"Parabéns a mais nova princesa herdeira do ocidente.
Ficamos todos muito animados com a descoberta da consumação do casamento. Reconhecemos seus esforços e agora ansiamos pelo herdeiro que virá.
Também gostaríamos de saber como estão as coisas pelo ocidente, alguma novidade? Algo que seus conterrâneos devessem saber? Não esqueça de escrever para esse pobre rei que lhe valoriza como uma filha.
Assinado o sol do império norte."
Fechou a carta e assoprou a franja. O rei agora estava atuando como se fosse um dos pais dela, além de uma forma discreta de pedir para espionar o ocidente. Esse claramente era o plano dele desde o começo.
Selene respirou fundo e dobrou a carta a colocando no decote. Se livraria daquilo, antes que algum dos funcionários do ducado visse e deduzissem que ela era uma espiã nortenha.
– Já tenho problemas demais. Responderei qualquer coisa quando for para meus aposentos. - Abanou a mão para a dama que imediatamente saiu.
A arquiduquesa se ergueu, segurando o vestido e seguiu para dentro do castelo sozinha. Ela preferia ficar sozinha do que rodeada de damas.
Um homem de aparência exótica caminhava com os braços para trás. Ainda usava perucas brancas da antiga nobreza cacheadas, tinha um olhar sagaz e afiado.
– Receio que seja a nova arquiduquesa de Veilmont. - Se inclinou apoiando a mão no peito. - Jean-Jacques Rousseau
– Oh! Você é o escritor de "O contrato social". - A de cabelos platinados apoiou a mão na bochecha. - Tenho muito o que gostaria de lhe dizer sobre suas obras, mas receio que não veio aqui com intuito de debater sociologia e filosofia não é?
– Infelizmente não por enquanto vossa gra... Alteza. - Continuava com a mão no peito, mas com uma expressão mais gentil.
– Mas me diga... O que traz um homem do noroeste a essas terras? - Cruzava os braços.
– Uma reunião com o Arquiduque... Príncipe herdeiro agora. - Colocou as mãos para trás.
– Oh! Eu não sabia, não gostaria que se atrasasse. Se houver problemas diga ao arquiduque que deve me questionar. - Abriu passagem para o escritor.
– Agradeço princesa herdeira. - Se inclinou respeitosamente.
– Se quer minha sútil opinião... O contrato social morreu a partir do momento que o poder do capital foi inserido na sociedade. - Dizia ao ver ele passando.
Rousseau parou por alguns segundos ao ouvir aquela frase, como se tivesse sido eletrocutado por aquelas palavras.
– Muitos de seus pensamentos são gentis, por isso gosto da sua perspectiva otimista. - Acenou caminhando. - Pena que o ser humano é facilmente corrompido e tentado.
O escritor e filósofo olhou para as costas femininas que se afastavam.
(♡ω♡ ) ~♪
A hora do jantar havia chegado, por algum motivo questionável, Selene se encontrava ansiosa e animada para isso.
Entrou na sala cheia de energia, adorava a companhia dele por algum motivo que nem ela mesma era capaz de entender.
– Boa noite lua do império. - Se inclinou de forma respeitosa.
– Já disse que não há necessidade disso. - Puxou a cadeira ao lado dele. - Venha se sentar.
– Agradeço. - Se sentou e a cadeira foi empurrada por ele.
O arquiduque se sentou, a comida imediatamente foi servida e o vinho posto.
– Todos se retirem. - O de cabelos vermelhos disse, apoiando os cotovelos na mesa.
Todos os servos se inclinaram e saíram.
– Selene, temos muito o que conversar. Você quer começar? - Olhou nos olhos azuis.
– Sim... Quero saber por qual razão sou sua alteza agora e não vossa graça como antes da "consumação"? - Cortava a carne com tranquilidade.
– Uma das condições para eu herdar o trono era me casar. Eu ganhei o ducado quando me recusei a casar... Mas como sou o único herdeiro do trono legítimo, o rei insistiu em um casamento. Por isso enviou várias mulheres para cá e recusei todas. - Disse também cortando sua carne.
Pensou em perguntar se era pelo fato de gostar dos homens e não das mulheres, mas manteve sua boca fechada.
– É pela linhagem que ele insistia em um casamento? - Olhou nos olhos cinza.
– Sim... Sobre isso. Um dos pontos mais importantes do nosso "casamento". - Entrelaçou os dedos, apoiando os cotovelos na mesa.
O coração dela repentinamente disparou, apoiou a mão no tórax temendo que ele escutasse as batidas desenfreadas.
– De agora em diante, vão atormentar você bastante por não termos um herdeiro. Vamos dizer que estamos aproveitando nosso casamento, já que nos apaixonamos no momento que nós conhecemos na cozinha. Vamos usar a forma como nos conhecemos para romantizar tudo isso. Uma vez no mês vamos dividir o quarto como fizemos no outro dia, para parecer que nos amamos... Se for conveniente para você. - Olhou nos brilhantes olhos azuis.
– Ótimo... Concordo. - Assentiu. - Mas uma hora esse herdeiro terá que vir...
– Sim. - Cruzou os braços e apoiou uma das mãos no queixo. - Vamos esperar até quando se tornar inevitável.
– Entendo. - Apoiou as mãos nas coxas.
– Bom, quanto a alta sociedade... Já deve imaginar que não será fácil. Por isso quero te propor o seguinte. Eu estou completamente disposto a te apoiar incondicionalmente. Com duas condições. - Ergueu dois dedos olhando para ela.
– Pode dizer. - Assentiu, apertando o vestido.
– Fique sempre ao meu lado de forma incondicional também e saiba seu lugar. Estou dizer que não quero ver você abaixar a cabeça para ninguém. Não existe nenhuma mulher nesse continente mais forte e nobre que você. Todos estão abaixo de você, menos o rei. TODOS. Não quero que aconteça como aconteceu com as damas, do mordomo ter que resolver. Você tem todo poder e ouro possível em suas mãos. Governe! - Bateu o indicador na mesa.
– São palavras duras, mas entendo o que diz. Mas se eu usar isso para algo ruim? Ainda me apoiará? - Olhou nos olhos dele.
– Sim. Incondicionalmente. Se decidir invadir o norte e dar de presente para seus pais, eu vou te apoiar. Em troca vai precisar me apoiar, mesmo que eu queira invadir o sul e dar para um nobre qualquer. - Cruzou os braços com sorriso vitorioso.
– Justo. - Assentiu e também cruzou os braços.
– Ótimo. Quer passear depois do jantar e terminar de conversar? - Olhou nos olhos azuis sorrindo.
– Eu adoraria. - Sorriu de forma gentil.
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Atualizado até capítulo 122
Comments
Aline Linno
Vai ser morta por traição foi achar ótimo devia contar a situação dela pro rei!
E outra não deveria ter mentido falando que aceitou casar pelos pais e sim pra ser espiã safada! Ela não merece o Amor dele já começo errado!
2024-03-31
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Berenice De Souza
já está na hora deles terem a primeira vez.
2024-03-24
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Margarete Dutra
Autora essa história está ficando cada vez melhor 👏👏👏
2024-03-06
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