Annabelle Bieber POV's.
Washington D.C.
Esquivo-me, não permitindo receber o abraço.
— Sou eu Annabelle, Mabel? Consegue se lembrar de mim?
Dá alguns passos para minha frente, olho apreensiva para o homem que a acompanha. Por mais que seus olhos azuis estão apaziguadores, não posso arriscar.
— Não sei quem é você.
— Seu nome é Annabelle.— informa. No entanto, mantenho uma aparência confusa. — Você é a minha irmã.
— Irmã?— sussurro baixinho.
Tento repassar que não lembro de nada, embora os olhos atentos do tal Dmitry é analisador. Jamais posso cometer o deslize de deixar na cara que estou fingindo.
— A mãe e o pai ficarão tão feliz em te ver.— sai me puxando.
Mabel está tão contente, é surreal vê-la me tratando com gentileza. Há vestígios de palidez em sua face, como se tivesse até mesmo enferma. Gostaria de questiono-lá, mas a presença do indivíduo que tentou me matar naquela floresta, é uma tortura. Porque ele fica me encarando o tempo todo, desconfiado.
— Eu não vou pra lugar nenhum!
A paro no meio do corredor da delegacia, agindo agressivamente, como se a falta de memória me fizesse ter medo.
— Annabelle estou te levando para casa.
— Eu não tenho casa, eu não tenho ninguém.
(….)
POV’s Mabel Bieber.
Annabelle parece tão perturbada. Oh meu Deus, como a mostrarei nessas condições? Saio do pensamento ouvindo a voz masculina percorrer.
— Não acha melhor levarmos ela para um hospital?— Dmitry sugere, vendo às condições de como a loira se encontra. — Ela não parece nada bem.
— Eu sei.— mordo o meu lábio inferior, avistando-a sentada, com as pernas encolhidas.— Porém, não posso interna-lá, sem autorização dos meus pais. Estarei agindo igual a Nameless.
— Você acha que o meu irmão foi capaz de fazer isso com ela?
— Quem mais faria? Tá na cara que Nameless a deixou mentalmente fodida da cabeça. Annabelle não é assim.—a observo, o seu comportamento é de uma pessoa insana.
— Ela precisa passar por uma consulta. Precisamos saber o que ela tem.
— Da minha irmã cuido eu, Dmitry. Agora se me der licença, irei levá-la para casa.
— Posso ir junto?
— Não.— o barro.— Quanto menos gente perto dela, melhor. Se ela confiar em mim, será mais fácil de falar. Já trabalhei com casos assim, quando a vítima prefere confiar numa só pessoa.
— Ok.
Fica para trás e sigo adiante, indo a chamar. Sinto pena em está o dispensando. Venho me apegando bastante a Dmitry, ele tem se mostrado ser diferente daquele bad boy que eu imaginava. Ele está muito mudado. Nesse um ano amadureceu bastante e está comigo em todos os momentos.
— Vamos, Annabelle.— estendo a mão a chamando.— Não tenha medo. — lhe repasso confiança. E para a minha surpresa, ela assente, pegando na minha mão.
A levo até o meu carro, ajudando-a, com o braço envolvido em seu corpo. Destravo o veículo, abrindo a porta do banco passageiro.
—Não toque!— bem assustada, me impede de colocar a mão em sua barriga, quando vou ajudá-la sentar.
— Me desculpe.
Fecho a porta, indo pro outro lado.
Mas antes me despeço de Dmitry.
— Eu já estou indo, baby. — o abraço, lhe dando um selinho.
Logo o selinho se aprofunda para um beijo molhado. Ele ama me beijar envolvendo a língua, sempre querendo sentir o gosto dos meus lábios. Quando terminamos o beijo, olha-me por vários segundos. Ergo o cenho confusa, sem entender o porquê de está me olhando dessa maneira.
— Você é a mulher mais incrível que já passou pela minha vida.— acaricia a minha bochecha. Seu toque suave, me faz fechar os olhos.— Mas infelizmente eu não te mereço.
Abro as pálpebras ao escutar aquilo. Fico séria, analisando-o.
— Para de falar besteira, Dmitry.— rapidamente o repreendo.— Se for por conta de Nameless. Tudo que falo e digo, não deve ser levado em consideração. Eu o odeio, e eu odeio mais ainda por ter feito isso com Annabelle.
— E se não tiver sido ele?
— É lógico que foi ele! Quem mais teria motivos para sumir com ela?
— Eu, por exemplo.— declara.
— Não vem com essa conversinha fiada, Dmitry. Você está querendo tirar a culpa daquele pilantra. Mas tudo que ele fez a Annabelle, ele vai engolir na mesma moeda. — ameaço me vingar.
— Mabel, me escute.— se aproxima, colocando as mãos nos meus ombros.— Eu cometi um erro grave. Não sei se você será capaz de me perdoar, mas eu me envergonho muito do que eu fiz.
A buzina apita. Olho em direção ao carro, Annabelle que está apertando. Talvez esteja sufocada de esperar lá dentro.
— Eu tenho que ir.— aviso.— Depois conversamos.
Lhe deixo parado, entrando no veículo.
Alguma coisa está o incomodando, é claramente nítido.
(….)
POV’s Annabelle Bieber.
A Mabel está namorando o cara que me sequestrou. Ah meu Deus! Como ela pôde? Será que foi ela por trás de tudo aquilo? Seco as lágrimas, antes que note.
— Vamos. — fala, ligando o carro.
Encosto a minha cabeça no canto da janela, observando à vista. Não tenho nem estômago para encara-lá depois do que descobri. Eu estava disposta a contá-la que não havia perdido a memória, mas agora já nem sei mais. Porque se ela foi a mandante, irá querer se livrar de mim.
— Annabelle.— me chama e permaneço em silêncio. — Você pode não lembrar de mim, mas quero que saiba que estou muito feliz em te ver, irmã.— sua mão se coloca em cima da minha.
Encaro o gesto.
Como consegue ter a coragem de se dirigir a mim, depois de tudo?
— Cadê, Nameless? — o pergunto sobre ele, e é nessa hora que a mesma freia bruscamente o carro. — Eu quero o meu marido.
Ela tomba a cabeça para trás, tendo uma reação negativa.
— Você consegue lembrar dele, Annabelle?
— Claro que consigo. — a olho fixamente.— Eu quero vê-lo.— peço, acariciando a minha barriga.
A própria engole em seco, assentindo.
— Eu irei te levar até ele.— assegura, desviando o trajeto que leva a minha casa, indo em outro sentido.
(….)
POV’s Mabel Bieber.
Que caralho eu vou ter cara de dizer para Annabelle que agora ele está com Giulia?
Sigo em caminho ao hotel, onde aquele canalha está hospedado.
A mando esperar no carro, para que a decepção não seja maior.
Toco à campainha, só não toco demais para não acordar a bebê. A criança não tem culpa da sem-vergonhice dos pais.
— Quem é?
— A alma penada.— debocho, rindo.— Abre, Giulia.— mando e ela destranca a porta.
A primeira coisa que analiso é que está usando apenas um roupão. Pela cara, parece que não estava dormindo. Seus cabelos estão bem assanhados, a região do seu pescoço avermelhada. Com certeza estava transando com ele.
— Não repara na bagunça, Mabel.— murmura sem jeito, atrás de mim, quando adentro no ambiente.
As roupas estão no chão, tudo jogado. Ela é bem desorganizada.
— Onde está o Nameless?
— Na cama.
— Eu sei o caminho.— me viro, a impedindo de me seguir.
Vou até o cômodo vizinho, bato sem querer no berço da bebezinha. Fico olhando-a dormir, parece tão inocente e frágil. Se eu e ele tivéssemos ficado juntos, talvez essa bebê fosse minha.
Desperto do pensamento ruim, quando o vagabundo chega achar que sou Giulia.
— Já voltou?
— Levanta daí!
— O que significa isso, Mabel?— arregala os olhos assustado, quando acendo a luz.— Como você ousa invadir? Irei chamar os seguranças.
— Não perca o seu tempo.— o mando soltar o telefone. — Vim em paz.— ergo as mãos para cima, mostrando que não estou armada.
Ele está se cagando de medo, toda a arrogância é só na frente dos outros. Já quando não tem ninguém, Nameless é assim... um covarde.
— Annabelle está lá embaixo te esperando.
— Seja lá o que esteja tramando, eu não vou cair nessa sua armadilha.
Reviro os olhos, bufando baixinho.
— Acha que eu perderia o meu precioso tempo, em aparecer em plena madrugada para tentar te matar?
— Vindo de você eu espero qualquer coisa.
— Ah, Nameless! Fala sério? Acha que sou uma bandida impulsiva? Jamais! Eu sei onde estou me metendo. Te matar, é uma opção, mas não agora. Irei deixar para fazer isso quando eu virar a chefe da Organização.
— Vai esperar sentada, porque não vai acontecer. — ri, se sentindo bem seguro.
— Isso é o que vamos ver!— lhe afronto convicta.— Mas não me taquei até aqui, para falar sobre isso. Annabelle quer te ver.
Ele suspira bem fundo, visualmente nervoso.
— Não está mentindo, né?— seu tom receoso ecoa ao indagar, seus olhos estão hesitantes.
— Ela só lembra de você. — o informo, o vendo levantar a cabeça para cima:
— Como assim?
— Annabelle perdeu a memória e o único rosto que ela lembra é o seu.
(…..)
POV’s Giulia.
— A Anna está viva?
— Sim, Giulia.
— Isso é maravilhoso!— sorrio e a minha irmã me olha de relance.
— Você acha?— dá de ombros, com o ar de ironia. — Nameless está se perfumando todo para ir vê-la. Ele nem imagina a baita surpresa que vai ter.
— Como assim?— a interrogo, confusa.
— Não é da sua conta— me corta, fria.
— Até quando você irá me tratar assim, Mabel?— fico sentida com o seu desprezo.
—Até você criar vergonha na sua cara e parar de ser tão sonsa.— me critica.
Penso em rebatê-la, mas o rancor de como ela olha para mim e para a Dasha que se encontra em meus braços, acaba fazendo os meus olhos ficarem lacrimejados.
—Bora, Nameless! É pra hoje.— ela grita, impaciente.
— Já estou indo.
— Eu vou também.
— Você é muita cara de pau né, Giulia? Além de roubar o marido da nossa irmã, ainda quer se aproveitar que ela está sem memória para tirar proveito.
— Você não cansa nunca de me crucificar, Mabel?— a encaro abismada — Eu amo a Annabelle.
— Não parece. Tem até essa bebezinha linda do marido dela.— pega na mãozinha da Dasha, jogando na minha cara.
— Você é tão baixa, Mabel.
— Tô apenas jogando a realidade, é diferente. —solta o seu veneno, dando de ombros.
Nameless aparece, fico com o coração na mão.
(……)
POV’s Giulia Bieber.
Um pouco distante, eu preciso ver a Anna de qualquer jeito. Eu a espero sair do carro. E quando ela corre para reencontra-ló…
— Como assim, ela está grávida?— murmuro chocada, ao lado da Mabel.— Ela abortou o bebê. Eu vi. Não é possível!
— Essa era a surpresa, Giulinha.— escuto sua provocação.— Gostou?— sorri, os vendo se abraçar.
Annabelle o beija e Mabel olha para mim, querendo ver a minha reação.
Dói.
Uma lágrima escorre.
— Eu vou entrar.— dou às costas, mas sinto a mão segurar no meu braço.
— Vai fugir, Giulia?
— Me deixa em paz, Mabel!
— Não, não vou te deixar em paz.— suspiro bem fundo.— Annabelle está vindo para cá.— gesticula com o dedo.
Meu coração se acelera.
Quando ela se aproxima. Seus olhos miram para a Dasha. Escondo o rostinho da bebê, estando apreensiva.
— Porquê?— sua voz emite em lamento.— Como pôde fazer isso comigo?— seus olhos me encaram decepcionados.— Você me fez abortar o meu bebê. Para querer roubar a minha vida?
Inesperadamente, ela joga uma barriga falsa que usa, sobre os meus pés, deixando claro que não está grávida. Annabelle puxa Dasha dos meus braços, e por mais que eu queira impedir, eu a deixo segurar a minha bebê.
—Vocês duas acabaram com a minha vida.— nos olha, cheia de mágoa. — Mas não ficará assim. Eu não sou mais aquela Annabelle besta que será pisoteada novamente. Eu não vou deixar você tentar me matar de novo, Mabel.
— O quê? Do que está falando?
— Aquele seu namorado cavou uma cova rasa e quis me enterrar viva. Se eu não tivesse fugido e pulado dentro do bosque, eu estaria morta. Eu quase morri afogada. Mas eu fui salva. Fui salva pelo homem que passei a vida inteira achando que tinha abusado de mim.
— Que homem?
— O Will. Ele está vivo. — revela e Mabel não aguenta o baque da notícia e desmaia.
Ela passou a vida inteira o amando.
E agora descobre que nunca esteve louca.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Amanda
Hora da verdade
2025-02-11
0
XandeLili Cáffaro
Nossa qtas revelações
2023-09-09
3
Phillip Shakespeare
conte mais 👀
2023-08-31
1