Capítulo 13

A princesa tomava tranquilamente seu chá no jardim, estava pensativa esperando pela cavaleira que havia sido chamada pelo arquiduque.

A noite havia sido extremamente turbulenta, quando ela fechava os olhos e ainda sentia os toques do príncipe por seu corpo, entre suas pernas formigava, apertava suas coxas uma contra a outra tentando conter a sensação de queimação que surgia entre as suas pernas.

– Céus o que fiz... - Apoiava as mãos no rosto ao pensar que quase havia usufruido de um homem drogado por afrodisíaco. Nem conseguia imaginar encarar o rosto do marido, que estava tão drogado a ponto de recorrer a uma mulher para suprir seus desejos mais profundos.

Deitava a cabeça para trás, preenchendo os pulmões de ar. Consciência pesava, mas o corpo estava completamente desesperado por aquele toque, aqueles lábios, o corpo dela que a fazia desejar alcançar com os lábios.

– Vossa alteza. - A cavaleira se inclinou.

– Kim! Ótimo, tem notícias para mim? Depois da minha retirada do baile, junto de que eu mandei prenderem a amante dele... Os nobres devem me odiar, me achar terrível. - Olhou desesperada para a cavaleira.

– Bom, todos entenderam que era uma situação específica, não houve comentários sobre sua retirada... Quanto a prisão da amante do príncipe herdeiro... Os boatos estão divididos em duas esferas, alguns nobres a detestavam por seu comportamento arrogante por ser amante da autoridade máxima do império... Já outros acham que você só quer exercer poder e se vangloriar. - Kim puxava a cadeira se sentando.

– A minha amiga o que farei? - Deitou a bochecha contra a mesa. - Mesmo que ela tenha feito o que fez, não posso divulgar para o público que drogaram o futuro rei. Isso abriria os olhos para pessoas que querem envenenar e trair. Se uma amante o conseguiu drogar... O que devo fazer?

– O príncipe herdeiro já declarou um julgamento público. Nesse exato instante ele deve estar indo para as masmorras conversar com ela. - A de cabelos pretos disse com tranquilidade.

– Não... Ele não pode expôr uma fraqueza assim, por que faria tal coisa? É um fardo que estou disposta a carregar, de tirana ciumenta, em troca de um maldito julgamento. - Se levantou segurando o vestido. - Venha comigo precisamos falar com ele imediatamente. - Saiu caminhando apressada.

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Castiel desceu até às masmorras do castelo, deslizou os dedos enluvados pelas grades, estava com os pensamentos perdidos. As celas estavam todas vazias, não haviam muitos prisioneiros já que ele não era do tipo que mantinha, preferia os matar o mais rápido possível depois de seus julgamentos.

Pensava muito no que havia acontecido na outra noite, por mais drogado que estivesse as memórias estavam vividas em seus pensamentos. Pensava se alguma vez já se deixou levar tão intensamente pelos instintos assim.

Parou diante da cela da amante, ainda pensativo.

– Amor meu! - A de cabelos castanhos se agarrava as grades. - Ouça-me... Eu estava desesperada, eu o amo tão intensamente que temi perder meu lugar para sua rainha. Estava desesperada por te amar tanto e tão enlouquecidamente. Sabe que eu estava com você quando todos te viraram as costas, eu amei você quando nem sabia se se tornaria um rei. Quanto amor fizemos? O amor repleto de paixão que me fazia delirar. Seus beijos e carícias, como eu poderia te perder para uma desconhecida? Só pelo status dela...

– Debrah... Ela era uma baronesa assim como você. Diferença é que ela é amada por todos no norte, inclusive o rei que a adotou. Se você tivesse agido corretamente, se tivesse abandonado sua ganância e tentando enxergar além de si mesma poderia estar onde ela está agora. O rei estava desesperado para que eu tivesse herdeiros, se você tivesse esperado um pouco mais... - Apoiou a mão na testa. - Não importa agora. Mesmo que eu goste de você, isso que aconteceu passou de absolutamente todos os limites.

– Me perdoe dessa vez, você é a entidade maior, sei que pode me perdoar. Ninguém precisa saber o que houve, jamais iria te ferir, só queria você para mim, como sempre fomos. Quanto eu te amo. Não vivo sem você. Por favor, por favor me perdoe, serei obediente, nem que seja para ser sua serva. - Chorava desesperada se ajoelhando. - Eu te amo.

– Não posso. Você me drogou, isso é um atentado contra o império. - Suspirou se abaixando. - Por mais que eu goste de você, precisa entender que passou dos limites.

Selene descia as escadas escutando as palavras que ecoavam da conversa dos dois ali.

– Eu entendo, então me perdoe. Quando você saiu do mosteiro, eu o amei, dei brilho aos seus olhos apagados pelo abuso da igreja no seu treinamento para ser rei. Quando rei e a rainha te abandonaram na solidão, eu o abracei. Eu mereço uma segunda chance. - Chorava copiosamente. - Você não diz que me ama mais... Você realmente não vai me perdoar.

– Como eu poderia amar você depois do que fez contra minha vontade? - Franziu o cenho olhando nos olhos dela.

– Foi o desespero, eu dormi a vida toda com homens contra a minha vontade, sendo empurrada e forçada, você foi o único que me amou, me tratou como ser humano. Mesmo assim nunca me viu como rainha, me jogou na mão daquele velho imundo e nojento para ser baronesa. - Chorava desesperada, enfiava a mão para fora da grade agarrando a capa dele.

– Você disse que queria um título, sabia que só pessoas que lutaram pelo império ou quem se casou com um nobre tem esse direito. Você aceito que ele fosse velho, por causa da sua ganância de ansiar pela morte dele. VOCÊ disse que toleraria os toques repulsivos dele. Quando te ofereci um marido jovem, você recusou. Se lembra? - Olhou nos olhos dela.

– Não podia correr o risco de perder você ficando com um marido que me proibisse de te ver... - Chorava puxando a capa dele.

– Você deveria ter se apaixonado por outro homem. Deveria ter ido para longe com ele, vivido uma vida, tido filhos. Por que insistir em mim? Seu desejo de demonstrar a todos seu valor é tão grande assim? - Olhava com tristeza para ela.

– Não é isso... Só te amo. - Olhava com tristeza para ele. Soltando a capa.

– Se me amasse teria me ouvido. Você nunca me ouviu, sempre ouviu só sua ganância. Eu realmente amei você, pensei em você como minha esposa. - Se ergueu apoiando as mãos nos joelhos. - Você nunca poderia ser uma rainha sendo tão gananciosa, vingativa e sem classe a ponto de drogar alguém. Por isso, Selene é a perfeita. Isso não é sobre você ter sido uma concubina. É sobre sua incapacidade de pensar em outras pessoas... Por isso, sei que nunca me amou. Dói admitir que te amei em vão por anos... Quando você só queria título alto e dinheiro.

Debrah apoiava a testa no chão se afundando em lágrimas.

– Você vai ser julgada pela população. Me desculpe, mas essa é a única solução. - Suspirou a olhando. - Pedirei que melhorem suas acomodações com base em nossos anos de amor.

A princesa agarrou o vestido e saiu correndo das masmorras depois de ouvir tudo aquilo, era coisa de sobra para pensar. Se apoiou em uma das árvores ali próxima.