| Vou Aceitar O Casamento Por Contrato

Ayla: Me recomponho como dá e desço as escadas.

Can, vou aceitar o casamento por contrato.

Can: Como está Ayla?

Ayla: Não estou bem, mas vou ficar!

Hüseyin: Entro na sala encaro a Ayla.

Um ano, apenas para que não fique com nada que me pertence!

Ayla: Só espero que esse ano passe rápido!

Hüseyin: Ignoro a Ayla e espero o Can terminar o contrato. A Ayla leva ele até o escritório para imprimir o contrato. As cláusulas são absurdas, temos que tornar o nosso relacionamento publico e comparecer e eventos da empresa juntos. Para o mundo seremos um casal e teremos que dormir no mesmo quarto.

Ayla: Aonde o Mustafa foi enterrado?

Can: Aqui.

Ayla: No Brasil?

Can: Aqui mesmo no Rio de Janeiro, era o último desejo dele. Foi ontem o enterro, desculpa Ayla, Hüseyin decidiu tudo, ele não foi ao enterro e só cheguei hoje da Turquia.

Ayla: Meu Deus como esse homem é cruel. Era o último adeus, ele era como um pai para mim!

Can: Posso te passar o local certinho que ele foi enterrado. Sinto muito, de verdade!

Ayla: Obrigada Can, quanto a ficar é uma opção sua. Não tenho medo do Hüseyin, não se preocupe comigo.

Can: Tenho medo por ele e não dele. É um homem que nunca se permitiu conhecer nada de bom, pode achar que ele é cruel com as pessoas, mas cruel de verdade, ele é com ele mesmo!

Ayla: Os meus horários são diferentes, nos veremos pouco nesse ano. Só quero acabar com isso.

Can: Entendo, finalizei Ayla. Já podem assinar.

Sigo com a Ayla até a sala, ela e o Hüseyin assinam o contrato de casamento. Ayla reuni todos os funcionários na sala.

Ayla: Esse é o Hüseyin, ele é filho do Mustafá e estamos casados. Podem voltar as atividades de vocês, obrigada pela atenção.

Apresento o Hüseyin e no momento que falo a palavra "casados" a boca da Tércia abre em um grande o.

Tércia: Ayla, essa é a Elivania, é a nova funcionária.

(Elivania, 26 anos)

Elivania: Bom dia senhora Ayla.

Ayla: Bom dia, seja bem vinda Elivania. Se tiver qualquer dúvida pode perguntar a Tércia, mas se precisar de algo é só me chamar. Licença.

Hüseyin: Subo atrás da Ayla, e noto ela bufando de raiva, assim que nota que estou atrás dela.

Aonde fica o quarto principal?

Ayla: É o quarto do Mustafá, preciso de uns dias para esvaziar ele.

Hüseyin: Vou mandar esvaziar agora, preciso descansar!

Ayla: Vá descansar no quarto de hóspedes, não irei retirar as coisas dele de qualquer jeito.

Hüseyin: Você vai tirar agora ou mesmo farei. Saiba que não vou hesitar em jogar tudo no lixo!

Ayla: Estou esgotada emocionalmente, me controlo ao maximo para não perder o controle outra vez. Passo pelo Hüseyin em silêncio, dando a ele apenas o que merece, o meu despreso. Entro no quarto do Mustafá e sinto os meus olhos arderem. O cheiro dele está aqui, lágrimas rolam pelo meu rosto sem que consiga controlar. Pego o meu celular e ligo para o Mustafá, escuto a voz dele e me lembro do dia que ajudei ele a criar essa me mensagem de voz. Ele gravou várias e várias vezes, odiava tecnologia.

Pai, que saudades. Preciso esvaziar o seu quarto e não sei por onde começar.

Elivania: Posso entrar senhora Ayla.

Ayla me deixa entrar e seca as lágrimas.

Ayla: Está tudo bem?

Elivania: Vim te ajudar senhora Ayla. A Tércia me falou sobre o seu pai, sinto muito.

Ayla: Obrigada Elivania. Pode trazer algumas caixas? Preciso separar as coisas dele.

Elivania: Claro. Posso te dar um abraço?

Ayla assente com a cabeça, sinto que ela precisava desse abraço. Ela se afasta e me agradece com um pequeno sorriso forçado.

Ayla: Elivania sai e começo a organizar. As coisas pessoais e as de valor, como acessórios, guardo no cofre, talvez um dia o Hüseyin queira algo. As roupas e sapatos descido doar. Guardo o perfume dele, não quero esquecer o seu cheiro. Foi muito doloroso separar as coisas dele, talvez sem a Elivania não teria conseguido.

Obrigada Elivania, de coração, não vou esquecer o que fez por mim hoje.

Elivania: Pode me chamar de Eli, senhora Ayla. Não fiz nada de mais.

Ayla: Pode me chamar de Ayla, Eli. Sem a sua ajuda não teria conseguido.

Elivania: Por nada. Aceita um chá?

Ayla: Nada desce agora, preciso sair, mas na volta tento comer algo.

Peço a Elivania para trazer as minhas coisas para o quarto do Mustafá, me troco, pego o endereço com o Can e sigo até o cemitério. Levo um tempo para achar o túmulo do Mustafá. Pelo menos fizeram algo digno dele, me agacho e passo a mão pela lápide dele.

Sinto a sua falta, falta da sua voz, do seu colo, sinto saudades da sua risada. Serei forte por você pai, darei o meu melhor e vai se orgulhar de mim.

Na mansão...

Hüseyin: Pode ir Can.

Can: Ayla me deixou ficar, não conheço nada aqui Hüseyin.

Hüseyin: Fique até achar um lugar para morar!

Subo até o quarto que era do Mustafá, faço algumas ligações e logo chega uma equipe na mansão para trocar a mobília do quarto e a decoração. Jamais me deitaria nessa cama nojenta!

Elivania: O ser asqueroso do Hüseyin está redecorando o quarto do Mustafá sem pedir autorização da Ayla.

Tércia: Essa menina não merecia mais sofrimento nesse vida. Esse homem é a treva!

Elivania: O que Ayla gosta de comer? Ela não comeu e seria bom ter algo que ela goste quando chegar.

Tércia: Ela mesma toma conta da horta e da cozinha.

Hüseyin: Horta? Então, além de ser uma prostituta, era empregada do Mustafá. Interessante.

O que são aqueles trapos que estão colocando no meu quarto.

Elivania: Levo um susto quando a voz grossa do Hüseyin ecoa pela cozinha. Quanto mais eu oro mais praga aparece.

Estou terminando de ajeitar tudo no closet senhor Hüseyin, são as roupas da senhora Ayla.

Hüseyin: Subo novamente sem responder à empregada. Encaro o closet, não tem nada de valor, nem roupas, nem sapatos, bolsas ou se quer uma joia. Que tipo de relação esses dois tinham, que o Mustafá se quer a vestiu decentemente? Como vou andar por aí e apresentar isso como a minha esposa publicamente? É pior do que imaginei!

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