Capítulo 14

– O que faz aqui princesa? - O príncipe herdeiro ergueu as sobrancelhas ao ver a esposa parada ali.

Selene bateu as mãos no vestido e ergueu a cabeça. - Estava te procurando.

– O que houve? - Parou diante dela.

– Soube que planeja julgar a baronesa no público. Gostaria que reconsiderasse. - Juntava as mãos diante do corpo.

– Por qual razão? - Ergueu uma das sobrancelhas.

– Como governante, sempre vão esperar uma fraqueza de você. Seja fisicamente, psicologicamente ou de imposição. Então acho que se contar ao público e aos nobres que uma simples amante foi capaz de te drogar, verão você como um alvo fácil para ser derrubado. Então prefiro que mantenha sua visão de um tirano que tinha quando cheguei do que faça esse julgamento público. - Olhou nos olhos cinzas.

– Bom, como sempre temos visões opostas. Eu já acho que demonstra fraqueza fará com que os comuns me vejam como um humano como ele e terão empatia por mim, assim fortalecendo meu poder com a classe mais baixa. - Apoiou a mão no queixo, olhando de canto de olho para ela.

– Pode funcionar com a plebe, mas e os nobres que discordam de você? Boatos no norte de que você é um tirano são muito intensos. Por isso o norte teme muito o seu governo... Falando no norte, recebi uma carta, anseiam para que eu mande "notícias" do seu reinado. Por isso não acho que é o melhor momento para expor uma fraqueza. - Olhava nos olhos dele.

– Eles querem que me espione? - Ergueu as sobrancelhas surpreso.

– Sim, eu obviamente não respondi tal carta. O rei do norte não pode ser considerado amigável... Meus pais e eu sofremos muito pelo meu regimento dele. Por isso não quero ajudar ele com absolutamente nada. Nosso trato se limita a eu dar um herdeiro com sangue do norte e do ocidente. - Balançou a cabeça, cruzando os braços. - Não vou espionar meu marido e ajudar a derrubar um reino do qual pertenço.

– Esse é o seu trato com o rei do norte? Um herdeiro? - Olhou nos olhos dela.

– Me perdoe, acho que nunca falei sobre isso com você. De qualquer forma já consumamos o casamento, isso já vai acalmar os nervos do rei. - Apoiou a mão na bochecha. - A questão é que estou preocupada pela sua impulsividade. Deve falar comigo também, para um equilíbrio é bom ter outro ponto e caramba eu sou sua futura rainha.

– Me desculpe, era algo que queria resolver sozinho já que era minha amante e você teve que arcar com esse peso na consciência. Deve saber dos boatos. - Disse, enquanto os dois começavam a caminhar.

– Sim... Eu estou disposta a carregar esse fardo. Espero que não tenha outras tão gananciosas como essa... - Dizia o olhando do canto dos olhos, enquanto caminhavam.

– Não, gananciosa nenhuma. Só tenho mais uma amante e não acho que vou manter uma relação. Isso foi bem traumático. - Sorriu sutilmente para a esposa.

– É melhor assim. - Pensou e imediatamente, mordeu a pontinha do polegar.

O ruivo ergueu uma das sobrancelhas olhando para ela. - Vai se machucar assim, você faz isso quando está nervosa?

A de cabelos platinados ergueu as sobrancelhas olhando para o dedo. - Sim, é um hábito.

– O que te deixou nervosa? - Olhou nos olhos azuis, ainda caminhando.

– Nada, só estou pensativa... Na verdade quero... Quero me desculpar. - Suspirava o olhando.

– Pelo o quê? - Parou a olhando.

– Pelo beijo... Pelo que nós fizemos. - Ficou diante dele. - Sinto que me aproveitei de você drogado, peço desculpas.

– Não é verdade. Eu quis, eu pedi. E sinceramente eu te beijaria todos os dias. - Sorriu e voltou a caminhar a deixando para trás.

– Tem certeza? Ou foi o efeito da droga que fez você sentir algo diferente? - Segurou o vestido correndo atrás dele.

– Acha que eu gosto de homens e fantasiei com você sendo um? - Ergueu uma das sobrancelhas com um sorriso maldoso.

– E não foi isso? - Ergueu as sobrancelhas olhando para ele.

– Eu gosto de mulheres muito mais do que gosto de homens. Eu fiquei com alguns caras na guerra, mas isso não significa que não gosto de mulheres. Pelo contrário, eu gosto muito mesmo de mulheres. - Sorriu, piscando para ela, apoiou as mãos na nuca.

– Maldito! Por que não me disse? - Olhou nos olhos dele.

O ruivo gargalhava se apoiando nos joelhos. - Achei que ia se sentir desconfortável dormindo com um homem que gosta das mulheres na sua cama. Mas tenho que dizer, suas expressões quando tinha alguma relação com isso eram hilárias.

– Você é um monstro. - Ela apoiou as mãos no rosto. - Eu te odeio absurdamente.

O príncipe herdeiro gargalhava muito apoiando as mãos nos joelhos. - Vou passar mal.

– Já que está se divertindo tanto com isso, já que gosta de mulheres e conseguiria me tolerar na sua cama, não está na hora de então começarmos a trabalhar para ter um herdeiro? - Cruzou os braços olhando para ele, com um sorriso maldoso.

Castiel ergueu as sobrancelhas e se ergueu, apoiou a mão no queixo, olhando nos olhos. - Justo. Uma vez por mês?

Selene ergueu as sobrancelhas perplexa, podia jurar que ele iria recusar. Ficou alguns bons minutos em silêncio.

– Selene, foi você quem sugeriu que cara corada é essa? - Ria, apertando as bochechas da esposa.

Ela empurrou as mãos dele, escondendo o rosto com as mãos. - Não sou uma libertina, não achei que aceitaria.

– Onde que você seria uma libertina? - Apoiou as mãos nos ombros dela. - Quem disse isso?

– Sua amante. E... Eu quero muito fazer um bebê. - Inflou as bochechas olhando nos olhos dele.

– Primeiro de tudo, esqueça minha amante. Segundo... Vamos tentar fazer um bebê uma vez por mês, ok? Darei o meu melhor. - Apoiou as mãos no rosto dela.

– Sim, obrigada. - Apoiava a mão sobre a deles. - Vai fazer como fez drogado? Se for de outra forma não quero.

O ruivo inflou as bochechas e caiu na gargalhada outra vez. - Você quer que eu me drogue para dormir com você?

– Não! Não é isso. - Segurava nos pulsos dele.

– Vou fazer mais gostoso, juro. - Beijou a testa dela rindo. - Você é totalmente imprevisível. Hoje a noite, me espere no quarto compartilhado.

– Sim... - Olhava nos olhos dele.

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