Capítulo 5

Mordomo andava atrás da arquiduquesa desesperado para explicar a situação.

– Faraize não é necessário, isso explica absolutamente tudo. Eu não direi a absolutamente ninguém. Estou feliz por ter descoberto agora. Isso alivia minha cabeça e coração. - Apoiava a mão no tórax caminhando.

– Mas vossa graça as coisas não são bem assim, se me permitir explicar. - Dizia quase em tom de súplica.

– Não precisa. Eu entendo que algo assim jamais poderia vazar do ducado. Serei um túmulo. Se me der licença agora irei me banhar. - Entrou em seus aposentos fechando a porta atrás de si.

O mordomo correu apressado para ver o mestre, bateu na porta, olhando para ambos os lados.

– Entre. - Arquiduque dizia.

Faraize imediatamente entrou abaixando a cabeça. - Duas coisas de extrema importância que devo reportar.

– Diga. - O homem dizia segurando alguns papéis, enquanto olhava para o mordomo, estava de pé.

– Os servos estão espalhando boatos de que vossa graça é homossexual. Dizem que por recusar todas as mulheres é um indicativo justo de seu desejo por homens, que também as amantes são só uma farsa para esconder tal coisa. - Dizia de cabeça baixa. - Como devo punir eles?

– Não existe necessidade de punição. Não estão de todo errado. - Ergueu uma das sobrancelhas para o mordomo. - Ou você acha que havia mulheres no exército em épocas de guerra? Nós homens acabamos por nos virar entre nós mesmos e não acho que seja errado. - Colocou os papéis sobre a mesa. - Esses boatos podem chegar até o rei e eu ter um pouco de paz com relação a esses casamentos que nem sequer desejei

Faraize engoliu seco. - A arquiduquesa já descobriu sobre eles. De algum modo ela parece aliviada com a informação.

– Ótimo para ela. Vai embora sem peso na consciência. - Apoiou os papéis na mesa. - Antes que você pergunte, sim, eu gosto muito mais de mulheres... Algum dia sim terá um herdeiro por essas terras. Não se preocupe.

O mordomo apoiou a mão no tórax suspirando de alívio.

– Qual era a outra coisa que queria reportar? - Apoiou o traseiro na mesa cruzando os braços.

– A arquiduquesa tem perguntado por um homem de cabelos vermelhos. Receio que vocês dois tenham se encontrado e por algum razão em tão breve tempo ela se apegou. - Olhou nos olhos do arquiduque.

– Ela perguntou sobre mim? Bom, era de se esperar depois de tudo que me falou. Como estão a tratando, ela só quer um amigo. - Apoiou a mão na testa. - Amanhã que ela irá ao estábulo?

– Sim, vossa graça. - Mordomo assentiu.

– Irei vê-la. - Deitou a cabeça no próprio ombro pensativo. - E o que mais?

– Isso é tudo. - Assentiu.

– Bom. Tire o restante da noite de folga. - Abanou a mão. - Também quero descansar, não suporto mais ficar preso aqui lendo essa papelada, preciso movimentar meu corpo.

– Vossa graça vai ao encontro de uma das suas amantes? - Perguntou curioso.

– Sim. Barão de Burnell saiu em uma viagem, irei dormir na mansão dele com Lady Burnell. - Passou a mão nos fios vermelhos para trás.

O mordomo suspirou. - Leve pelo menos flores desta vez... É rude chegar mesmo que para uma amante de mãos abanando.

– Comprarei flores no caminho. Voltarei ao amanhecer e provavelmente irei ao encontro da arquiduquesa. Feliz? - Ergueu uma das sobrancelhas para Faraize.

– Sim. - Assentiu. - Me retiro então.

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Sir Kim mostrava os cavalos para a arquiduquesa Selene.

– Qual vossa graça prefere? - A cavaleira perguntava.

– Oh! Esse sem dúvidas! - Se aproximou do cavalo preto como a noite. Um cavalo alto e forte.

– Esse é do arquiduque. Vamos olhar aquele branco que é um pouco menor. - Disse tentando forçar um sorriso.

– Ele é lindo. - Correu até o branco. - Tudo bem, vou ficar com esse.

– Excelente, vou pegar a sela. - A cavaleira se inclinou e saiu.

Na saída, se deparou com o Arquiduque. Ele apoiou o indicador nos lábios como se pedisse para ela fazer silêncio sobre isso.

Kim assentiu e saiu correndo para pegar a sela.

– Já escolheu o cavalo? - O de longos fios vermelhos disse.

Selene olhou para ele, erguendo as sobrancelhas. Era a primeira vez que o via com 100% de clareza. Os longos fios vermelhos amarrados em um rabo de cavalo longo e muito bonito. O traje preto de cavalgar repleto de medalhas, uma capa preta com a parte interna vermelha, as botas de couro pretas, junto da calça justa e da farda que realçava a cintura fina.

Imediatamente apertou as coxas uma contra a outra, apoiou a mão no tórax para recuperar o fôlego. Ele era sem dúvidas maravilhoso.

– Te assustei? Você estava me procurando. - Ergueu uma das sobrancelhas olhando para ela.

– Sim... Eu estava curiosa para te encontrar outra vez. - Abanou a mão desviando o olhar. Nenhum homem vivo havia causado tamanho efeito nela.

– Aqui estou. Qual cavalo escolheu? - Parou do lado dela curioso.

Além de extremamente bonito, ele era bem alto.

– Não minto para você, meu amigo de breve data. - Disse brincalhona. - Eu queria muito o preto, mas Sir Kim me recomendou pegar esse branco.

– O preto não seria bom para você. Ele é um cavalo muito agressivo e forte. Vê as patas grossas na parte de cima? A coxa e os ombros. É um cavalo que gosta de correr, péssimo para quem está aprendendo. Pode sofrer até um acidente. - Gesticulava explicando. - Já esse branco. Ele é delicado, vê as ferraduras limpas? Deve ser muito calmo. - Passou a mão pela cabeça do cavalo. - Perfeito para quem quer aprender.

– Você entende disso... No ducado muitos cavalos são fortes, deve ser por essa razão. - Assentiu.

– São todos cavalos de guerra. Esse também é um, mas a personalidade dele parece bem mais amigável... - O ruivo ergueu as sobrancelhas. - Você quer dar uma volta em um desses cavalos de guerra?

– Castiel... Não, pelos céus. Não sei montar ainda. Futuramente me agradaria, mas agora iria me machucar. - Abanou a mão.

– Vamos montar o mesmo cavalo. Só até o campo aberto para você sentir o vento nos cabelos da velocidade e pegar gosto por isso. - Sorriu, a olhando nos olhos.

Era um sorriso divinamente perfeito e brilhante.

– Tudo bem. - Disse animada. Já estava devidamente vestida e com os cabelos presos.

– Vem então. - Se aproximou do cavalo preto, colocou as rédeas nele e a sela que já estava ali. Prendeu bem firme e estendeu a mão para ela.

– Este é o cavalo do arquiduque... - Ergueu as sobrancelhas olhando para ele.

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