POV’s Annabelle Bieber.
Segunda-feira 17:30 PM.
Washington.DC.
Sala de depoimento.
Irão reabrir o caso. As palavras da minha filha naquele tribunal, levantou séries suspeitas. A intenção dela foi dar o troco, já que está puta que a proibi de frequentar aquele clube de strippers.
Melissa é muito mimada, não aceita receber um não.
O que mais me dói, é o peso da acusação. Nem por um momento ela pensou nas consequências que isso causariam à mim. Fui convocada a comparecer no departamento policial para prestar esclarecimento. Por mais que o detetive não diga nada, apenas me escute; mas é claro que me olha com desconfiança, como se eu fosse uma suspeita em potencial.
— Qualquer novidade a respeito de quem matou a minha irmã, gostaria de ficar a par.— peço, sendo acompanhada até a porta.
— Pode ficar tranquila, agente. Agradeço pela colaboração. Não se preocupe, estamos fazendo o nosso trabalho e garanto que logo teremos resultados.
— Já faz 5 anos que a polícia diz a mesma coisa.— expresso o sentimento de injustiça — Quem perdeu a vida foi Giulia, nada que será feito a trará de volta. Quem a matou terá como punição viver anos na cadeia. Já ela, não. Nem o direito de escolha teve. Pois, sua vida foi arrancada, foi tirada de si. Ela foi brutalmente assassinada e até hoje esse caso não tem respostas. Minha irmã no final das contas, perdeu a vida.
As lágrimas escorrem quando deixo claro a indignação que muitos sofrem quando perdem os seus entes queridos e se sentem impotentes. É doloroso tocar no assunto, pois a ferida ainda não está totalmente cicatrizada.
Eu nunca vou me perdoar por ter deixado Giulia sozinha naquela noite.
Eu nunca vou me perdoar por ter escolhido Nameless, ao invés de protegê-la.
Eu nunca vou me perdoar de ter a encontrado morta.
— Ah, Anna, eu vim assim que soube.
Saio do devaneio, pela voz afobada que surge. Ela me checa, fazendo mil perguntas. Enquanto isso, observo o quanto o policial parece pensativo.
— Eu estou bem, Scarllet. — falo baixinho, fitando fixamente o rosto do homem à minha frente.
— Sinceramente, sua filha é muito sem noção! Como pode te acusar de ter matado Giulia, é um absurdo um negócio desses.— soa, indignada, tomando as minhas dores.
Ela pede para carregar a minha bolsa. A entrego e minha amiga começa a me puxar. E sem saber o que está me dando, olho para trás algumas vezes.
— O que você viu naquele policial, hein, Anna? Ficou afim dele?
— Quê? — me desperto, saindo do transe.— Não, nada a ver.
Nego de imediato.
— Você ficou tão focada olhando para ele.
—É porque eu percebi que ele ficou mexido com o caso da Giulia, talvez ele já tenha vivenciado algo parecido. É por isso que ele fará de tudo para achar o culpado.— conto, vendo minha amiga virar bruscamente para trás:
— Peraí, o caso da Giulia será reaberto?
Tem uma reação inusitada.
— Existe algum problema, Scarllet?
— Não, nenhum.—eu a observo.
— Tem certeza?
— Só acho que você já sofreu demais a procura de Mabel. Só não quero que você crie falsas esperanças, Anna. Talvez nunca encontrarão o suspeito que acabou com a vida de Giulia.
*************************
Departamento Policial.
Saída.
— Mãe, graças a Deus!
Ela corre para me abraçar, mas é difícil corresponder. Fico fria, que nem uma pedra de gelo, porque nunca pensei que passaria por algo assim vindo da parte dela. Uma surra ia doer menos, do que a decepção que sinto.
—Como você teve coragem de denunciar a sua mãe, sua patricinha malcriada?— a mulher ao meu lado, a repreende — Você deveria levar uns tabefes para tomar vergonha.
— Scarllet, você não pode falar assim com ela. — me intrometo.— Embora a Mel tenha errado, não dou o direito de ninguém levantar a voz para minha filha.
— Anna, não me leve a mal, mas se você continuar passando a mão na cabeça dessa pirralha, ela irá ferrar ainda mais contigo. Ela tem um gênio ruim. Você sabe muito bem de onde veio.
Nas entrelinhas joga o segredo que tanto escondo. Estremeço com aquilo, apavorada que Scarllet acabe revelando sem querer de quem Melissa é filha.
— Não sei o que você está insinuando. — a encaro tensa, com um olhar de desespero.
— Deixa essa escrota aí falando sozinha, tia.— Hope a ofende, esculachando-a na frente de todo mundo, sem medir as palavras. — Não dar bola não. Não sei porque você ainda é amiga dessa cretina. Ela ama se meter nas nossas vidas, como se fosse da família. Até parece que uma vadia dessa vai ser uma Bieber.
— Você não pode me ofender assim.— reage.
Nitidamente há em seus olhos alguns vestígios de lágrimas. Fico péssima que a minha sobrinha seja tão baixa ao ponto de humilhar outra pessoa. E principalmente aquela que criei um vínculo tão forte ao longo dos anos.
— Pobre do meu tio, coitado, como pode está interessado nessa vaca!
Belisco a Melissa, que dispara de propósito com sarcasmo. A mando calar a boca, por ver o estado de como a minha amiga fica.
— É o quê?— ela as fita espantadas. — Claro que não, eu o vejo como um irmão. Estão malucas?
A frase chateia o cascão, porque as garotas logo fazem questão de traduzir na língua dos sinais. Por ele ser mudo, não consegue compreender o que falamos totalmente por conta da sua deficiência.
— Scarllet, se acalma.
Eu a puxo, tirando de perto do restante, por os ânimos estarem alterados demais.
— Annabelle, você sabia disso?— questiona a mim, cética, pedindo uma explicação.
—Sabia, sabia por alto. — dou de ombros, um pouco sem jeito.— Ele nunca chegou a revelar de fato, mas eu e as garotas começamos a desconfiar. Acho que ele tem vergonha, né, Scarllet. Se sente diminuído. Você trabalha pro FBI, é muito bonita, já o meu irmão nunca terminou os estudos. É antissocial e vive trancado no quarto. Acho que por mais que ele se veja apaixonado, saberá que nunca terá uma chance.
Ela chora e piora mais ao me ouvir dizer isso.
Me aproximo, sentando ao seu lado no chão. Pego na sua mão, a minha amiga encara o carinho faço em seus dedos.
— Por que foi acontecer isso?— num tom desesperador, questiona.
— Ninguém escolhe com quem vai se apaixonar, Scarllet.
— Mas é incesto! Eu o vejo como o meu irmão. — faz a afirmação, bastante abalada.
— Eu entendo. Por mais que você conviva lá em casa, como parte da família, quem sabe um dia… você não possa enxerga-ló com outros olhos. É comum, melhores amigos se apaixonam.
— Mas não é comum irmãos se apaixonarem.
—Ok, não vou insistir. Não deveria está me metendo. Hope e Melissa têm o dom de perturbar o juízo dos outros. Elas fizeram aquilo para te constranger. Eu não sei mais o que fazer com essas garotas. Me desculpas?— reconheço o quanto a história a deixou mal.
Scarllet assente que sim com a cabeça e logo a abraço.
—Fica bem, tá.
— Você também. Por favor, tenta tirar essa história da cabeça do seu irmão, Anna.
— Certo, pode deixar.— a garanto, abrindo um sorriso fraco, enxugando as lágrimas que caem da sua face.— Não liga para os comentários da Hope e nem da Melissa não, tá bom?
— Bora se embora, mãe!— uma delas grita. Minha melhor amiga revira olhos, não aguentando nem ouvir a voz.
— Tenho que ir — me despeço.— Se cuida.— a conforto, alisando o seu braço, odiando ter que deixá-la sozinha.
— Ah, já ia esquecendo.—me para, retirando algo de dentro da bolsa.— Entrega para Laurel. Diz que eu mandei um beijo.
— Você mima demais aquela menina.— constato, segurando o tablet novo. — Ela vai amar, Laurel vive jogando aqueles joguinhos. Ela puxou Giulia, nesse quesito. — relato, rindo ao relembrar o quanto minha irmã era apegada com a tecnologia.
Desfaço o sorriso e fecho a cara, quando sou chamada mais uma vez por Melissa. Ela está aos gritos na frente do departamento policial.
Hoje ambas tiraram o dia para encher minha paciência.
(…)
Pizzaria.
19:30 PM-
— Não sei como você perde tempo com aquela chata da Scarllet, tia.
Suspiro fundo, ouvindo Hope implicar, enquanto corta o pedaço da pizza.
Cascão me olha chateado, tadinho. Como se quisesse saber o que tanto eu e minha melhor amiga conversamos.
— Ela é uma completa idiota.
— Não falem dela assim, considero Scarllet como irmã. — defendo-a. — Que fique bem claro, não dou o direito de vocês faltarem com respeito com ela.
Mel se irrita com a minha repreensão, jogando o garfo no prato.
— Mãe, você é muito otária! Será que não percebe as intenções daquela falsa?
— Sério, qual é o problema de vocês com a Scarllet?
— Ela existe. — minha sobrinha ri, ao completar a frase com deboche. — Você é muito ingênua em acreditar naquela safada, tia. Ela vive se jogando para cima do tio Lorenzo.
Arregalo os olhos, perplexa, por ouvir tamanho absurdo.
— Ouvi o meu nome?
O moreno aparece de surpresa. Eu me coloco de pé para cumprimentá-lo. Mesmo que ainda aja um clima tenso pela discussão que tivemos, procuro demonstrar que está tudo bem.
Ele me abraça de lado, dando um beijo na minha bochecha. Fico sem graça, sentindo as minhas bochechas corarem. Chega ser até incomum, porque não costumamos expor a nossa intimidade em público. Aliás, não somos o tipo de casal que é carinhoso que solta “eu te amo” um pro outro, o jeito de como nos tratamos é um pouco frio.
Às vezes eu sinto que falta algo no nosso relacionamento.
— Como adivinhou?— interrogo sorridente, ajudando-o colocar a Helena nos braços.
— Foi eu que liguei pro papai, mãe.
Mel se junta no meio de dois. Ergo o cenho, estranhando as suas intenções.
— É impressão minha ou você voltou a chamá-la de pai?
— Ele sempre foi o meu pai.— se joga nos braços do meu namorado
— Você falando assim…— desconfio, olhando-a de canto de olho.— Melissa…
— O que foi?— ri, dando de ombros, se fazendo de desentendida.
Peço que Lorenzo me diga o motivo.
— Vou dar um carro a ela.
— Já conversamos sobre isso.— me imponho, séria. — Melissa ainda é muito nova para dirigir. Não quero que você gaste dinheiro comprando, nem merecendo ganhar nada ela está. — corto de imediato, vendo a adolescente me fuzilar com o olhar por eu estar a dedurando.— Acredita que essa garota me chamou de assassina diante de todo o tribunal! — a exponho, Lorenzo a olha repressivo. — O promotor e o juiz suspendeu o júri. Sai de lá, indo direto para um departamento policial.
— Por que você não me ligou, Annabelle?
— Eu não queria que você se preocupasse. Você já está atolado demais com os problemas do FBI, não queria ser mais um.
Mordo o meu lábio inferior, com os olhos cabisbaixos.
— Como pode pensar assim? Não ia me importar em largar tudo para está do lado da minha mulher.— seu tom amoroso, me faz olha-ló com admiração. Abro um sorriso tímido.
— Sua mulher?
— Sim, baby.
É a primeira que Lorenzo não age como um ogro e expõe abertamente a respeito dos seus sentimentos em relação à mim.
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Subúrbio- apartamento.
21:30 PM.
Quarto.
Vamos nos beijando, o clima vai esquentando na medida que entramos pelo quarto. Meu corpo cai sobre o colchão, e o próprio se coloca por cima de mim, enquanto procura puxar o zíper do meu vestido.
Seus lábios atacam os meus fervorosamente. Arfo baixinho, deixando alguns suspiros escaparem, quando sinto-o apertar as minhas pernas.
Os toques aumentam, ele deposita séries de beijos no canto do meu pescoço. Permito até um certo ponto, mas quando percebo que as carícias estão aumentando, o interrompo:
— Não, não quero!— eu o empurro. — Estou muito cansada hoje. — minto, com a respiração ofegante.— Desculpa, eu não consigo.
— Por que está me rejeitando, Annabelle? — seus olhos azuis circulam para minha feição.— Você foge o tempo todo de mim!— grita irritado e encolho os ombros, assustada com o soco que dá na cama.
Solto um longo suspiro.
— Eu sei que posso não sendo boa o suficiente. — reconheço. — Minha vida virou do averso. Minha mami está numa reabilitação, tenho que me virar para cuidar das minhas sobrinhas, do meu irmão e da minha filha. O velho do meu pai, não está nem aí para nada. Desde que a Mabel se foi, é como se ele tivesse perdido tudo. Quando não está bebendo em um bar, está arrumando confusão. Me sinto sozinha para lidar com todo esse caos. Não sou uma boa namorada, gostaria de poder lhe dar mais atenção, mas eu não consigo.
— Você e ela são iguais. — subo o olhar, ouvindo a comparação. — A vadia da sua irmã nunca valorizou o que fiz por ela, sempre me tratou como um cachorro. Você está fazendo a mesma coisa.
— Não, claro que não. —me defendo, aproximo-me.— Lorenzo queria poder está inteira, mas eu não estou. — assumo. — É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Meu coração está uma bagunça.
— Sabe o que eu acho? É que você ainda não conseguiu esquecer aquele cara e usa esses pretextos para me enrolar.
— Por que sempre tem que citar Nameless? Será que não vê que o problema possa está entre nós. — deixo claro, soando apreensiva— Não está mais dando certo.
— Está terminando comigo, Annabelle?— é direto ao perguntar.
— Acho que sim. Preciso de um tempo para colocar as coisas no lugar. Estou longe de ser como Mabel. Se você ficou comigo, pensando que eu seria como ela, se enganou. Nunca vou ser como a minha irmã. E de alguma forma, você procura ela em mim. Igual que o outro fazia.
Dói ter que abrir o jogo em voz alta. Ele até tenta argumentar.
— Tô no meu limite em ter que aguentar ser a segunda opção para suprir a falta que ela faz.
— Annabelle, de onde tirou isso?
— Você não precisa dizer para eu ver no fundo dos seus olhos, Lorenzo.— concluo, por mais que doa— Você ainda é apaixonada por ela. Se Mabel estivesse viva, era com ela que você estaria. E não comigo.
(….)
POV’s Nameless
Presídio de segurança máxima.
21:30 PM.
— Visita a essa hora?— questiono franzindo o cenho, sendo arrastado na cadeira de rodas.— Ultimamente ando cheio de visitas.— ironizo, adentrando na sala. — Primeiro veio a minha ex. Quem será agora que veio incomodar o meu sossego.
O agente penitenciário me manda calar a boca, deixando-me a sós com a mulher que está virada de costas. Ela se vira:
— Olá, quanto tempo!
— Você?
— Está surpreso em me ver, Nameless?—sorri. Seu sorriso continua como era antes. — Você salvou a minha vida uma vez e eu vou salvar a sua, eu vim para te tirar daqui.
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POV’s Annabelle Bieber.
—Eu não quero, Lorenzo!— escapo, correndo, quando ele quer me agarrar a força.— Vai embora!— mando, sendo prensada contra a parede.
— POR QUE SEMPRE ENFIA A PORRA DA MABEL NO MEIO?
Dá um soco na parede, altamente descontrolado, quase acertando a mim.
— Da mesma forma que você ama relembrar daquele criminoso do Nameless!— cuspo as palavras, lhe enfrentando.— Acabou! Não piora as coisas. Vai embora, Lorenzo!
— Só quem diz que pode terminar o relacionamento sou eu.— aponta o dedo pro meu rosto, autoritário, apertando o meu pulso.
— Por favor, não! Não faz isso!
Ele me empurra, caio no chão, ficando assustada com a sua agressividade. Choro sentindo muita dor no meu coração, quando ele vai se desfazendo do cinto da calça e o barulho me causa uma onda de terror. De maneira covarde, o próprio me obriga a não gritar, sofro toda a tortura em silêncio, sendo agredida.
Violência contra mulher é crime! Denuncie.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Amanda
De novo não 😢😢😫😢
2025-02-01
0
Elenir Lima
Anabela nem desconfia que a scarllate é a guilia . E esse Lorenzo é igual ou pior que o Richard. Quem será a mulher que foi tirar Nameless da prisão, será que foi Mabel?
2024-09-18
0
❤ Alessandra ❤
Ele é descontrolado pode ter sido bem ele msm, que matou a Mabel, já que ela gostava do outro... ainda acho que ela não está morta
2023-08-09
6