| Prefere Morrer A Ter Que Conviver Comigo?

Hüseyin: Entro em casa exausto mentalmente, estão todos na sala e direcionam os olhares para mim. Subo em silêncio para o meu quarto, não estou a fim de conversar com ninguém.

Ayla: Can tenta me impedir de ir atrás do Hüseyin e não permito. Tenho uma conversa pendente com ele.

Hüseyin...

Hüseyin: Agora não Ayla!

Ayla: Hüseyin!

Hüseyin: AGORA NÃO!

Ayla: Hüseyin grita e me assusto. Dou uns passos para trás a bato as costas num móvel de canto. Deixo um gemido de dor escapar.

Hüseyin: Ayla, se machucou?

Ayla: Estou bem Hüseyin.

Os olhos do Hüseyin vão direto para o meu pulso. Ele o segurou com força, para que não caísse e a marca da mão dele está evidente. Cubro o pulso com a outra mão vendo a expressão assustada dele.

Hüseyin: Prefere morrer a ter que conviver comigo?

Ayla: Não tornou os meus dias fáceis, mas foi uma decisão que tomei sem pensar. Não quero morrer, estava desesperada!

Hüseyin: Ayla fala me olhando nos olhos, pela primeira vez encaro era com atenção, posso ver a dor e a tristeza enfeitando a sua face. Não seria á primeira a preferir a morte.

Ayla: Quero trabalhar Hüseyin!

Hüseyin: Não irei interferir na sua vida! Só peço que vá com o motorista e um segurança ao restaurante.

Ayla: Estava pronta para brigar e o Hüseyin usa a palavra "peço" em uma frase, onde ele disse que não vai interferir na minha vida.

Posso ir com o motorista e o segurança.

Hüseyin: Marquei uma equipe de saúde mental para você!

Ayla: O que?

Hüseyin: Tentou se matar Ayla. Não importa o quanto a vida fique difícil, ainda é uma tentativa de suicídio! Precisa de ajuda.

Ayla: Eu...

Hüseyin: Pode sair quando quiser, trabalhar e fazer o que quiser, não vou interferir! Mas, a psicóloga vai consultar!

Ayla: Porque?

Hüseyin: Vi de perto que a depressão pode fazer com uma pessoa!

Ayla: Por isso estava tão desesperado ontem?

Hüseyin: Não sei do que está falando.

Ayla: Não quer conversar?

Hüseyin: Entro no banheiro em silêncio e bato a porta para ver se a Ayla entendo o recado.

Ayla: Me sento na cama frustrada, imaginei que iríamos conversar e resolver as pendências, mas não. Desço e aviso ao Can que o Hüseiyn está do jeito de sempre, não sei se isso é bom. Subo e entro no banho assim que o Hüseiyn sai. Banho para relaxar o corpo, um banho quente e demorado. Visto um pijama leve e saio do banheiro renovada. Hüseyin está deitado com os olhos fechados, não sei se está dormindo, me deito com cuidado para não acorda-lo. Fico de frente para ele tentando entender a sua expressão de pavor. Can disse que ele não teve uma infância fácil, mas não entendo o que significa. Me lembro do Mustafá falar que cometeu muito erros, agora me pergunto, o que aconteceu?

Hüseyin: Ayla deita tentando não fazer barulho. Não abro os olhos, não estou afim conversar. Tento dormir, mas não consigo. Abro os olhos e noto que ela dormiu. Não entendo porque me preocupei com ela a pouco, quando bateu as costas. Tudo que eu sei, é que ela me irrita muito! Penso na voz embargada dela e na expressão de mágoa quando a beijei. Ela não parecia ter experiência, mas não faz sentido algum. Me irrito por pensar nela, as horas passam e a Ayla começa a se mexer. Saio do quarto antes que ela acorde.

Can: Hüseyin...

Saio do quarto e encontro o Hüseyin na escada.

Hüseyin: Can não estou a fim de conversar, preciso trabalhar!

Can: Só me diz se está realmente bem.

Hüseyin: Estava!

Can: Os olhos do Hüseyin escurecem e me viro de costas para direção que ele está olhando. Vejo a Samia entrar na mansão e entro na frente do Hüseyin.

Sabia que ela viria?

Hüseyin: Claro que não!

(Samia, mãe do Hüseyin)

Samia: Querido peça alguém para me ajudar!

Hüseyin: Não precisa de ajuda, já está de saída Samia!

Samia: Hüseiyn fala e caminha na direção do que parece ser um escritório.

Querido acabo de chegar no Brasil, estou cansada e preciso dormir. Fiz alguns procedimentos essa semana e ainda não descansei a pele.

Hüseyin: Vá para um hotel!

Ayla: Acordo e saio do quarto para comer algo. Escuto vozes alteradas e vejo o Hüseyin aparentemente bufando para uma mulher que nunca vi.

Samia: Querido seria um escândalo, somos família.

Hüseyin: Quer dizer mãe e filho?

Samia: Mera formalidade querido, sabe que me sinto velha com esse termo. Quem é a coisinha?

Ayla: A mulher me olha de cima a baixo com nojo.

Coisinha? Está na minha casa, então sugiro que tenha mais respeito!

Hüseyin: Ayla e a sua língua afiada, que não poderia vir em hora melhor.

Samia: Sua casa? Por acaso é uma das amantes do meu ex-marido?

Aceitou ela debaixo do seu teto Hüseyin?

Can: Samia, essa é a Ayla, ela é esposa do Hüseyin.

Samia: Impossível! Vi a sua esposa nos jornais Hüseyin.

Encaro a pequena mulher a minha frente, sem acreditar que Hüseyin se casou com isso. Ontem ela estava tão elegante, que nem parece ela.

Hüseyin: Samia, já pode ir embora!

Samia: Querido preciso ficar pelo menos essa noite, não conheço nada aqui.

Hüseyin: Tem até amanhã pela manhã para achar um lugar para ficar!

Samia: Peça aos nossos contatos para achar uma mansão para mim. Nada pequeno ou simples.

Ayla: A mãe do Hüseyin é horrível, uma mulher que exala prepotência e arrogância. Saio em silêncio da sala na direção da cozinha, não faço questão de fazer sala para essa mulher!

Hüseyin: Peço a um dos empregados para ajudar a Samia a se instalar e vou até o escritório respirar longe dela.

Can: Hüseyin entra no escritório e fecha porta. Vou até a cozinha atrás da Ayla.

Ayla, mantenha distância da Samia.

Ayla: Porquê?

Can: Samia não se importa com ninguém além dela mesma. Melhorou nos últimos anos, mas ainda não confio nela!

Ayla: O que aconteceu com o Hüseyin na infância Can?

Can: Não é a minha história, não tenho direito de contar. Mas, te afirmou que tudo ficará difícil com a Samia por perto!

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