– Eu sempre quis cavalgar! Parece maravilhoso! - Selene disse animada juntando as mãos diante do corpo.
O mordomo e as damas ali olhavam perplexos para ela.
– Mas vossa graça, não acha perigoso? - O homem olhou para ela.
– São tantas as coisas perigosas no mundo, posso tropeçar e me ferir de qualquer forma. Posso me emaranhar nos lençóis e sufocar, posso afogar em uma banheira, até mesmo bater a cabeça com muita força... Tudo é perigoso, nem por isso não deixamos de arriscar a viver. - Apoiava a mão na bochecha sorrindo. - Então só sinto empolgação, já que o perigo está em todos os lugares.
Era de fato um argumento irrefutável.
– Mas vossa alteza... Terá que usar vestimentas apropriadas para cavalgada. O arquiduque optou por calças para as mulheres do ducado de Veilmont. - Disse receoso.
– Parece correto. Calças são as vestimentas que os homens usam para isso, protege a visão de nossas partes íntimas mais do que um vestido faria. Sim, eu concordo plenamente. - Sorria animada. - Quando começo?
– Mordomo, o arquiduque disse que não devemos nunca chamar um joalheiro ou um estilista para as "arquiduquesas" enviadas pelo rei. - Uma das servas falou quase em um sussurro para ele, mesmo que ainda assim a arquiduquesa pudesse ouvir com clareza.
– Eu não estava ciente... Por qual razão não devemos? - Olhou para a serva.
– Arquiduque disse que são ladys que se venderam por riqueza e poder, como vão embora rapidamente, não devem levar nenhuma riqueza ou presente do ducado com elas. Seria um desperdício dos cofres públicos. - Se inclinou de forma respeitosa.
– Conversarei com ele. - Mordomo massageou as temporas. - Por essa razão a arquiduquesa está vestida desta forma?
A nortenha imediatamente franziu o cenho. - O que há de errado com as minhas roupas?
– Oh! Vossa graça, se me permite dizer... Esses espartilhos e modelos de vestido foram utilizados no século passado, literalmente. - Mordomo disse com cuidado.
– Estão terrivelmente fora de moda e de uso. - Uma das damas disse de uma vez.
– Oh! Mas eles são a última moda no norte. - Segurou no vestido girando.
– O norte claramente é atrasado no sentido de estilo. - Uma dama sussurrou para outra.
– Respeitem a senhora da casa. - O mordomo as repreendeu. - Continentes diferentes, devem ter estilos diferentes, não existe nada de errado senhora. Vestidos de vossa graça devem ser muito apreciados em suas terras.
– Sim... Eu era a flor da sociedade nortenha. Mas se meus vestidos estão fora de moda, devo evitar o ciclo social agora se não quiser ser uma chacota. - Apoiou a mão no queixo. - Poderia trazer para mim um desenho dos vestidos na moda aqui no ocidente para eu ver?
– Claro, vossa graça. Conversarei com o Arquiduque sobre os pedidos de calças para a arquiduquesa. - Se inclinou.
– Pode se retirar então. - A de fios platinados apoiou a mão na testa. - Por qual razão nenhuma de vocês me avisou que meus vestidos eram fora de moda?
– Se anseia pela verdade, vossa graça. É pelo fato de que logo voltará para suas terras, não existia a necessidade. - Uma das damas abaixou a cabeça.
– Todas vocês esperam ansiosa para que eu deixe o castelo pelo visto. - Analisou uma por uma de cada uma delas.
– De forma alguma, vossa graça. Isso só tem acontecido com absolutamente todas as senhoras que foram casadas e enviadas para cá. - Olhava para a nortenha.
– Eu não lhe dirigi a palavra, não vejo porque me responderia algo do qual não perguntei. - Disse ranzinza.
A dama imediatamente se inclinou.
– Além de vocês não me respeitarem, desdenham da minha presença. Até minha bondade e generosidade tem limites. Eu tentei ser amigável para termos uma boa relação, mas não vou tolerar mais isso. Saiam agora. - Apontou para porta.
As damas imediatamente saíram apressadas.
( ◜‿◝ )♡
– Vossa graça? - Mordomo batia na porta.
– Entre. - O de cabelos vermelhos disse suspirando em seguida.
– Venho informar que o comunicado foi feito no ducado e que a arquiduquesa concordou com ele. - Se inclinou.
– Concordou? - Ergueu uma das sobrancelhas surpreso. - Bom para ela.
– Por essa razão teremos que chamar uma estilista para fazer as calças de montaria para a senhora. - Olhou receoso para ele.
– Chame, não me importo. - Moveu os ombros.
O mordomo continuou parado ali em silêncio.
– Mais alguma coisa? - Cruzou os braços olhando para o servo.
– Sim... Receio que a arquiduquesa esteja sofrendo um tratamento extremamente rude dos servos desde que você tem se desfeito das outras mulheres que seriam sua esposa. - Ajeitou os óculos no rosto olhando para o mestre.
– E o que espera que eu faça? - Apoiou a mão no queixo olhando para ele.
– Mesmo que ela não seja a arquiduquesa oficialmente, seria interessante de vossa parte, alertar aos servos sobre o posicionamento deles com respeito ao tratamento dela. O ducado pode ser terrivelmente mal visto se tiver servos tão rudes. - Disse para o Arquiduque.
– Esse não é o seu trabalho? Disciplinar os servos? - Voltou a olhar para os papéis.
– Receio que não vossa graça, disciplinar os servos é trabalho da arquiduquesa. Mas se vossa graça me ordenar isso, assim farei. - Conteve o suspiro.
– Demita quem foi desrespeitoso, faça parecer que tenho planos de manter essa senhorita que chegou como arquiduquesa. Então reúna todos e diga que se esse posicionamento continuar, todos os servos serão trocados sem cartas de recomendações. - Abanou a mão para o mordomo sair. - Da próxima vez resolva sozinho, não quero saber de coisas tão inúteis. Se ela é uma mulher incapaz de se impor, nem merecia estar aqui. Saia agora.
O mordomo se inclinou e imediatamente saiu fechando a porta atrás de si. Soltou um longo e penoso suspiro, havia visto o arquiduque crescer, sabia que havia ali um homem de cabeça dura e muito teimoso que precisava urgentemente de uma mulher para o amar. Também precisava de uma arquiduquesa para equilibrar a grande tirania que vivia dentro dele graças aos anos de sofrimento. Desde os 15 anos, o herdeiro do trono já foi forçado a ir para campo de batalha lutar na guerra, vivia em meio a lama e o sangue, então definitivamente ele não seria um homem fácil de lidar, mas quando abrisse seu coração... Bom, todos sabem que o amor mais doce é aquele difícil de se conquistar.
– De qualquer forma espero ansioso pela aposentadoria desse velho aqui. - Suspirou caminhando pelo corredor do castelo.
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Atualizado até capítulo 122
Comments
corrinha
verdade garota 😘😘
2024-05-25
2
corrinha
essa selene não vai se render fácil não ela vai se moldando as regras imposta por ela e vai tirar de letras amando a leitura
2024-05-25
2
Aline Linno
Ignorante ela o dinheiro subindo a cabeça um dinheiro que nem é dela! zero humildade espero que ela sofra odeio gente egoísta essa personagem se acha!😒
2024-03-31
0