela parecia curiosa e ao mesmo tempo ansiosa.
Meus olhos encontraram os dela, e eu soube que era a hora certa.
— Aceita namorar comigo? — perguntei, deixando que a vulnerabilidade das minhas palavras refletisse o quanto aquilo significava para mim.
Olá pessoal!!!
Será que ela vai aceitar?
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Imaculada Abreu
Já era para ter aceitado
2024-01-20
0
Tulypa
/Doge/
2023-10-01
0