Capítulo 9

O que o casal não contava para aquela vida de casados ERA um fator extremamente importante, SUAS PERSONALIDADES.

Enquanto Selene tinha um posicionamento elegante, justo e gracioso. Castiel tinha um posicionamento muito mais sanguenolento.

Ela gostava de cores claras e brilhante, ele de cores vermelhas e escuras. Enquanto ela tratava todos como gentileza e esperava ser retribuía de tão forma, ele tratava tudo com frieza e respeito, mesmo que com humor sarcástico.

No fim do dia ela sugeria piedade pelos presos e ele guilhotina.

No final do dia, era água e óleo tentando se misturar.

Faraize parou do lado de fora da porta ao ouvir a discussão calorosa.

– VOCÊ NÃO PODE DAR PRISÃO PERPÉTUA PARA UM HOMEM SEM SABER SEUS MOTIVOS. SEU IDIOTA ARROGANTE! - Selene gritava.

– QUEM DISSE QUE NÃO? TINHA UMA CRIANÇA NA CARROÇA. NINGUÉM VAI RESPEITAR UM GOVERNO QUE NÃO PUNE. - Bateu as mãos na mesa.

– ÓTIMO, SE TORNE UM TIRANO IGNORANTE! - Gesticulava. - EU ROGO POR UM JULGAMENTO POR ELE. VAI SE OPOR A MIM?

– PARECE QUE A PRINCESA HERDEIRA GOSTA DE DEFENDER BANDIDO. - Dizia alto.

– MELHOR DEFENDER ALGUÉM QUE PODE SER INOCENTE DO QUE VIVER COM O PESO DE TIRAR UMA VIDA. - Ela quem batia na mesa agora.

Havia se adaptado maravilhosamente bem aos trabalhos de arquiduquesa.

O mordomo olhou para a cavaleira.

– Sim, é a terceira vez que discutem só hoje. - Suspirou. - Mas se quer minha opinião... Fico feliz de alguém enfrentar o arquiduque.

– São muito opostos... Mas no meio dos extremos temos ambos os posicionamentos, não acha? - Sorriu, segurando os papéis. - Vai ser um governo com dois lados e não só um. Sabia que só teríamos uma arquiduquesa decente se ela não fosse submissa a ele.

– Sim. Que Deus Rogue por esse pobre reino. - Sorriu, abrindo a porta para o mordomo.

Faraize sorriu e entrou. - Investigamos o rapaz...

– E então? - Selene perguntava apreensiva.

– O rapaz realmente provocou o acidente de carroça de propósito. - Disse colocando os papéis na mesa.

– Eu disse. - Apontou para a esposa.

A de cabelos platinados assoprou a franja.

– Porém a carroça era de um traficante de escravos. Haviam pegado o filho dele. - Disse suspirando.

Selene cruzou os braços vitoriosa.

Castiel apoiou as mãos na mesa. - Porra.

– De qualquer forma, ele precisa de um julgamento público. - Apoiou a mão na cintura, olhando para o marido. - Querendo ou não, ele não tem o direito de tirar vidas como bem entender, por mais que sejam traficantes. A população deve decidir.

O ruivo se sentou e assentiu.

– Pedirei ao exército para cuidar disso. Agora sobre o baile, os últimos detalhes precisam ser acertados. - Ajeitou os óculos no rosto. Pegou a tábua com os papéis.

– Ótimo. - Selene abanou a mão para uma das damas pedindo por um chá.

– Como bebida principal? - O mordomo olhava para os dois.

– Champanhe. - Arquiduquesa dizia com tranquilidade.

– Vinho. - Castiel dizia olhando os papéis.

Os dois imediatamente se olharam ao falar ao mesmo tempo.

– Champanhe é uma demonstração de riqueza, refinamento e combina com a decoração da festa. - A arquiduquesa explicava.

– Qual a decoração da festa? - Ergueu uma das sobrancelhas.

– Branca e dourada. Se vinho derramar... Será um desastre. - Apoiava as mãos nas coxas.

– Mas champanhe tem mais álcool. Se quer um baile com pessoas alcoolizadas buscando confusão, é sua escolha. - Cruzou os braços. - Além do mais, vinhos envelhecidos são muito mais refinados.

– Ainda assim... Podemos colocar guardas para evitar a baderna. - Gesticulava.

– Ótimo baile de apresentação princesa herdeira. Chutar pessoas da sua festa logo de primeira. Que fama devastadora a seguirá? - Cruzou os braços com um sorriso maldoso.

A princesa suspirou e olhou para o mordomo. - Traga-me uma lista dos alcoólatras que são nossos subordinados, para eles serviremos vinhos fracos de teor alcoólico.

– Uma boa solução para uma mulher tão insuportavelmente gentil. - Apoiou o cotovelo na mesa e o queixo na mão, com sorriso maldoso.

– Você não tinha que cuidar dos seus papéis? Do baile vou cuidar, VOSSA ALTEZA. - Franziu o cenho para ele.

O príncipe herdeiro sorriu e ergueu as mãos se rendendo.

O escritório dos dois acabava por ser junto, já que grande parte das decisões precisavam ser cuidadas em conjunto.

Vendo toda aquela discussão, parecia que Selene não tinha mais aqueles sentimentos borbulhantes de excitação extrema. Mas a verdade era que eles estavam mais intensos que nunca, quanto mais tempo perto dele, mais sentia seu interior queimar. O que fez com que ela se tocasse com frequência pensando nele. Era inevitável, desejar ele, mesmo com toda a irritação que provocava nela.

– Também precisamos que se decida sobre sua dama de companhia. Precisa ser uma das mulheres nobres vossa alteza. - Entregou algumas fichas de várias nobres para ela.

– Alguma para me recomendar? - Pegou os papéis passando as fichas.

– Uma esposa ou filha de barão, para ter submissão. Uma viscondessa se quer ficar atenta aos boatos da alta sociedade. - Faraize dizia mostrando os papéis para a arquiduquesa.

– Interessante. - Apoiou a mão no queixo.

– Descartou as que mandei? - Castiel olhou para o mordomo.

– Sim, senhor. - Mordomo assentiu.

– Por que alguém foi descartado? - Olhou nos olhos do marido.

– Minhas amantes... Elas te provocariam, seria irritante lidar com elas constantemente. - Abanou a mão e voltou a atenção aos papéis.

Selene estreitou os olhos e abanou a mão. - Pouco me importa. Também não estou interessada nas suas amantes. - Voltou a olhar os papéis e mordeu a pontinha do polegar.

Sem dúvidas nenhuma ela estava extremamente interessada nas amantes falsas dele, queria ver como elas eram, saber as suas personalidades. Mas jamais assumiria isso para ele. Primeiro por saber que ele as mantinha longe para não contarem sobre as preferências dele e segundo por saber que eram com certeza rancorosas por não terem se tornado arquiduquesa.

Se deixou levar por seus pensamentos, o que ele fazia com as amantes se realmente gostava dos homens, sobre o que falavam? Era misterioso, como fazia para que acreditassem que ele estava se deitando com elas? Será que ele simplesmente se deitava na cama como fazia com ela? Ou talvez dizia que iria se encontrar com elas para então ir atrás de um amante do homem? POR qual razão todos esses pensamentos a feriam de alguma forma?

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